segunda-feira, 17 de março de 2014

As nascidas para cantar do En Vogue



Beleza! dimiliduques na área. E hoje com belezas mesmo! En Vogue – Born To Sing, outro LP que cheguei a possuir e depois por essas reviravoltas da vida fui  desfazendo meu pequeno acervo. Mas lembro da capa de fundo branco com as quatro beldades/cantoras. Cindy Herron, Maxine Jones, Dawn Robinson e Terry Ellis. 

O quarteto feminino foi formado em Oakland/Califórnia em 1988. Dois produtores (Denzil Foster e Thomas McElroy) tiveram a ideia de formar um trio de garotas. E entre as exigências estavam; cantar bem, ser bonita, se vestir bem e serem inteligentes. Só que nas audições os produtores escolheram as três e Terry Ellis ficou de fora. Encantados com o talento da moça resolveram coloca-la e o que era um trio virou quarteto. Estrelas escolhidas, ficaram o ano de 1989 formulando ideias, contratos,  ensaios, composições, escolha de repertório, enfim decidindo a identidade do grupo (que seria algo como R&B, Soul/Pop).

O dimiliduques fala hoje do primeiro trabalho das minas*, lançado em 1990 pela Atlantic Records chamado de Born To Sing (ou nascidas para cantar). Traz no set list um megahit que detonou nas pistas , no rádio e até na TV. Era a música Hold On, superdançante, bem cantada e bem produzida. Era uma daquelas em que os donos de gravadoras babavam para ter em seu cast. Não deu outra, no encalço da fama o grupo acabou emplacando outras faixas, tais como Lies e You Don’t Have Worry  essas não tão boas quanto Hold On , mas dançantes.

Outra que entrou bem nas paradas foi a Don’t  Go, essa de pegada mais romântica. O álbum ainda tem duas faixas que eu particularmente acho dignas de estar em qualquer lista de “black in love”, são  Part  of  Me e Just Can’t Stay Away. O álbum fez muito sucesso nos anos 90 angariando muitos prêmios  entre eles, melhor single Billboard Music Awards, Soul Train Awards e foi indicado ao Grammy daquele ano. As meninas eram bonitas e talentosas com certeza, por exemplo, Cindy Herron (a minha preferida) participou do filme Juice. Dê um cliquizinho nos nomes para ver imagens delas, (Dawn Robinson, Cindy Herron , Maxine Jones e Terry Ellis) são mulheres lindas. 

Hoje analisando com um pouco mais de cabeça fresca, o álbum até soa datado e nem é assim tão bom quanto parece. Mas para a época e momento, realmente os produtores tinham em mãos quatro diamantes e souberam conduzir musicalmente. E fazer m disco com quatro/cinco faixas verdadeiramente boas já é um ótimo começo, mas o mais importante, os fãs aprovaram e abraçaram o En Vogue. Tanto foi que ainda lançaram mais cinco trabalhos, o ultimo deles em 2004. A formação original se reuniu para uma turnê em 2010 para a comemoração de 20 anos. 

*O Link contém o CD com uma faixa bônus manufaturado pela Atlantic Records / Warner Music.

Dance e clique na capa ou vice e versa

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domingo, 16 de março de 2014

Olha a promoção verde e amarela! batucada de orquestra



E para a galera que gosta de um som instrumental segue o LP  Verde e Amarelo que saiu pela gravadora Continental em 1969 e depois foi relançado pela Warner Music em 1994. Outra curiosidade é que existe uma versão internacional, lançada em 1970 com a mesma capa, só que traduzida para Green and Yellow. Mas o disco é daqueles que foi relançado de tempos em tempos, pois a música ali produzida ao mesmo tempo em que é saudosista é atemporal.

Conta com a regência e arranjos do maestro Ruben  “Pocho” Pérez acompanhado de sua orquestra, o detalhe é sua nacionalidade, ele é uruguaio, mas como esta descrito numa das contracapas do LP, "brasileiro de corpo e alma".  E os responsáveis pela percussão e ritmo é o Trio Pagão. 

Aliás o album tem uma história, é uma espécie de difusão musical/cultural feito sob encomenda do governador Abreu Sodré e da Secretaria de Turismo de São Paulo. Era patrocinado justamente pela empresa aérea Varig (a empresa não existe mais, entrou em declínio e foi comprada pela Gol em 2007). Ouvi falar que chegou a ser distribuído como brinde para alguns passageiros e visitantes mais ilustres.Temporariamente,  foi um disco promocional, mesmo que não tenha  nenhuma descrição do tipo “Invendável” ou “Amostra Grátis”.  Em alguns desses relançamentos ele também foi comercializado (é o caso das edições de 1981 e 1994). Um pequeno detalhe é que se repararem na capa frontal, no lado direito superior,  há duas estrelinhas azuis, que são o logotipo da Varig, essas estrelas "sumiram" a partir dos relançamentos.

A faixa “number one” é uma já bem conhecida pelos sambarockeiros de plantão, é a Caminho do Samba. Narrado pelo paulista Humberto Marçal, locutor esse que trabalhou na Rádio Cultura, Rádio Globo e era a voz dos comerciais de empresas como a Varig e Café Seleto. 

Nesse LP tem a faixa nº 2 que em 11 minutos dá uma pequena  aula de ritmos brasileiros. E a maestria instrumental entra disco  adentro. Não estou “pagando um pau” mas todas as faixas são boas. Tem na Cadência do Samba de Ataulfo, Se Você Pensa de Erasmo e Roberto,  Zazueira e Cadê Tereza de Jorge Ben...e tudo instrumental. 

 Clique na capa e voe no clima

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sábado, 15 de março de 2014

Sistema Negro o gangsta brasil em sua raiz




Grande Sistema Negro! Pensa nuns caras gangstas...então. O som do grupo Sistema Negro é essencialmente isso, influência de Ice T,  NWA (Niggers With Atitude), mas com um toque de Public Enemy nas letras. O grupo surgiu no interior de São Paulo, em Campinas final dos anos 80 e se chamava The Bronx Mc’s. A primeira vez que os vi foi de certa maneira inesquecível. Explico, eu cantava num grupo de rap chamado Dimensão Rap e participamos de um festival feito pela equipe Kaskata’s  no Club House em Santo André. Caímos na mesma chave dos manos e lógico que perdemos, lembro até hoje que eles já chegaram arrebentando na abertura com o DJ Master Jay. Mas pelo menos perdemos para uns caras fodas e merecedores. O ano era 1992 e em meio a centenas de grupos inscritos eles ganharam o direito de entrar na coletânea Vozes de Rua vol. 2 com a música Mundo Irracional. Depois disso os caras deslancharam e lançaram cinco álbuns.

Doctor X era um dos integrantes e melhores letristas do Sistema Negro que depois do terceiro trabalho, saiu do grupo e lançou um CD mais puxado para o black charme com o nome artístico de Bene. O Sistema Negro continuou sob a batuta de Eazy Down, Kid Nice e Master Jay e continua até hoje com a adição de novos integrantes. São eles W. Sigillo, Pulman, Gil Kris Kros e Ice Junke. Outro integrante do grupo foi Alex F (falecido em 2008).

O LP que o blog dimiliduques posta é o primeiro e um dos melhores do grupo e porque não do rap nacional. Lançado em 1993 pela  MA Records/Discool Box o play é intitulado de Ponto de Vista.  Já começa bem pelas capas, na simplicidade com poucas cores. Na versão CD a capa é diferente, tem o Master Jay com uma arma em punho, bem a cara do rap radical e gangsta. Depois passa pelas letras falando de diversos problemas como racismo, egocentrismo e do cotidiano violento das periferias. Os instrumentais são muito bem feitos, samplers, scratchs e colagens escolhidas a dedo pelo produtor DJ Raffa. DJ esse já escolado no estilo, desde que foi membro dos grupos de rap de Brasília, Os Magrellos e depois  Baseado nas Ruas, o caldo combinou com o estilo de cantar e as letras da rapaziada campineira. 

Meu destaque vai para as músicas Nossos Inimigos, Mensagem Para Otários (daquele famoso sampler de Isaac Hayes usado também pelo grupo CMW-Compton Most Wanted). Também as faixas Ponto de Vista (preste atenção na intro dessa música) e Racismo Banal (tema mais que atual nesse 2014, depois que os jogadores Tinga e Arouca foram vítimas de preconceito racial). Mas para falar a verdade o disco todo é legal com letras para refletir e produção para prestar atenção nos detalhes. 

Clique na capa e sinta o peso

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sexta-feira, 14 de março de 2014

Geovana a Deusa Negra do Samba Rock



Um disco que também merece ser celebrado e lembrado sempre que possível. É o Quem Tem Carinho Me Leva da cantora e compositora Geovana. Com arranjos de Luiz Eça, Chico de Moraes, Nelsinho e Rildo Hora que també foi diretor de estúdio. O LP saiu em 1975 pela RCA/Victor e foi relançado com duas faixas bônus em 2003 pela BMG/Ariola. Um outro detalhe curioso é que no CD relançado a grafia de seu nome saiu Geovana e no LP antigo esta como Giovana (aqui).

Geovana ou Giovana, na verdade se chama Maria Tereza Gomes, tinha pais senegaleses, mas nasceu no Rio de Janeiro, no Bairro da Tijuca e cresceu na favela da Rocinha. Tem o apelido carinhoso de Deusa Negra do Samba Rock. Teve músicas gravadas por Clara Nunes (que gravou Rosa 25 no ano de 1971), Almir Guineto (Tambores de Trinidad), Martinho da Vila (Diamante) e outros artistas. Uma de suas composições mais famosas é o partido alto Ô Irene parceria sua com Beto Sem Braço gravado por Fundo de Quintal e Reinaldo. Ela também fez parte da ala de compositores da escola de samba Salgueiro.

O disco postado pelo blog dimiliduques  foi o primeiro trabalho de Geovana. Antes ela havia defendido o samba Pisa Nesse Chão Com Força no festival Bienal do Samba em São Paulo, 1971. Música essa que saiu no LP de 1975 e é muito boa. Do disco me lembro de outras que ouvi, ora pelos programas blacks de São Paulo ora nas casas dos amigos discotecários.

Ao escutar o disco o contra baixo foi o que me chamou mais atenção, na ficha técnica constam o Luizão e o Sérgio Barroso, e mandaram muito bem.   Outros grandes músicos participaram da gravação. Na bateria tivemos Wilson das Neves, Mamão e Robertinho. No violão o grande Dino e também Helio Delmiro. Viola de 12 cordas com Luiz Claudio e Toninho. E o que falar desses dois cavaquinistas feras, Canhoto e Neco. No surdo Gilberto D'Ávila, atabaques com Geraldo Bongô e no ganzá Everaldo. E mais complementos da percussão de Pedro Sorongo, agogô de Paulo D'Aquino e na flauta Tobu.   O disco todo tem uma sonoridade meio grave, assim como a voz de Geovana, afinada mas descompromissada com afetações.

Se liga na pegada e na percussão africanizada do samba afoxé Taturuê. Na faixa Amor dos Outros uma cuíca maneira , junta-se a um belo violão de sete cordas acompanhado de um cavaco malandro.  E o que falar da faixa Quem Tem Carinho Me Leva, com um cavaquinho afinadíssimo, um baixo arrebentando, uma viola caipira e até uma bateria virando maravilhosamente. Tem o samba-afro, Para de Chorar a Toa, ele é compassado no inicio como uma capoeira e tem até um batuque de boca no meio. E a faixa bônus também fez muito sucesso, a Beijo Sabor Cerejeira.


Geovana de vez em quando se apresenta e canta seus sucessos nas noites.  Ela tem outro disco lançado pela gravadora Star Records, famosa entre os DJs por lançar LPs de coletâneas com o subtítulo “Mancha Apresenta". O disco se chama, Canto Pra Qualquer Cantar e saiu em 1991 (vejaimagem).

Quem tem carinho clica na capa e leva!


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