terça-feira, 12 de maio de 2015

Nostalgia moderna da Beth Carvalho



Hoje vou postar um dos meus preferidos discos da Beth Carvalho, já que da madrinha eu tenho vários preferidos. Pois, na minha opinião, seu trabalho sempre foi coerente e prezou sempre pela qualidade. Por exemplo poderia citar brincando alguns discos que eu mais escutei da Beth Carvalho: Na Fonte (1981), Traço de União (1982), Suor no Rosto (1983), Coração Feliz (1984), Beth (1986), Alma do Brasil (1988) e Ao Vivo no Olimpia (1991). Hoje o dimiliduques coloca o Saudades da Guanabara, disco que saiu pela gravadora Polygram/Philips em 1989. Disco bem feito com arranjos equilibrados e com um toque moderno. Já começa com a faixa título de composição de um trio de responsa; Moacyr Luz/Paulo Cesar Pinheiro/Aldir Blanc.  Aliás essa faixa saudades da Guanabara tem um arranjo meio nostálgico, uma evolução marcante, com um teclado viajando nos strings, combinando perfeitamente com a letra da música. 

Nesse trabalho tem muitos sambas que embalam as rodas de samba até hoje como: Meu Samba Diz (Sombra/Sombrinha/Adilson Victor), Sem Ataque Sem Defesa (Sombra/Adilson Victor), Sorriso de Criança (Dona Ivone Lara/Delcio Carvalho), Não Me Faz de IôIÔ (Arlindo Cruz/Franco) e Sonhando Eu Sou Feliz (Arlindo Cruz, Marquinho PQD/Franco).  Outros destaques são os sambas numa pegada mais rítmica estilo escola de samba/samba enredo, como Até Quem Não É, Botafogo Campeão e Bota Lenha na Fogueira. Outras curiosas são Vaqueirada onde as violas dão o tom, Ziguezagueando essa bem romântica lembrando um clima de cabaret, Os Brasíadas e Apartheid Não, ambas com um toque de MPB , história e negritude.

Muita gente boa participou da gravação, como o Maestro Ivan Paulo, Gordinho (surdo), Marcelinho Moreira e Ubirany (Repique), Mingo (congas), Bororó (baixo), Wilson das Neves (bateria), Acyr Marques (tan-tan), Neco (violão), Arlindo Cruz (cavaco/banjo), Leandro Braga (teclados), Wanderson (cavaquinho), Mestre Bira (apito), Carlinhos do Cavaco (cavaco), Sombrinha e Jorge Simas (violão de 7 cordas), Claumir e Paulinho da Aba (pandeiros) e muitos outros, em cada faixa uma combinação de craques tocou. 

Clique na capa e não me faz de iôiô


  http://minhateca.com.br/mestrevando/BETH+CARVALHO/1989+SAUDADES+DA+GUANABARA,493269795.rar(archive)


terça-feira, 28 de abril de 2015

Getz/Gilberto passa o tempo e a musicalidade permanece



Essa bolacha tem “só” 52 anos de lançamento (março de 1963), Stan Getz e João Gilberto. Bossa crua, Bossa Nova, encontro do jazz com música brasileira, sax tenor e violão. O álbum carrega a importância de ser o responsável pela disseminação e divulgação do estilo Bossa Nova em todo o mundo. Outro detalhe importantíssimo é que tem a(s) mão(s) e a escrita de Tom Jobim, que participou do disco. E também tem a batera de Milton Banana, o baixo de Tião Neto e a voz de Astrud Gilberto. Músicas como The Girl From Ipanema, Desafinado, Corcovado,  Só Danço Samba e Vivo Sonhando, se tornaram referências para músicos  e foram aclamadas pelo público. Composições de autores como Vinicius de Moraes, Newton Mendonça, Tom Jobim, Antonio Almeida, Dorival Caymmi, Ary Barroso e versões de Gene Lees e Norma Gimbel. O álbum tem um ar de sofisticação e até na capa traz esse conceito, na pintura feita pela porto-riquenha Olga Albizu. 

O disco como todo clássico é envolto de polêmicas, como a ficha técnica que não consta Tião Neto como baixista e sim Tommy Willians. E declarações de João Gilberto reclamando da equalização do sax feita pelo produtor Creed Taylor, que em sua opinião ficou muito alta e se pudesse embargaria o projeto da gravadora americana Verve. No livro Chega de Saudade de Ruy Castro, ele cita alguns detalhes da gravação como o impasse das escolhas dos melhores sets gravados e alguns  diálogos/discussões. Num deles João Gilberto pede para Tom Jobim traduzir  “Tom fala para esse gringo que ele é burro” e Tom traduzia calmamente “O João disse que era um sonho dele gravar com você Stan”. Tem também a participação da esposa de João Gilberto, Astrud Gilberto, que foi pega de surpresa, pois apenas ajudou como referência, cantando nos ensaios, mas por sugestão do marido entrou no disco. O trabalho que era desacreditado pela gravadora Verve (ficou um ano engavetado), começou a vender milhões depois do lançamento. Pela participação, Astrud foi indicada ao Grammy de revelação (ao lado de Tom) e só perdeu para os Beatles. Mas em compensação ganhou os Grammys (1965) de Melhor Disco de Jazz, Álbum do Ano, Melhor Arranjo Não Clássico e “Garota de Ipanema” Melhor Música do Ano. E de tão especial foi lançado uma versão folheada a ouro 18k!



Na sonoridade tem o clima intimista que João sempre conseguiu imprimir com sua voz e violão entrecortado pelo sax de Getz e o piano de Jobim. Escutando  consigo me transpor para um soturno clube/bar/bordel das ruas de Nova Iorque e ao mesmo tempo imaginar o palco do Carnegie Hall.  As faixas 09 e 10 são singles que acabaram sendo incorporadas no relançamento do álbum em 1998. 

Clique na capa é um clássico dimiliduques!


http://minhateca.com.br/celo.sc/Samba+Rock+e+Swing/Stan+Getz+-+1963+-+Getz-Gilberto+-+by+tchelo,506501786.rar(archive)


quinta-feira, 16 de abril de 2015

Regravações do pagode e do samba volume 9



Regravações volume 9, vamos que vamos que a procura continua, nos cds, vinis, fitas, baús e pastas esquecidas por aí. Nesse volume mais coisas interessantes e conhecidas do grande público pagodeiro/sambista. Sucessos como a música Supera, gravada por Belo e depois por Leci Brandão e pelo saudoso compositor Riquinho que fazia parte do grupo Alô Som do Rio de Janeiro. E um pagode raro, Moleque de Trem, composição de Beto Guilherme que na época fazia parte do grupo Varanda, gravada por eles e depois pelo grupo da Zona Leste, Mi Menor.

E a voz tarimbada de Nego Branco para a lindíssima Amantes do grupo Soweto. E  uma pouco conhecida, Imenso Temporal dos grupos Tradsamba e Sampagode. Tem tambem quatro versões para a clássica Disritmia de Martinho da Vila, uma delas com sua filha Maíra Freitas. 

Tem a melodia e poesia dos anos noventa com a música Não Tão Menos Semelhante do grupo Só Preto Sem Preconceito e Fundo de Quintal. Os grupos paulistas Juventude S/A e Tranza Negra gravaram Imagina, belo pagode de Délcio Luiz/Acyr Marques. E tem versões em que o próprio grupo repaginou a música duas vezes. É o caso de Pura Vaidade gravada num festival pelo grupo Sem Compromisso e depois saiu outra versão em na estreia do seu disco solo. O mesmo caso para a música Swing de Família (Minho/Márcio) gravada e regravada pelo grupo Pérola, interessante notar que a dupla de compositores depois formou o grupo chamado? Swing de Família!. 

A linda Um Sonho Se Perdeu na versão original e clássica do grupo Arte Final e depois com o grupo Redenção. A música Sem Rodeios, também conhecida como Orgulho Bobo, composição de Claudinho Oliveira , já havia saído no volume 1 da coletânea , volta agora com mais duas versões, com os grupos Um Toque a Mais e grupo Bola Mais Um. E pra fechar uma linda música do Almirzinho, Nosso Amor, gravada por ele e depois pelos pagodeiros Sall e Salgadinho.

 Clique na capa e baixe

http://www.4shared.com/rar/2epiZGb6ce/Pagode_e_Samba_Regravaes_Volum.html

Abaixo clique e veja a lista de músicas:



quarta-feira, 8 de abril de 2015

Esotérico, psicodélico, uma tábua musical de Jorge Ben

Senta, não senta...tem que cantar cantando... quem já ouviu o LP, reconhece esse diálogo meio maluco.
Não vou me concentrar muito na parte técnica deste disco, mas sim na parte sentimental. Sim, uma joia literalmente , uma Tábua de Esmeralda! Considerado por muitos o melhor disco de Jorge Ben. O LP Solta o Pavão de 1975 (clique aqui) na minha opinião, fica só um décimo abaixo, é nota 10 x 9,9. Bom o Tábua foi lançado em 1974 pela gravadora Philips, é todo esotérico e tal, com letras que fazem referências a São Tomaz de Aquino, Melquíades, Erich von Daniken, Hermes Trimegisto, alquimia, magia etc...


O Jorge Ben conseguiu africanizar assuntos medievais europeus e abrasileirar tudo com seu violão swingado, coisa louca, experimentalismo e talento negô! Algumas músicas foram arranjadas pelo talentoso Osmar Milito e a produção foi de Paulinho Tapajós. 

E quando essa pedra abruptamente caiu em meu colo, não entendi direito a capa, parecia algo religioso demais para um disco tão psicodélico e lembrava muito a capa do Tim Maia racional. Mas bastou botar a agulha no vinil, sentir graves e agudos para viajar. Como letras e palavras tão destoantes se encaixam no compasso e na voz? salve Jorge! Daqueles discos que deixa rolar inteiro e a cada audição você vai percebendo nuances diferentes em cada música. Eu gosto de todas, mas lógico sempre dou uma paradinha em Homem da Gravata Florida, Namorado da Viúva, Minha Teimosia é Uma Arma Pra Te Conquistar, Os Alquimistas Estão Chegando, Menina Mulher da Pele Preta, Magnólia,  Cinco Minutos e Zumbi. 

Hoje novamente deixei a tábua me levar... é sempre bom ter a mão ele e volta e meia entrar de cabeça nesse som. Ainda bem que é um disco fácil de se achar na internet. 

Clique na capa e baixe essa alquimia

http://minhateca.com.br/fiaminha/Discografia+Jorge+Ben+Jor/Jorge+Ben+Jor+-+*27A+T*c3*a1bua+De+Esmeralda*27+%281974%29,72901951.rar%28archive%29



segunda-feira, 6 de abril de 2015

Regravações do samba e pagode volume 8



O Volume 8 das Regravações de Samba e Pagode esta na área, e como sempre trazendo coisas raras, interessantes e que se certa forma se tornam novidades. Começando pelo sucesso Ainda Gosto de Você que foi gravado pelos grupos Nosso Jeito e Sorriso Maroto, aí vem aquela pergunta por que um fez sucesso o outro não? mais divulgação? mais talento? mais sorte? enfim... A duas versões da linda Deixa Eu Tocar Seu Coração com o ótimo grupo Luance e depois com a rapaziada do Jeito Moleque. Essa eu não conhecia o famoso Samba do Trabalhador na voz de Darci da Mangueira e Grupo Nosso Samba, conhecia na voz do Martinho da Vila os famosos versos, "na segunda feira não vou trabalhar e e e a..."

A faixa Amante, Amor, Amiga nas interpretações de Belo e grupo Intuição, música bem alta e pra cantar tem que ser bom.  A clássica Amor Verdadeiro do grupo Da Cor do Pagode em uma versão de estúdio do grupo Panela Preta, ficou bem legal. A música Coração Radiante tocou bastante no Rio de Janeiro na interpretação do grupo Samba Solto, mas estourou para o Brasil através do grupo Revelação, já que é uma composição dos integrantes Xandy de Pilares e Mauro Junior.

Legal ver um pagode dos bons regravado pela nova geração, é o caso de Nosso Dia Dia que saiu no CD do grupo Sensação (Canto Nacional de 1994) e agora na voz de Carlos Junior. Tem também não uma, nem duas, nem três, mas sete! regravações de Já Que Tá Gostoso Deixa (Paulo Santana/Jorge Santana), essa é pra matar papai e maínha literalmente.  Pesquisando vi que o primeiro artista  a gravá-la,  foi o Grupo Malakacheta em 1986. 

Outra faixa rara é o partido Sarna Que Não Desencarna que eu conhecia nas vozes de Arlindo Cruz e Sombrinha, mas achei essa do Grupo Pele de Gato. E o que dizer da belíssima música Gema com a suave Tereza Cristina e com o vozeirão do Grupo Redenção, essa eu conhecia a primeira versão com a Maria Bethânia e mais recentemente o grupo Revelação também gravou ao vivo. Bom tem outras baixe curta a vontade.


Clique na capa e baixe

http://www.4shared.com/rar/wxMijilWba/Pagode_Samba_Regravaes_volume_.html?
                                          Clique para ver a lista de músicas


quarta-feira, 1 de abril de 2015

Regravações volume 7 a procura continua.





Mais um volume a vista e muitas novidades (nem tão novidade assim para alguns né rs). Mas qual foi minha surpresa perceber algumas jóias, como a música Um Bolero Qualquer do Biro do Cavaco é aquela mesma regravada pelo Katinguelê no CD Na Área, Biro e Salgadinho sempre foram bons amigos. Abri uma exceção e coloquei Lá Vem a Bahiana, originalmente gravada por João Gilberto, agora na voz de Jamelão, é que essa música é tão bacana e nem dá pra perceber a linha que separa ali samba/MPB/Bossa.  Tem a faixa Ilha da Felicidade de Carica e Prateado gravada nas vozes dos grupos Cor da Pele e Sensação (em ambos Prateado estava envolvido).  Tem a clássica Fogueira de Uma Paixão, versões ao vivo tem bastante por aí, mas essas duas versões de estúdio são bem legais, a primeira gravação com a Leci Brandão e a outra na voz do compositor da música o saudoso Luiz Carlos da Vila. E sempre rola umas curiosas, como a gravação de Overdose de Emoção do grupo Da Melhor Qualidade, uma versão independente do começo de carreira da rapaziada e a outra numa roupagem de super produção (aqui, infelizmente, tem-se a confirmação que as vezes o dinheiro melhora a qualidade das coisas). E o samba-rap Numa Cidade Muito Longe Daqui do Rappin Hood e depois com o Marcelo D2 ambas com participações de sambistas , Arlindo Cruz e Leandro Sapucahy respectivamente. Enfim tem outras mais, confira no set list e já adianto que esta em vista o próximo volume de nº 8.


http://www.4shared.com/rar/K1moXdCQce/Pagode_Samba_Regravaes_volume_.html