quarta-feira, 13 de julho de 2016

Eu DJ?

Quem nunca sonhou em ser jogador de futebol, DJ ou cantor de sucesso atire a primeira pedra...calma! não precisa tacar tijolo também! Jogador joguei pouco na época que existia a posição ponta direita eu era um, camisa 7 que corria muito tipo Euller o filho do vento, mas me inspirando no Muller do SPFC! Passou...adolescência chegou e ser DJ era minha meta!. 

Já com 13 para 14 anos ia aos bailes e me interessava mais as sequências musicais , os discos de vinil, a aparelhagem do que outra coisa que rolava, como as gatinhas (quer dizer nesse caso sempre me envolvia rs), as danças e outros aditivos a mais do baile. Cheguei a colecionar discos de vinil com um “amigo” o Dão, só que ele provou ser um “Drão” e roubou meus vinis , vendeu para outras pessoas e sumiu. 

Ainda fiz parte de uma equipe junto com um colega do primeiro grau do colégio Ayres Neto, o Paulo PESO, a nunca famosa Equipe Som Black  - O Som de Sampa, outra vez meus vinis se espalharam, me enrolaram e fiquei a ver navios. Por último tentei a vida de cantor e me dei mais ou menos bem, primeiramente escrevi, cantei e gravei rap nos grupos Dimensão Rap, RDS (Retrato do Sistema), Organização Brutal, Posse Símbolo Negro e Mente Aberta. Depois como letrista tive músicas gravadas pelos manos do Alvos da Lei (Cena do Loco) e Jamal (Lunático). Tempos depois me enveredei para o samba/pagode e alguns grupos gravaram composições/parcerias minhas como o Grupo Eterna Aliança (Só Seu Beijo) e Grupo Karicia (Romance Virtual) e cheguei a gravar/cantar/compor quatro faixas em coletâneas com os grupos Filosofia do Amanhã/Samba Primazia e um CD solo com o Grupo Puro Prazer.

Bom essa introduçãozona para quê? Enfim para postar um arquivo que achei perdido, descrito como DJ TCHELO. Escutando aqui é uma coletânea de “produções” e exercícios que fiz fuçando o programa Virtual DJ. 
Nessas pseudo produções usei um pouco de musica brasileira e procurei misturar com hip hop e dance dos anos 80/90. Então tem umas coisas malucas, experimentalismos  com , funk, MPB, Dance Music e bases de rap. Está mais para aqueles vinis tipo DJ Construction, na verdade é apenas uma tiração de onda in loco.  Tudo quando é na fase de descoberta é legal, depois enjoei do programa, mas um desses na década de 80 ia fazer estragos no bom sentido.


Clique na capa mas...Advertência! contém sambadas, deslizadas e atravessadas.




terça-feira, 12 de julho de 2016

Bem vindos a Casa da Dor! House of Pain

Não entremos nessa rap branco etc e tal, porque entraria num campo social político chato pra caralho. Mas enfim, música is music! E o grupo House of Pain (Casa da Dor) marcou época na década de 90 com seu modo agressivo de cantar e principalmente pelo hit Jump Around.

A primeira vez que ouvi os caras foi na MTV no clipe da famosa música acima, enérgico! uma paulada na mente. Bases e levadas cruas e nervosas o negócio chegava a ser hostil mesmo. Os branquelos fudidos da East Coast americana fincaram sua bandeira no hip hop mundial. As idas na casa do meu amigo PESO, junto com o Reni e Juliano sempre rolava um som do House of Pain era época do bate cabeça.

O dimiliduques coloca o debut da rapaziada, com o primeiro CD Fine Malt Lyrics, lançado pela Tommy Boy Records em 1992. O grupo era formado por Everlast, Danny Boy e DJ Lethal, um time pesado.  O integrante mais visado era Everlast (Erik Schrody) , espécie de líder nato, ele já havia lançado um trabalho solo (Forever Everlasting – 1990) pela Rhyme Syndicate de Ice T, mas passou despercebido, por isso montou o House Of Pain. No começo se juntou com o amigo de escola Danny Boy (Daniel O’Connor ),  DJ Lethal (Leor Dimant) entrou logo depois, já que seu pai era um colecionador de discos de vinis com mais de 4500 LPs de jazz, de onde a maioria dos samplers do grupo saiu. Lembrando que a produção do disco se deve ao talentoso Dj Muggs do Cypress Hill que também trampou no segundo CD dos caras. Outra curiosidade é que o grupo se dizia descendente de irlandeses, mas na verdade só Leor/DJ Lethal era verdadeiramente, mas enfim isso foi usado também como um diferencial para conquista de público. O estilo e fama dos irlandeses na américa sempre foi de brigões, beberrões, mulherengos e apreciadores de armas de fogo.


Encerraram suas atividades em 1996 depois das baixas vendas do CD lançado nesse mesmo ano (Truth CrushedTo Earth Shall Rise Again). Danny Boy acabou virando empresário e trabalhando com artes gráficas (foi ele quem criou o logo do grupo), faz parte da equipe de Graffiti Dissizit e cria designs para a marca Pain Gang. Ainda flertou com a música  formando os grupos ATF e Xsupermodels, mas o projeto mais falado foi junto com os ex companheiros no La Coka Nostra.  DJ Letahl se deu bem entrando na banda de Nu Metal Limp Bizquit, fazendo relativo sucesso quando o estilo estava em alta junto com Korn e colaborando com outros grupos como Evanescence. E Everlast lançou-se como cantor folk/rok/pop/rap lançando 7 discos:  Forever Everlasting (1990), Warner Bros. Records, Whitey Ford Sings the Blues (1998), Tommy Boy Records, Today (EP, 1999), Tommy Boy Records, Eat at Whitey's (2000), Tommy Boy Records, White Trash Beautiful (2004), Island/Def Jam, Love, War and the Ghost of Whitey Ford (2008), PIAS/Martyr Inc Records Songs of the Ungrateful Living (2011).   Como grupo eles lançaram três discos na carreira;  Fine Malt Lyrics (1992/Tommy Boy Records), Same as It Ever Was (1994/Tommy Boy Records ) e Truth CrushedTo Earth Shall Rise Again (1996/Tommy Boy /Warner Bros).

Pule para a capa e baixe! 

Obs: Contracapa ilustrativa, já que o arquivo contém o CD original com apenas 15 músicas.



segunda-feira, 11 de julho de 2016

Rap suave e jazzístico do trio Digable Planets

O trio Digable Planets, surgiu na Philadelphia (depois eles se mudariam para o Brooklyn NY) em 1991, Mary Ann “Ladybug Mecca” , Ishmael “Butterfly” Buttler e Craig “Doodlebug” Irving faziam um hip hop alternativo com fusão no jazz.  Em 1993 eles lançaram o single de Rebirth of Slick (Cool Like Dat) que sairia depois no CD Reachin (A New Refutation of Time and Space)  pela gravadora Warner pelo selo Pendulum.  A musica foi sucesso imediato e ficou em 15º lugar na Billboard. E é esse trampo que o dimiliduques deixa pra vocês. Um rap cheio de referencias psicodélicas nas letras, consciência política, afro descendência, viagens abstratas e poesia. A levada era simplista e calma, mas dava todo um estilo descolado para o grupo. A Ladybug Mecca era uma gata, quer dizer na época eu sonhava com essa mina. O detalhe é que em seu sobrenome tinha o Vieira, já que ela é filha de dois músicos de jazz brasileiros (mãe cantora e pai instrumentista), ela foi criada nos EUA. O som do Digable chegava a ser elegante, continha pitadas de Cool Jazz e soul em seu universo musical. Depois do lançamento do primeiro trabalho, eles começaram a se apresentar/experimentar ao vivo com uma banda, com direito em algumas ocasiões a violoncelo, sax, trompete, bateria, contrabaixo, guitarra, ecos nas vozes, teclados e percussão.
Apesar de não serem os pioneiros nessa fusão, pois isso foi primeiramente experimentado por Gill Scott Heron e The Last Poets nos anos 70, depois a banda Cargo fez o single Jazz Rap em 1985 e um dos que mais adentraram no estilo foram Guru e seu grupo Gang Starr. O Digable Planets veio no inicio de 90 mas de maneira inovadora fez um jazz rap suave que teve uma legião de fãs e influenciou muita gente.  Ganharam um Grammy e foram sucesso de crítica. Seus samplers continham trechos de artistas diversos tanto como The Gap Band, Earth, Wind and Fire, James Brown,  KC and The Sunshine Band como The Modern Jazz Quartet, Herbie Hancock, Art Blakey, Curtis Manfield e Sonny Rollins.  Foi por essa época que o jazz entrou de vez na paleta musical do DJs e produtores. Assim gotas jazzísticas musicais foram espalhadas nos discos de rap alternativo;  Nas, Common, De La Soul, Arrested Development,  A Tribe Called , The Roots, The Fugees, Pharcyde... Aqui no Brasil essa influência poderia ser ouvida em pitadas no grupo Mzuri Sana, Slim e Kamau.

Em 1994 eles lançara o segundo álbum elogiado por  muitos, intitulado Blowout Comb pela Pendulum/EMI, um álbum mais musical, que usou mais instrumentos de verdade e uma banda de jazz. Nesse álbum os vocais estão ainda mais suaves, altura mínima de maneira que a voz não se sobressaísse sobre os instrumentos. E também é um disco em que falam mais sobre cultura urbana, negritude e origens negras.  Em 1995 o grupo se separa por “diferenças criativas” após um hiato de 10 anos em 2005 eles se reuniram para lançar a coletânea com remixes, lados B em Beyond the Spectrum: The Creamy Spy Chronicles.  Essa reunião durou até 2011. Depois disso seus membros partiram para trabalhos solos e participações, mas continuam indiretamente envolvidos com musica até hoje.  Buttler  colaborou com o multi-instrumentista Tendai Baba Maraire na união conhecida como Shabazz Palaces. Ele lançou também os discos Black Up (2011) e Leje Majesty (2014) ambos pelo selo SubPop. Irving também gravou dois álbuns como Cee Knowledge & Cosmic Funk Oschestra,  independentes e de tiragem limitada pela Heaven and Earth Recordings em 2000. Já Ladybug Mecca lançou em 2005 o álbum Trip the Light Fantastic pela Nu Paradigm, e teve participações: no trabalho da Sony sobre Billy Holiday (Remixed and Reimagined), com Dj Moe Choi, com Del tha Funkee Homosapien e até em um projeto de dublagem da personagem Tracey Triceratops num CD para crianças, continua se apresentando como DJ Lady Mecca.

Clique na capa e diga, que bom planetas!








sexta-feira, 8 de julho de 2016

Run DMC os carinhas que moravam logo ali no Queen's

A banda de rap RUN DMC  foi formada em 1981 no Queens em Nova Iorque,  por Jason “Jam Master Jay” Mizel, Joseph “DJ Run” Simmons e Darryl “D.M.C.” McDaniels.  Engraçado que o DJ Run virou um dos Mc’s do grupo e a nomenclatura DJ o ficou, pois ele realmente foi um DJ reconhecido por acompanhar um dos pioneiros do rap, Kurtis Blow,  mas no grupo quem comandou os toca discos foi o Jam Master Jay. Run também é irmão de Russel Simons co-fundador da Def Jam records.

Em 1983 lançaram três singles Sucker MC’s, Jam Master Jay e Hard Times, que antecederam o lançamento do LP RUN-DMC  de 1984 pela Profile Records. No ano seguinte,  mais três singles : "King of Rock", "Can You Rock It Like This", "You Talk Too Much", antes do lançamento LP King Of Rock, esse com algumas guitarras a mais. Importante salientar que os singles eram o discos de vinil de 7” polegadas, menores e com uma faixa de cada lado que rolavam em 45 rpm , motivo pelo qual a música quando era tocada no rádio saia mais encorpada, numa qualidade muito boa. Só que aqui no Brasil padronizaram as vitrolas para 33 ½ rpm  e os compactos baixaram de qualidade, ainda mais quando saiam com quatro faixas , duas de cada lado, o resultado era pior ainda. Só depois que inventaram os LPs de 12” para os DJs tocarem na noite e a qualidade melhorou um pouco.

O blog dimiliduques coloca para vocês o terceiro álbum do RUN DMC e um dos mais aclamados do grupo. Já que foi ele que abriu de vez as portas do sucesso para essa rapaziada. Com lançamento em 1986 pela Profile Records, foi logo alcançando o quinto lugar na parada Billboard Hot 100, primeira vez que um grupo de rap conseguia tal proeza. A canção era Walk This Way parceria mais que entrosada entre RUN DMC e a banda roqueira Aerosmith. O álbum aparece na lista de 500 maiores álbuns de todos os tempos da revista Rolling Stone, ocupando o número 122.

Sobre o lado pessoal, já que o blog é tal, me lembro da primeira vez que vi o LP. Era um domingo de manhã de 1990 e meu amigo PESO, o qual estávamos formando um grupo de RAP (Dimensão Rap), me acordou. Era fácil me acordar, já que eu dormia na sala e a casa dos meus pais era de dois cômodos. Ele eufórico para escutar o disco que acabara de comprar e eu impressionado com as cores da capa. Chamou-me a atenção o nome da música Adidas e procurei um tênis da marca no pé de um dos integrantes, pensei comigo: vendidos. Mas quando botei o disco no 3 em 1 Gradiente de casa, na hora gostei do som dos três manos. A produção de Rick Rubin e Russel Simmons foi certeira. Destaques: A entrada de Peter Pipe até hoje me faz arrepiar, os vocais quebrados, um scratch mandando a deixa e o instrumental com sampler de Bob James (da faixa Take Me To The Mardi Gras de 1975). 

E assim o disco vai fluindo com a faixa It’s Tricky com um riff de guitarras e bateria no compasso. Depois vem o My Adidas uma ode ao tênis  da marca (num merchandising oitentista). Depois vem Walk This Way com um solo contagiante que gruda na mente. Is It Live com uns bongos dando um clima swingado. A minimalista Perfection. E a introdução de Hit Run com ecos nas vozes para depois entrar uma base pesada entremeadas por beat box. Raisin Hell também é a típica mistura do rap com rock, pode-se dizer que é o embrião que se inspiraram bandas como Faith no More ou Anthrax. You Bellin é a faixa mais animada do disco, foi até surrupiada pela banda brasileira Inimigos do Rei no hit Adelaide. Dumb Girl parece que foi feita para dançar break por sua construção de beats. Son Of Byford usa beat boxes nas suas batidas, apesar do grupo Fat Boys serem os melhores nesse estilo, o RUN DMC arrebentava também. Proud To Be Black, outra faixa que prova que a levada dos caras e as colagens de Jay faziam a diferença, transformando uma base simples em algo empolgante.

Daqueles trabalhos feitos com poucos recursos, criatividade, talento e verdadeiramente old school, para qualquer marmanjo que viveu o rap na década de 80/90 relembrar e as novas gerações apreciarem. Quem acompanhou o seriado Todo Mundo Odeia o Chris ouviu alguns sons do grupo e até um episódio (Todo Mundo Odeia DFN 1986) que eles estavam envolvidos no enredo indiretamente. 

Clique na capa Run! Run! Run!





quinta-feira, 7 de julho de 2016

Rita Lee roqueira e pop

Eu como fã de black music/soul/samba nascido na periferia de São Paulo nem dava muito atenção a chamada “rainha do rock”, o movimento rock Brasil chegou em mim aos pingos. Meus primos e alguns amigos consumiam tudo sobre, pois eram fãs ardorosos do movimento que teve seu auge na década de 80. Obviamente como amante de música acabei escutando várias fitas, vinis e também no rádio e TV. E detalhe ganhei da minha mãe uma blusa azul royal com o desenho em verde limão escrito Blitz Rodioatividade.

Vamos falar de Rita Lee Jones, dispensa apresentações, também uma artista que fez parte da lendária banda Mutantes, foi envolvida indiretamente com o tropicalismo, lançou 32 álbuns e que vendeu “só” 55 milhões de discos na carreira solo... Tempos depois, escutando alguns de seus discos, entende-se a linguagem pop rock em que ela se inseriu. Coisa feita com esmero, alguns  podem até não gostar,  achar brincalhão demais ou sem conteúdo social / político, mas era isso mesmo, desbunde, esculacho, curtição e entretenimento. O lado mais sério da Rita aparecia quando ela falava para o sexo feminino em letras como Cor de Rosa Shock, Menopower, Elvira Pagã, Luz Del Fuego, Doce Pimenta, Todas As Mulheres do Mundo, Pagu ou espetava a censura da época com a linguagem das ruas ou mandava recados malcriados aos “amigos” da MPB.

 Via-se claramente que o negócio ali era puramente alma musical. Aí pergunto e a revolta/rebeldia, contracultura? Então...a partir do momento que você anda por uma estrada diferente daquela traçada pelo medalhões da MPB da década de 70 (Gil, Caetano, Chico Buarque etc..) você já esta se rebelando contra algo, e tinha a trilha rock and roll para dar um toque juvenil na parada.
Vamos falar musicalmente, o blog dimiliduques põe a disposição o LP de Rita Lee - 1979, gravado pela Som Livre. Uma pérola do pop! Aqui a músicalidade de Rita Lee se encaixou com a de Roberto de Carvalho, literalmente.

Um ano antes o LP Babilônia já prenunciava potencialidade para o sucesso e se desvencilhava aos poucos dos músicos que a acompanhavam da banda Tutti Frutti (exceto R. de Carvalho) para abrir espaço para a formação da banda Cães e Gatos .

Mas o LP de 1979 era a volta da Ovelha Negra ou algo do tipo, já que Rita teria que provar que Babilônia poderia ser superado em suas 150 mil cópias e que suas composições poderiam cair no gosto do público. E assim sucedeu um repertório com algumas baladas como Mania de Você (Rita Lee/Roberto de Carvalho) e Doce Vampiro (Rita Lee) ou pop rocks ligeiros como Papai Me Empresta o Carro (Rita Lee/Roberto de Carvalho) e uma faixa com pitadas de disco music Chega Mais (Rita Lee/Roberto de Carvalho). Detalhe, na música Arrombou a Festa II (Paulo Coelho/Rita Lee) a dupla de autores deu continuidade a letra de 1976, destilando suas farpas de maneira direta e escrachada para a Música Popular Brasileira e afins.  E deu no que deu, vendeu 160 mil em dois meses e ao longo do ano 500 mil cópias.

A produção ficou a cargo de Guto Graça Melo e no time de músicos: Rita Lee (vocal, flauta de vara, violão ovation, percussão), Roberto de Carvalho (vocal, guitarra, violão ovation, teclados, piano elétrico), Sergi Dias Baptista (violão 12 cordas), Naila Skorpio (percussão, kalimba), Guto Graça Melo (percussão), Esdra Nenen Ferreira (apito), Ariovaldo Contesini (congas), Lee Marcucci (baixo elétrico), Edmundo Maciel (trombone),  Netinho (clarineta), Aurino Oliveira (sax barítono), Zé Bodega (saxofone), Hamilton Pereira Cruz e Marcio Montarroyos (trompete), Jamil Joanes (baixo), Lincoln Olivetti (baixo Synth, Oberheim, Piano Yamaha, piano elétrico), Robson Jorge (guitarra), Picolé (bateria, ro-ton-ton)  e o coral luxuoso de Claudia Telles, Jane Duboc e Sônia Burnier.. A fotografia foi de Luiz Garrido e a capa teve a direção de arte de Hanns Doner.

Nada melhor do que não fazer nada é clicar na capa








quarta-feira, 6 de julho de 2016

Os W's do Gangsta rap

Embora eu seja um fã declarado de N.W.A. (Niggers With Atitude) outro grupo que era pesado se chamava CMW (Compton Most Wanted) ou os Mais Procurados de Compton. Falando em letra W o grupo foi um representante legítimo do West Coast Gangsta Rap, estilo que falava de crimes, gangues, armas, drogas, mulheres e usava gírias, palavrões em suas letras para escancarar verdades do submundo do gueto, além de usarem um visual baseado nas ruas. Mas apesar do som sisudo eles encontravam espaços em seus álbuns para lançaram coisas mais reflexivas, leves e dançantes sempre com um funk/soul setentista de base. O grupo surgiu em 1989 na Califórnia e usa o nome do seu gueto que é o bairro de Compton.

O blog dimiliduques põe a disposição o disco de estreia da rapaziada, intitulado It’s a Compton Thang lançado em  1990 pela Orpheus Records. Infelizmente esse trabalho não tem o hit mais conhecido deles que seria a faixa Growin Up  in The Hood (que é de 1991 e entrou no filme Boys in the Hood), mas vou te falar a verdade , é G-funk e gangsta rap na sua essência.

Produção de primeira dos Djs The Unknown e Slip, sou suspeito, já que eu “pago um pau” pra esse trampo. Basta ouvir quase todas as faixas! tipo Give Up, Im Wit Dat, Duck Sick, Ladie Night Hype, Final Chapter, I Mean Biznez,  One Time Gaffled em Up e a faixa título Its a Compton Thang. Isso posto, vai entender que o gangsta rap para boa parte da geração de ouvintes de rap em 90 é mais que letras sujas, mas um instrumental que ia na sua alma primeiramente e um malandreado na levada que hipnotizava.  Dava uma vontade de aumentar o som no último e realmente fazíamos isso. O grupo marcou época, mesmo sua passagem sendo meteórica, apenas três álbuns oficiais, CMW é old school dos mais considerados no rap.

O grupo teve em sua formação Ant Capone,  Dj Slip, The Unknown Dj, Boom Bam, MC Eiht, Tha Chill MC, DJ Mike T e Da Foe. Nesse disco de  estreia além de Mc Eiht e Tha Chill esta na capa o membro DJ Ant Capone (branco), ele participou apenas desse disco e saiu, muito se falou porque antes mesmo do disco estar nas lojas ele foi demitido, então ficou meio que um desconhecido. Criou-se lendas e histórias sobre esse membro do CMW do primeiro LP; vários boatos surgiram contando que na capa era um primo do MC Serch, que era o engenheiro de som Mark Edwards, que era um membro de gangue que apareceu na hora da foto, que era um dos roadies do grupo na época, que era o Krazy D que participou da música Dopeman do NWA e até que era um branco aleatório do bairro e que eles só o colocaram para vender discos aos garotos brancos.

 Aaron Tyler ou Mc Eiht era o cara do grupo (e eu jurava que era MC Eight!), letrista e vocalista, mas largou o posto em 1992, lançou-se como ator no filme Perigo para a Sociedade e começou a carreira solo ao lado de DJ Slip em 1994, o grupo CMW acabou se dissolvendo por essa época. Mas voltaram com os antigos membros e Eiht em 2000 para o álbum Represent e em 2006 com o álbum Music To Gang Bang. Ainda teve a coletânea em 2001 chamada When We Wuz Bangin 1989-1999.

Os mais procurados de Compton, e você achou!, clique na capa !





Repost: Ndee Naldinho com o nome cravado no hall dos guerreiros do rap



Vou começar esse texto fazendo uma viagem para o final dos anos 80 e minha opinião na época acerca de Ndee Naldinho. “Um rapper novato que faz mais covers do que o próprio rap, escute o refrão , A Lagartixa na Parede, é mais uma tradução exótica e parodiada da original DJ Innovator do rapper americano Chubb Rock. A voz  de Ndee também é meio forçosa e as bases pouco criativas, já prontas.” 

Enfim... obviamente não escrevi isso na época. Até porque eu tinha 16 anos e estava formando ainda minha base de opiniões. Mas serve para você (e eu) entendermos que as vezes a nossa mente evolui  ao passar dos anos e se livra de preconceitos e radicalismos. Minha cabeça era mais fechada e o que eu admirava de rap tinha que ter o mesmo estilo de NWA, Public Enemy, Ice T e Racionais, drogas, armas, crime, enfim era pura falta de informação e bom senso de minha parte. E tem também a visão turvada de que , “se ele lançou a lagartixa, o disco solo dele deve vir na mesma linha” e acabei nem dando a merecida atenção. Mas hoje (re)executando o primeiro trabalho de Ndee Naldinho chego a outra opinião. 

Mas vamos falar primeiro um pouco sobre o rapper que nasceu na Bahia mas foi criado no Jardim Miriam Zona Sul de São Paulo e depois Diadema. Sua história no rap tem um pouco das equipes de baile black em São Paulo. Pois foi através desses bailes que ele começou a se apresentar e a cantar. Em 1988 já fez uma estreia de responsa na coletânea (histórica), O Som das Ruas, que saiu pela Chic Show. Na ocasião ainda com o nome de Ndee Rap gravou as faixas; Rap de Arromba e o grande hit do LP a Melô da Lagartixa. 

Depois em 1991 lançou o primeiro trampo solo pela TNT Records, intitulado Menos Um Irmão, Chega Disso, que o blog dimiliduques deixa pra vocês. A produção ficou a cargo do renomado (mas que naqueles anos estava em início de carreira) DJ Cuca. E na época novamente a pecha de rapper sátira foi apontado no agora Ndee Naldinho. As letras ainda estavam ganhando forma e naquele início de 1990 eram mais hedonistas e de certa forma inocentes. Desse álbum a faixa que fez mais sucesso foi “E Essa Mulher? De Quem É?” com uma letra mais suave, viajante, divertida o que acabou obscurecendo a execução das outras faixas mais sérias. Outra que também foi muito tocada nos bailes e nas rádios, a faixa título, a famosa e mais conhecida como "Puxa o Revolver". 

Nas bases de algumas faixas se nota samplers de raps dos anos oitenta e funks a misturar-se com sintetizadores, teclados, baterias eletrônicas e sequenciadores. Outra coisa interessante é o uso de frases de discos sertanejos (Leó Canhoto e Robertinho em  E Essa Mulher de Quem É). Mais tarde ele usaria também de filmes nacionais antigos como os de Mazzaropi (isso no disco Humanidade Selvagem de 1993). Minha opinião, e até hoje vejo desta forma, é que a voz de Naldinho encontrava eco em similaridade com o rapper nova-iorquino Kurtis Blow. Um vozeirão, lógico que com a devida entonação, acabou sendo um estilo próprio de cantar.  O legal é que ao longo de sua discografia Ndee Naldinho ele foi eclético e pôs em suas gravações faixas remix, versões em  instrumental, samba rocks e música romântica. 

Mas Ndee Naldinho pode-se dizer um dos soldados do rap que sofreu as agruras de altos e baixos e com muito esforço chegou a general. Foi guerreiro e não se abateu na caminhada por seu devido valor, gravando uma vasta discografia com 14 trabalhos. Som das Ruas (1988), Menos Um Irmão Chega Disso (1991), Só Porque Sou Favelado (1992), Remix (1993), Humanidade Selvagem (1993), Bem Vindo ao Hip Hop (1995), Você Tem Que Acreditar (1997), Ao Vivo (1998), Apocalipse (1999), Preto do Gueto (2000), Ao Vivo 2 (2001), O Povo da Periferia (2001), Nunca é Tarde Pra viver (2003) e Remix 2 (2007).

Ao longo de sua carreira ele foi amadurecendo e encontrando no gangsta rap sua verdadeira vertente, quem ouve atualmente os discos dele (principalmente a partir de O Apocalipse - 1999 ), consegue achar mínimos resquícios daquele rapper que gravou a “Melô da Lagartixa”. Isso o tornou em alguns momentos carrancudo nas letras e os temas quase sempre rimavam sobre o crime e a violência na periferia. Mas quando se ouve Mina Firmeza do CD Preto do Gueto (2000) ou Povo da Periferia do CD homônimo (2001) , se vê que no fundo ainda vive aquele jovem Naldinho. O importante é ter hombridade para mudar, aceitar as mudanças e seguir em frente no seu propósito de cantar rap no Brasil. Hoje ele é considerado e reconhecido por muitos compatriotas, como um dos pionieors do rap, citado por exemplo por artistas do calibre de: Thaíde, Sampa Crew, Racionais MC’s, Xis, Tribunal Popular, Sistema Negro e outros.


Clique na capa, é isso, chega disso...








Repost: Beastie Boys voando baixo

Poxa, curto o Beastie Boys desde aquele famoso play deles , capa dupla de 1986. A capa tem a foto de um avião se chocando e o título do trampo é  Licensed to iII. Bom a historinha por trás capa é a seguinte: o produtor deu a ideia maluca, imaginando que se eles tivessem um avião igual a banda Led Zepellin com o logotipo do grupo na cauda etc... e a maneira exacerbada, glamourosa dos rock stars e seu poder, estão contextualizados na colisão e destruição.

Já vemos por isso que o disco teve a participação decisiva do produtor e fundador da gravadora Def Jam, Rick Rubin.  É difícil falar de toda a trajetória dos caras, mas vou tentar resumir ao máximo. Eles começaram em 1979 mas como uma banda de punk rock de nome The Young Aborigines. Mas somente em 1981 é que mudaram de nome para The Beastie Boys com o trio Adam Yauch (MCA ), Michael Diamond (Mike D) e Adam Horovitz (Ad-Rock).

E no começo eles misturavam rock/punk e rap, num caldeirão que estava bem a frente do seu tempo e ganhou rótulos como rapcore, e rap metal. As letras eram dramas adolescentes e besteirol total, nada sério. Na época , músicas como Rhymin, Stealin e Paul Revere chamavam a atenção pela inovação, criatividade instrumental e de montagem. E tem que se por nos créditos o começo da MTV. Eles souberam aproveitar esse espaço e lançaram alguns vídeos clips para a grade da emissora, que depois se tornou referência em vídeo music.

 Esse estilo por eles não patenteado desembocou em algo totalmente oposto. Pois o segundo disco deles seria o amado/odiado Paul’s Boutique de 1989, no qual eles foram mais puristas com o hip hop e mais politizados nas letras. Mas isso pode ser bate papo para outra oportunidade.
Pilotaram esse avião desgovernado e conseguiram alçar vôos mais altos no futuro.  Na discografia deles tem-se a disposição mais dez trampos, são eles; 1989 - Paul's Boutique, 1992 - Check Your Head, 1994 - Ill Communication, 1998 - Hello Nasty, 1998 - Love American Style, EP2003 - In A World Gone Mad, 2004 - To the 5 Boroughs, 2007 - The Mix-Up e 2011 - Hot Sauce Committee Part Two.

Em 04 de  Maio de 2012 eles perderam o integrante Adam Yauch (MCA) para um câncer na glândula parótida. Em 2014 oficialmente o fim dos Beastie Boys foi anunciado na mídia pelo membro Mike D. Mas o legado musical desses branquelos é indiscutível.


Clique na capa e bata de frente




 Agradecimentos ao site http://lostjewelzent.blogspot.com.br/

sábado, 2 de julho de 2016

James Todd Smith um rapper legal

Existem “plays” (assim eu e uns camaradas chamávamos os LPs na década de 80), que realmente te pegam pelo lado emocional. Não só o som, mas a capa, as cores, o cenário te remete a um ambiente que te lembra pessoas e assim por diante.  Desse LP B.A.D. (Bigger And Deffer) lançado pela DEF JAM Recordings em 1987 tenho o maior carinho. Ele é o segundo trabalho de LL Cool J que traduzindo daria Ladies Love Cool James ou As garotas amam o James, um cara legal.  Não vou me estender sobre a carreira de LL pois o cara já é um ícone do hip hop mundial, suas músicas aqui no Brasil eram populares nas rádios (principalmente programas de black music) e depois na televisão via MTV e programas de vídeo clips.

A capa chamava muito a atenção, as vestimentas do rapper com um “chapéu de pescador”  , agasalho esportivo , correntona de ouro e um tênis vermelho invocado. LL Cool J esta em cima do capô de um carro em frente a um colégio (Andrew Jackson High School), localizado no Queens, o mesmo em que ele abandonara no segundo grau anos antes. Chama a atenção na foto tirada por Glen E. Friedman as cores subaquáticas esverdeadas das luzes e das paredes do colégio ao fundo. Vale frisar que o fotógrafo fez capas para bandas punk como Minor Threat, Black Flag, Agression, Fugazi, Circle Jerks, Suicidal Tendencies e de rappers como Run DMC, Ice T, South Central Cartel, Public Enemy, King T , 7A3 e Beastie Boys. E o detalhe que a foto da contracapa foi feita  no porão da avó do rapper, local em que morava na época.


Mas quando falo desse LP lembro de uma reunião que fazíamos na Vila Missionária, Jardim Selma, Jardim São Jorge lembro mais na casa se não me engano que era do Dj Vandão. Ali trocávamos ideias sobre o movimento rap com os grupos Artigo WRD, MC Tcha Tchai, MC Tcheba, DJ Abel e Derik System Rap. Rolavam uns ensaios também e o DJ Marcelo M Jay fazia um back to back com dois desses LPs de LL Cool J. acho que  era a faixa I’m Bad. Aliás destaco essa faixa mencionada e mais Kanday e I Need Love.  A produção é da The L.A. Posse (darryl Pierce, Dwayne Simon e Bobby Erving), scratchs de Bobby Bobcat Ervin. A produção também conta com a participação de DJ Pooh que é roteirista nos games da franquia GTA, San Andreas e V. 

Mano o disco é old school na veia, levadas/flows dos anos 80 e instrumentais criativos clique na capa e baixe!






sexta-feira, 1 de julho de 2016

Samba de orquestra

Olha aí mais um novo/antigo arquivo perdido achado...cara que salada!, bem vou primeiramente fazer um mea culpa. Esse LP nem sei de onde eu baixei, confesso que eu não havia conseguido escutá-lo. Só agora depois de nove anos , sim pois no DVD de arquivos que achei na gaveta estava descrito de caneta, "Arquivos 2007 Tchelo". O disco chama-se Sambistas da Guanabara – Show de Samba vol. 1 da gravadora Odeon, datado de 1961.  Músicos participantes? Não consta, mas provavelmente eram músicos do próprio estúdio da Odeon. O que parece são os créditos para os maestros Lindolfo Gaya e Osvaldo Borba, mais a direção artística de Ismael Corrêa.


Agora vamos lá ao veredito: sensacional! Parece um disco feito meio que por uma big band. Ele é todo instrumental e tem uma sonoridade ”samba de Walt Disney”, sei lá tipo aquele desenho Saludos Amigos, com o Zé Carioca batucando com o Pato Donald.  Mas é um ótimo disco, com clássicos como Se Você Jurar, Carinhoso, Samba de Uma Nota Só,  Na Baixa do Sapateiro, Com Que Roupa e outros.  Se canções tem a capacidade ou magia de transportar este me levou a São Paulo dos anos 60, um lugar com um táxi DKW-Vemag,  chapéus Fedora e ternos de linho.

Tipo trilha sonora de filmes antigos clique na capa abaixo e escute




Repost: O som gangsta é trilha em Perigo Para Sociedade

No post de hoje trazemos a coletânea/trilha sonora do filme Menace II Society (Perigo Para Sociedade). Um grande sucesso na década de 90, onde vários filmes de gangs de rua foram feitos. E todos eles com trilhas com bastante rap e black music. Outros que são bons na tela e no som são Colors (As Cores da Violência), Faça a Coisa Certa, New Jake City e Boys N’ The Hood. 

Desses o que mais me chamou a atenção como filme foi o Perigo Para Sociedade de 1993, dirigido pelos irmãos Albert e Allen Hughes. Tinha em seu elenco o MC Eight, Too Short, Clifton Powell (famoso também por ser a voz de Big Smoke no game GTA San Andreas), Jada Pinkett Smith e Samuel L. Jackson.

O filme é bem gangsta, com os guetos americanos retratados. As gangs, as armas, as roupas, as drogas, a violência enfim o estilo de vida das ruas. Apesar que o enredo da maioria do filmes do gênero girassem em torno dessa tríade, Drogas, Violência e Gangues. 

Na coletânea Perigo Para a Sociedade temos coisas bem legais, na época os que eu conhecia eram MC Eight (ex-CMW), Too Short, Brand Nubian e KRS One (ex-Boogie Down Productions), mas tem umas bombas do tipo Spice 1, Da Lench Mob e Cutthroaths.

O interessante dessas coletâneas era que sempre traziam alguns grupos ainda desconhecidos pelos lados de cá (Brasil). Então com a bolacha na mão tentávamos correr atrás de informações sobre. Indo nas lojas do centro da cidade de São Paulo para ouvir/adquirir discos e CD's importados. E também  conversando com rappers ou DJs nos bailes. Já que a informação era escassa, revistas também só as importadas. 

Nas estações de rádio as informações até que chegavam em conta gotas nos programas especializados em black music, mas se focavam nos sucessos das paradas. Grupos mais undergrounds, eram mais raras as informações. Somente com a chegada da internet as coisas começaram a mudar, isso já na metade dos anos 90. Lembrando que mesmo no começo da rede no Brasil (em 1998 em minha casa) , os sites sobre esses rappers eram ainda em inglês! 

Mas enfim hoje os tempos são outros e um CD ou LP ripado às vezes são colocados para downloads, por alguns blogs heroicos que não pedem nada em troca. É o iluminismo da informação pura e simples e de quebra o áudio dos trabalhos para escutar.

Não corra perigo e clique na capa








quinta-feira, 30 de junho de 2016

Recheio Di Melo

Olha esse recheio! Digo da bolacha...digo do LP do Di Melo o Imorrível.  Esse pernambucano mostra que o estado do mangue já vinha enlameando as mentes a muito muito tempo.  Roberto de Melo Santos é seu nome de batismo, mas veio em sampa pra detonar. Em 1975 lança por aqui o seu disco cultuado, gravadora Emi Odeon intitulado simplesmente como Di Melo. Uma capa meio escura,  a meia luz com cores amarronzadas  e um sério Di Melo de óculos e boina contrastando com ele sorridente na contracapa.  Ele foi considerado um dos artistas que mais teve uma originalidade para fazer um soul genuinamente brasileiro. Nesse LP de 75 conta com participações de Hermeto Pascoal e Heraldo do Monte, orquestração  de Geraldo Vespar e direção de José Briamonte.


Na década de 90 os DJs redescobrem seu som, principalmente os europeus. E aí para um revival da carreira teve ainda o passo marcado por um documentário; Di Melo – O Imorrível.  Com uma voz meio anasalada com um forte sotaque de Pernambuco que dão além do mapa de origem, um suingue bem louco a sua música. Eu destaco as faixas A Vida Em Seus Métodos Diz Calma, Kilariô, Minha Estrela, Pernalonga e Se O Mundo Acabasse em Mel. O disco tem lá seus momentos mais calmos e até maçantes ou como podemos dizer de difícil assimilação na primeira audição. Resultado de um certo experimentalismo de ritmos como o tango, mas as suingueiras equilibram o suposto amargo e o mel. O site do cantor (aqui) da conta de dez trabalhos lançados , entre coletâneas e solos. Mesmo este LP sendo bem acessível na rede, sempre é bom poder revisitá-lo quando a saudade do soul e do balanço bate a porta.

Calma clique na capa







quarta-feira, 29 de junho de 2016

Arquivos perdidos e achados

Vou chamar esse post de arquivos perdidos e achados, porque foi bem assim o começo dele. Um DVD de arquivos perdido numa gaveta e surpresas agradáveis! E a primeira dessa leva é um compacto de 1978 da cantora  Sônia Santos, que eu conhecia mais pelo samba rock Poema Rítmico do Malandro. Mas esse compacto conta  com uma versão "discoteca"   com um pout porri de musicas do Jorge Ben e uma pedrada chamada Speed, pegada swingueira com arranjo de Oberdan que obviamente deve ser o Oberdan Magalhães da banda Black Rio!







quarta-feira, 8 de junho de 2016

Beth e Martinho, para carnavais, mesmo que fora de epóca



Esse disco saiu em 1990 e por essa época eu ainda engatinhava no samba. Mas essa coletânea dá uma boa mostra  de clássicos dos carnavais. O título do LP lançado pela gravadora RCA/BMG é O Carnaval de Beth Carvalho e Martinho da Vila. São faixas intercaladas dos dois artistas, em se tratando de animar carnaval é um disco que beira a perfeição.

Com direção de Miguel Plopschi, produção de Rildo Hora e Renato Correa e a seleção de repertório de José Milton, nos 46 minutos que se seguem você  encontra muita coisa bacana.Dá para se deixar tocar ele todo, numa festa ou churrasco. Eu gosto muito do pout porri de abertura com várias marchinhas de sucesso na voz de Beth Carvalho,  como por exemplo O Abre Alas (Chiquinha Gonzaga), O Teu Cabelo Não Nega (Lamartine Babo/Irmãos Valença), Mamãe Eu Quero (Jararaca/Vicente Paiva) e outras. Tem também as faixas clássicas Coisinha do Pai (Jorge Aragão/Almir Guineto e Luiz Carlos da Vila) e Caciqueando (Noca da Portela). Outro detalhe, foi por esse LP que eu escutei pela primeira vez e me apaixonei pela composição de Argemiro e Casquinha intitulada A Chuva Cai. Outro Pout Porri certeiro cantado por Beth é um que tem na sequência Tristeza (Haroldo Lobo/Niltinho Tristeza), Madureira Chorou (Carvalhinho/Julinho Monteiro), Barracão (Luiz Antonio/Oldemar Magalhães) e Firme e Forte (Efson/Nei Lopes). 

Já Martinho da Vila não deixa por menos e participa com o aclamado enredo de 1965 da GRES Império Serrano, Os Cinco Bailes da História do Rio (Silas de Oliveira/Dona Ivone Lara e Bacalhau).  E um dos sambas que tem a letra bem longa, a fantástica Aquarela Brasileira (Silas de Oliveira) . E não poderia faltar um pout porri de marchinhas na voz de Martinho com Pierrot Apaixonado (Noel Rosa/Heitor dos Prazeres), A Jardineira (Benedito Lacerda/ Humberto Porto), Cachaça (Mirabeau/L. Castro/H. Lobato/Marinósio F.) e outras mais.
Outra coisa que chama muito a atenção é a arte da capa feita por Elifas Andreato e Chico Nunes. 

Clique na capa e deixe arquivado para o carnaval ou para em alguma festa que mereça alegria e folia. 

   https://mega.nz/#!l1ISwTaL!hZ3ngf0ky6MHGoZBv6j02uvdRG-8UME4F4AraPrzGno