sábado, 2 de agosto de 2014

Above The Law um gangsta bem produzido


O grupo de rap Above The Law (Acima da Lei) surgiu em 1989 na cidade californiana de Pomona, e depois  partiram para o leste de Los Angeles, EUA. O clima de rap gangsta estava no ar e artistas como NWA e Ice T tornavam-se cada vez mais conhecidos. Então os amigos Cold 187um (também chamado de Big Hutch), KMG the Illustrator, Go Mack e DJ Total K-Oss formaram um grupo nesse mesmo estilo. O som dos caras é uma mistura de funk dos anos 70 com participação instrumental de Big Hutch, já que o mesmo era músico e estudou jazz.  Nos samples pode-se ouvir coisas James Brown, Isaac Hayes, Quincy Jones, George Burton e outros. 

O primeiro trampo saiu pelo selo de Eazy-E, a Ruthless em 1990, foi co-produzido por Dr. Dre e A.T.L. & Laylaw. O álbum foi nomeado de Livin Like Hustlers (ou numa tradução livre: vivendo como putas). A temática das letras seguiu o roteiro da violência, sexo e foi bem recebido no circuito do gangsta rap. Desse álbum o maior êxito foi a faixa chamada Murder Rap, que tem uma sirene incessante de fundo dando um clima tenso pra música. Uma curiosidade é que essa faixa fez parte do game Grand Theft Auto – San Andreas, bastava sintonizar a radio Los Santos. A música também foi regravada em 2002 pelo grupo Insane Clow Posse. 

Mas o disco todo é uma pedrada, como as faixas Livin’ Like Hustlers, Another Execution e Last Song (essa com participação fortíssima dos vocais de Eazy-E, MC Ren e Dr. Dre).  O integrante Go Mack saiu do grupo logo depois  do primeiro lançamento e eles se tornaram um trio. Nesse formato eles ainda lançariam mais seis trampos, são eles: Black Mafia Life (Giant/Ruthless Records 1993), Uncle Sam’s Curse (Epic / Ruthless 1994), Time Will Reveal (Tommy Boy 1996), Legends (Tommy Boy 1998), Forever: Rich Thugs, Book One (Street Sound Records 1999) e Sex , Money e Music (Death Row 2009).  

No ano de 1999 o líder Big Hutch aka Cold 187um lançou paralelamente o seu solo intitulado Executive Decisions pela Street Solid Records. E um ano depois foi convidado pelo empresário Suge Knight a ser músico/produtor do seu selo, a Death Row Records. A gravadora se tornou a casa do grupo, mas já dava sinais de desgaste, culminando com o último trabalho e seu fim. Em 2012 foi anunciada a morte do integrante KMG, aparentemente por ataque do coração. Vale a pena escutar o Above The Law, é a raiz do gangsta rap em seu formato bem produzido e puro.


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sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Sensação e o seu canto nacional



Do grupo Sensação já falei aqui , mas voltando ao assunto. Foi um dos grupos de maior identidade dentro do pagode/samba paulista. Um grupo com raça e que chegava a ser chato em suas apresentações.  Não aquele ser chato de apatia, mas de exigência musical, eles tocavam tão redondamente bem que erros eram percebidos pelas caretas ou reações dos componentes entre si.  Sorrisos no palco eram poucos mas sinceros, já que o grupo tinha o foco voltado mais para a parte musical, deixando os famosos passinhos, roupas extravagantes e interação exagerada com o público para os outros grupos.  Por causa dessa postura era bem respeitado por muitos e o pesadelo de outros (diga-se donos e equipe técnica de sonorização de casas de shows principalmente). 

O blog dimiliduques põe a disposição o LP/CD Canto Nacional lançado em 1994 pela gravadora Chic Show/Five Star. Contou com a produção e arranjos de Jorge Cardoso e Prateado. Composições de Luizinho SP (que na época fazia parte do grupo), Carica, Prateado, Reinaldinho, Juninho e Dedé Paraíso. Agora destacar uma faixa nesse álbum é tarefa difícil, fico com todas, mas as que fizeram mais sucesso foram Coral de Anjos, Pedaços, Paraíso e o pout porri de partidos Sacode/Na Palma da Mão/Alvorada. A curiosidade é que no CD saíram duas músicas a mais que o LP, no caso as faixas Mãozinha e Me Faz Um Dengo. Na época a formação era, Reinaldinho (tantan), Cogumelo (complementos), Carica (cavaco e vocal), Luizinho SP (banjo e vocal), João (pandeiro) e Gazú (repique de mão e tantanzinho) e Marquinhos (vocal e tamborim).

Sinta, clique na capa


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quarta-feira, 30 de julho de 2014

Regravações pagode e samba volume 3

Pensei que não faria mais coletâneas sobre regravações de pagode por outros pagodeiros, sambas por outros sambistas, mas não resisti! Falei um pouco sobre isso (aqui). Quem quiser baixar os outros dois primeiros volumes é só clicar aqui: Regravações Pagode e Samba - volume 1 e aqui Regravações Pagode e Samba - volume 2

Vamos ao terceiro!!!

Playlist



Outra Viagem – Grupo Cor da Pele - Só Preto Sem Preconceito
Ternura de Quem Ama – Katinguelê - Grupo Sempre Assim
Qual É – Gustavo Lins – Nalanda
Pega Eu – Bezerra da Silva – Boca Nervosa – Marcelo D2
Louco Apaixonado – Turma do Pagode – Grupo Alô Som
Doce Amizade - Grupo Bossa do Samba – Jorge Aragão
Dentro do Céu - Grupo Mais que Amigos  - Pé de Moleque
Pranto que Chorei - Almir Guineto – Grupo Da Melhor Qualidade
Onde Está  - Christina Monteiro – Reinaldo
Moleque Atrevido - Flavio Cardoso – Exaltasamba – Jorge Aragão
Percepção – Grupo Gamação – Art Popular


(Re)clique na capa para baixar

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sexta-feira, 25 de julho de 2014

Se o R.A.P. é ritmo, amor e poesia, vamos falar do amor

Outra vertente do rap é o romantismo, também conhecido como rap love. Alguns grupos e rappers aderiram por um tempo e colocavam faixas desse estilo em seus trabalhos. Quando a onda de rap mais agressivo ou gangsta chegou, esse tipo de rap foi até discriminado. O julgavam alienado por ser sensível demais e ter como tema o amor. Mesmo assim alguns grupos trilharam esse caminho e conseguiram fazer sucesso, como por exemplo o Sampa Crew. Outros também fizeram suas melodias, como Pepeu, MC Polmel, Ndee Naldinho, Athalyba e a Firma. 

Esses rappers tinham a influência dos bailes blacks da Chic Show, Zimbabwe, Os Carlos, Bossa Um, Musicália, Black Mad, Kaskata’s, Circuit Power etc... Com isso compuseram letras e os produtores e DJs tentavam de alguma forma arregimentar instrumentais. Em minha opinião há uma diferença entre o rap love e um rap que fala de amor e isso fica evidenciado pela letra somada a batida instrumental. O rap love é fruto das antigas love songs ou melodias blacks e as bases eram inspiradas por elas. Artistas como The Floaters, Midnight Star, Earth Wind e Fire, Isley Brothers, Average White Band e afins eram sampleados e de vez em quando traduzidos livremente. 

Outra fase importante foi as inspiradas em artistas brasileiros, onde os rappers bebiam em fontes tais como Dudu França, Carlos Dafé, Tim Maia, Jorge Ben , Paulo Diniz , Roupa Nova, Taxi e outros. O blog dimiliduques fez uma coletânea com algumas dessas músicas cantadas pelos rappers. A maioria do final dos anos 80 e começo dos 90 que mostram a criatividade e improviso diante da inexperiência musical. Mas retratam o início de um movimento (o rap love nacional) que poucos tiveram a coragem e a garra de seguir.

Clique na capa e baixe, Ritmo AMOR e poesia


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segunda-feira, 21 de julho de 2014

Grupo Relíquia da zona leste de São Paulo



O grupo Relíquia foi formado em 1987 em Itaquera zona leste de São Paulo. No início da carreira tinham ligação bem forte com a escola de samba Leandro de Itaquera, tanto é que em 1988 venceram a disputa com o enredo Babalotim interpretado por Eliana de Lima, considerado na época um dos melhores sambas do carnaval de São Paulo. Entre apresentações e festivais foram trilhando seu caminho. Em agosto de 1988 o grupo obteve o primeiro lugar no festival de samba na escola de samba Leandro de Itaquera, onde o mestre Lagrila foi um dos idealizadores do evento. No mês seguinte ganharam também o festival da escola de samba Passos de Ouro (que se tornaria a X-9 paulistana). 

Depois de ser o grupo da casa do Aconchego’s Bar na Vila Formosa foram tocar num dos mais respeitados redutos do pagode da capital paulista, o bar e choperia Só Pra Contrariar. E foi lá a primeira gravação do Relíquia na coletânea Só pra Contrariar e Seus Convidados Volume 1.  Lp esse lançado no final do anos 80 pelo empresário da noite Jorge Hamilton. As faixas foram Me Ensina a Ser Feliz (Beto Guilherme/Didi Graveto) e Próximo Samba (Carica/Soró/Miltinho). Sem contar que se apresentaram ao lado de vários sambistas como Marquinhos Satã, Grupo Raça, Beth Carvalho, Eliana de Lima e outros. O Relíquia ainda foi o grupo da casa no Sambarylove antes de gravar o seu álbum solo. 

O primeiro trabalho saiu em 1992 é o “Tá Tudo Aí”, pela Five Star Records. Desse disco destacaram-se as músicas Vasto Coração (Rodney e Claudinho Oliveira) e Segunda Vez (Claudinho Oliveira/Renê Uchôa). Interessante notar que o sucesso fez da faixa Segunda Vez escolhida para coletâneas da 105 Fm (Disk Brasil/Kaskatas em 1994) e Sucesso do Pagode da Paradoxx Music em 1995.  A partir daí o grupo começou a ser requisitado para outros locais desde a capital e interior de São Paulo a outros estados brasileiros como Mina Gerais e Rio de Janeiro. E fizeram todo o circuito “obrigatório” de divulgação se apresentando em programas de TV, nas quadras de escola de samba, SESC , ginásios esportivos e casas de shows. Dentre as casas podemos citar o Terra Brasil, Viva Brasil, Polo North, Caipilona, Consulado da Cerveja, Terraço, JB Sambar, Mistura, Jambo Mix, Sky Bier e outras.

O blog dimiliduques põe a disposição o trabalho lançado em 1995, intitulado “Mudanças” pela até então desconhecida Nenê Records. Mas o disco fez um relativo sucesso, alcançando principalmente quem curtia a noite do samba/pagode em São Paulo. Destaque para as faixas Trilha Principal (Chiquinho dos Santos/Paulinho Sampagode e Luiz Carlos), Juras de Amor (Sandro Valério), Triste Dor (Rodney e Preá)  e Rosa Amarela (Marcelo Lombardo e Alexandre Faria).

Desse trabalho participaram no violão de 6 e arranjos Carlinhos Noronha,  nos teclados Ary Roland, violão de 7 Marcelo Mont’serrat, cavaquinho e banjo Ferrugem e Carlão, baixo Paulo Paulelli, bateria Rick, surdo, congas e ganzá Carlinhos Gonzales, repique , tantan e pandeiro Bigu e Robinho, tamborim, afoxé e agogô Perninha e Rodney. Nas composições além dos integrantes do grupo, nomes como Chrigor, Paulinho Sampagode, Marcelo Lombardo, Chiquinho dos Santos e outros. O grupo na época era formado por Carlão (cavaco), Sandrão (violão), Bigu (repique), Rodney (tantã), Robinho (pandeiro), Anderson (teclados), Dema (contrabaixo) e Douglas (bateria). Uma curiosidade é que a contra capa traz uma homenagem a um dos componentes que tocava reco-reco e faleceu.

Já em 1997 foram convidados pela Transcontinetal FM para integrar a coletânea Transpagode com as músicas Tá de Brincadeira e Vem Me Amar.

Em 1998 foi a vez do CD Viagem ao Infinito, lançado de forma independente e distribuído com recursos próprios da Relíquia Produções Artísticas.  O grupo passou por várias mudanças desde o início, em 2003 por exemplo dois integrantes da formação original, Bigú e Carlão lançaram paralelamente o CD Pagode Purinho. Tempos depois os dois chegaram a voltar para o Relíquia e participaram da gravação ao vivo do CD no Consulado da Cerveja. Infelizmente Bigú já faleceu em 2008. O grupo continua na ativa e se apresenta esporadicamente com novos componentes junto aos fundadores Carlão, Rodney e Robinho.



Clique na capa e baixe essa relíquia

https://www.mediafire.com/?gad9ncg7on3uy97






sexta-feira, 18 de julho de 2014

Pulem hey! para o Comando DMC



Em meados dos anos 90 a cena hip hop era forte e rap nacional ganhava seus primeiros contornos com Região Abissal, Código 13, Thaíde e Dj Hum, MC jack, Os Metralhas, Racionais MC’s e outros. Eu também fiz parte desse movimento e participei ativamente, não só indo nos rachas do centro, mas onde rolava rap eu dava um jeito de ir. Formei alguns grupos como RDS, Dimensão, Org. Brutal, mas infelizmente não conseguimos o sonho do reconhecimento, mas enfim foi uma escola de vida... Dava um frio na barriga cantar ao vivo, mas ao mesmo tempo a sensação de prazer superava. E lá ia eu Tchelo  C e a banca com Reni C, Swing T (Tiza), Boca, Juliano JC,  Dj Marcelo, Dj Claudinho, Dani Dieis, P.E.S.O. e outros mais. Se apresentávamos no Santana Samba, Love History,  Xereta, ASA de Pinheiros, Astro, Escolas, Pça Roosevelt e outros redutos do rap nacional. Tempos em que cantar rap poderia significar levar várias portas na cara e nãos... dinheiro curto pra comprar base instrumental pirata, passar debaixo das catracas e chegar antes nos bailes para tentar desenrolar a entrada...

E por falar nisso um dos grandes grupos de rap que eu era fã se chamava Comando DMC , que significa Comando Defensor do Movimento Consciente. O grupo foi formado em 1989 na zona sul de São Paulo, ali pelos lados da Vila Joaniza. O rapper Eazy Jay participava de um festival e quando ficou em primeiro lugar, viu um outro grupo que mandava bem e resolveu unir forças, tipo um comando, daí surgiu o nome. Nas letras uma crítica social sobre o cotidiano violento nas periferias. O estilo era gangsta e logo o assunto criminal também povoava a escrita do grupo.  

A primeira oportunidade de gravação veio em 1991 com a coletânea de rap “Brazilian Rap” da equipe Black Mad. A faixa Tributo ao Presidente foi uma das mais tocadas e o grupo ainda se chamava DMC Rap. Em 1992 foram convidados para gravar o primeiro LP solo pela gravadora Black Mad com produção de DJ Hum. Intitulado como Vamos Dar A Volta Por Cima o disco tinha além da regravação de Tributo ao Presidente (bem aquém da original), e as ótimas faixas Dama da Noite e Marginais Fardados.

Em 1994 lançaram o segundo álbum pela TNT Records (ligada a equipe de som Dinamite). O LP denominado São Paulo Está Se Armando foi produzido pelos integrantes do grupo e pelo Dj Raffa. Um trabalho pesado, misturando batidas rap, funk dos anos 70 e o uso de bases com guitarras distorcidas, dando um tom agressivo. Mas também teve espaço para um momento mais suave. Onde a faixa Pulem foi a responsável pelo sucesso do disco e até indicada ao prêmio Ary Barroso em 95. A faixa usou um sample dançante da música Dont Stop The Music da dupla americana Yarbrough & Peoples. Mas outras ótimas faixas permeiam o trabalho, tais como o hit Na Zona Sul, a rasteira Fita Errada, Acorde Cara e a pesada música que dá título ao disco.

O grupo não mais existe e era formado por Eazy Jay, Turbo (esse saiu no final dos anos 90 para formar o grupo Kamikaze) e DJ Grandmaster Di. Além de “Vamos Dar A Volta Por Cima” e “São Paulo Está Se Armando”, lançaram os álbuns Sangue no Olho em 1995 (TNT Records) e 4ª Missão Resgate em 2000 (RDS).


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