domingo, 3 de novembro de 2019

Eita que venha o volume 17 das regravações


Opa como é que tá rapaziada! vamos para o volume 17 das regravações de sambas e pagodes!!!
E já começa com um sambão Dia de Festa na voz de Zeca Pagodinho e na voz do compositor da música, Efson que nos deixou em 2014 aos 69 anos.

Depois a gente chega com a pancada Sem Retroceder, também na voz do compositor Carica e da cantora Yara Rocha.

Mar de carinhos passou nas rádios na voz de Reinaldo, mas a marrom, Alcione fez sua bela versão.

A música Meteorologia tem duas versões com os grupos, Luance e Lance da Lua, que na verdade são o mesmo grupo, mas aquele velho problema de domínio e donos de nome... 

Deusa ou Menina na versão original com o Katinguelê e com o compositor da música, Salgadinho ex vocalista, que fez também sua interpretação no seu álbum solo.

O pagode dolente, Meu Jeito já era bem bonita na versão do grupo campineiro Tom Maior, mas o Sensação na voz de Klebão fez um bom trabalho revivendo-a.

A Dona do Meu Amor, você escuta com o grupo Ponto de Encontro e com o Àgua na Boca.

Novamente o grupo Tom Maior aparece com Aborrecida, na versão do grupo Solfejo. A belíssima Supra Sumo do Amor nas vozes de Pique Novo e Klariô ambos do Rio de Janeiro.

Fervor e Sussuros saiu com o grupo Toke Divinal e teve saiu como Amor pra Valer no trabalho de Martinho da Vila. Marcas da Paixão em versões com o grupo Alô Som do sobrinho da Alcione e com o experiente grupo Art Final.

A linda Solidão de Um Poeta de Mauro Diniz teve uma  interpretação bem comovente com Chrigor e também com Reinaldo. ambos arranjos são muito bonitos.

E pra encerrar bem iluminado: Candeeiro de Vovó em quatro versões, Dona Ivone, Zeca Pagodinho, Toque de Prima e Adriana Calcanhoto.


















sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Regravações volume 16 !

Mais um número da nossa coletânea de regravações de pagodes e sambas, dessa vez ...quer dizer mais uma vez coisas interessantes.  Começamos com Meu Recado de composição do mestre Arlindo  Cruz, gravado pelo Katinguelê e até título do segundo LP da rapaziada da zona Sul de São Paulo, mas da zona Norte o grupo Casa Nossa também regravou-a e com desenvoltura (mesmo eu preferindo a crueza/simplicidade da primeira versão). 

Mas outras coisas também pela frente, já que os anos 90 foram sensacionais para o pagode e suas centenas de grupos pelo Brasil, acho que nunca tanta música em português brasileiro ficaram nas paradas quanto esse período.

 Temos duas versões da música Imagem do Ponto de encontro, uma famosa do LP coletânea que os lançaram em 1992, outra mais obscura, pois era uma tentativa de retomada do grupo com outra formação em CD mas não vingou.

Paramos aqui na letra Q...com Quero Colo do compositor Luiz Claudio Picolé muito linda e com o grupo RG Samba de São Paulo bem antes, grupo que era muito respeitado na noite paulistana por suas apresentações ao vivo. E Quem Dera...duas versões bem bacanas, um sucesso estrondoso nos pagodes.

Pra Desabafar eu conhecia só na voz do Reinaldo sucessão nas rodas de samba, mas o grupo Da Cor do Pagode na década de 90 havia gravado.


Coração de Malandro na voz de duas figuras brilhantes da música brasileira, Martinho da Vila e Jair Rodrigues, enquanto um calmo e malemolente o outro alegre extravagantemente.

Lindo Sonho do grande Mario Sérgio em quatro versões, gravado com propriedade pelo Fundo de Quintal, o Grupo Zoa Samba não zoou não!, fez certinho e cantou lindamente sua versão, Marquinhos do Grupo Sensação não decepcionou e interpretou bem ao lado de Sombrinha e Arlindo Cruz. Já a versão do Grupo Samba de Grife achei que ficou muito pra frente, mas enfim é questão de gosto.

O clássico de Luiz Carlos da Vila/Moacyr Luz; Benza Deus por Luiz Carlos da Vila e também na voz do carioca Marcelinho Moreira.

A dolente Papel de Pão que eu nunca havia imaginado ouvir em outra voz que não fosse Jorge Aragão, mas pois é, Carlão Elegante gravou antes, em 1979! uma interpretação com pegada dos anos dourados do rádio e suas serestas da década de 60.

Imaginação é uma das faixas de destaque (porque esse trabalho é muito coeso), de um dos melhores CD de pagode da década de 90, Soweto - Refém do Coração 1997, aqui interpretada pelos próprios com Belo numa fase espetacular e também pelo Grupo Disfarce dos anos 2000, mais uma espécie de homenagem, e bem feita.

Grande Almir Guineto, interpretando a escrachada Mordomia mas eis que a surpresa ao ouvi-la na voz do futebolista Serginho Chulapa que lançou um LP de samba em 1983.

Falamos a pouco do Soweto, que lançou em 1999 outra pedrada, que consolidava de uma vez o grupo no mundo do pagode antes da saída de Belo. Aqui temos o grupo interpretando Momentos e uma versão bem bonita com a cantora Helena Rangel.

E pra finalizar mais duas cantoras, interpretando Momentos de Candura, Solange ex grupo Fora de Série e a estrela Eliana de Lima.

Clique na capinha pra fazer o download.








domingo, 5 de maio de 2019

Regravações numero 15 !

Quinze é um número em que boa parte das garotas gostam de celebrar, a tal festa de 15 Anos, que é muito bonita por sinal. Eu já passei por isso pois sou pai de uma menina linda, mas enfim vamos ter a nossa festa de 15 também aqui. Mas é a décima quinta coletânea só de regravações!

Tem muita coisa legal, coisas que a gente encontra sem querer e coisas que a gente esbarra nas audições diversas.

Uma delas por exemplo Coral de Anjos do Grupo Sensação que saiu no trabalho do compositor da música. Dedé Paraíso. Outro exemplo é a gravação de Adilson Bispo para Amar é Bom do Fundo de Quintal.

A Seu Balancê (Toninho Geraes e Paulinho Resende) sucesso na voz de Zeca Pagodinho e agora na do compositor Toninho Geraes, diz que quando ele mostrou a musica para Zeca ele só disse, essa é a de trabalho, vamos procurar agora as outras.

Jorge Aragão e Roberto Ribeiro tiveram o bom gosto de ambos gravarem a ótima Resto de Esperança. 


Pingente de Bar que eu só conhecia na voz do Grupo Relíquia achei uma versão rara com Dom Marcos. E outro exemplo como o da Maria Rita que se rendeu ao samba e cantou Pra Declarar Minha Saudade assim como o Grupo Da Melhor Qualidade, ambas com alta qualidade lógico.

O Grupo Cultural Samba gravou Saudade no LP do Festival do bar So Pra Contrariar e tempos depois a colocaram em seu CD.

Deixa Fumaça entrar de Martinho da Vila na voz de um artista da nova geração Alexandre Nunes, arranjo bem feito e batucada de primeira.

A música Sensual e Ardente nas vozes de Pedrinho da Flor e Grupo Tempero, uma música que começa normal, mas tem um refrão pra cima poderoso.

Amar é Bom sucesso nas rodas de samba e radiofônico do grupo Fundo de Quintal, aqui cantado também por um dos autores, o saudoso Adalto Magalha que nos deixou em 2016.

Samba de Lili com Luiz Carlos da Vila e Só Preto.... aqui uma mea culpa, coloquei duas versões da mesma música! peço desculpas, as duas saíram cada qual num disco...

E um dos sambas com melodia e letra que mais adoro, E Fez-se a Luz, nas vozes de Fundo de Quintal e da doce Beth Carvalho.

O saudoso Ed e a Tripulação fez sucesso com o pagode A Hora é Essa e o Grupo Graça do Samba regravou-a, musica que eu sempre achei pop e bem feitinha.

Subtração uma musica composta por Sereno nas interpretações de Casa Nossa e Fundo de Quintal, aqui quando se achava que o arranjo do casa Nossa seria imbatível vem o Rildo Hora e Paulão 7 Cordas e me mandam uma coisa maravilhosa de tirar o fôlego.

Pra encerrar Voltar a Paz gravada por Fundo de Quintal, Grupo Exporta Samba e por fim Leandro Lehart tirando todo o sumo melódico e nuances harmônicos que são possíveis graças ao minimalismo arranjo de voz e violão.







sexta-feira, 15 de março de 2019

O negócio tá quente volume 14

Seguindo a tradição; o volume 14 saindo do forno, alguma coisa atual mas, sempre daquele jeito, regravação, versão. Abri mais uma exceção nessa, já que não costumo colocar nenhum artista fora do samba (lê-se MPB) e também as versões ao vivo procuro evitar, mas...Dessa vez a novidade foi a regravação de uma MPB por dois grupos. No caso falo de Bem Que Se Quis nas versões de Grupo Relíquia e Grupo Sedução.

Nessa coletânea por exemplo o Cleverson Luiz se auto regravou(?).... Homem Perfeito nas duas versões em que ele lançou. E o Martinho da Vila fez igual com Muita Luz em 1985 e 2016.

Céu de Pudor em três versões; uma da década  80 (Roberto Ribeiro) uma de 90 (Grupo Samba nas Coxas) e agora uma de 2018 (Pretinho da Serrinha).

A lindíssima Cada Dia é Mais Amor nas vozes de Reinaldo e Diogo Nogueira, com todo respeito ao Diogo mas o arranjo do Reinaldo esta monstro!

Zé Tambozeiro do Candeia regravada pelo Marquinhos de Oswaldo Cruz mas que foi um enorme sucesso com o Grupo Revelação.

E a música Linguagem do Morro em várias versões, cinco! cada qual com sua beleza e detalhe. Bom tem mais, baixe e escute pra curtir.









Depois de tanto tempo voltou hein! regravações 13

Chegando o volume 13 dos sambas e pagodes regravados e marca também a volta de uma pausa que fiz desde novembro de 2018! Muitas regravações e te conto um segredo (que não é segredo pra ninguém) a lista é imensa!!! e cada dia tem mais.

Vou listar alguns destaques aqui desse volume 13 (ô sorte!), como a regravação da música Pura Emoção, gravada pelo Grupo Raça e depois regravada no trabalho solo de Paulinho Carvalho do cavaco que era do próprio Raça.

 E o partido Mulata Beleza do compositor Zé Roberto, que eu curtia nas rodas de samba e nem sabia de quem era, somente que era do Rio de Janeiro. Mas até que Arlindo Cruz gravou no seu ao vivo dividindo os vocais co Dudu Nobre, qual minha surpresa quando vi a "original" na voz do partideiro Denny de Lima (in memorian), mas o grupo Semente também fez sua versão.

A clássica Minta Meu Sonho nas vozes de dois dos maiores expoentes do samba, Zeca Pagodinho e Jorge Aragão. E JuninhoThybau, que é sobrinho do Zeca Pagodinho, regravou a reflexiva Se Eu for Falar de Tristeza, que aliás é de composição do seu pai (Beto Gago) com Zeca.

No encontro de gerações pode citar Ana Costa regravando As Coisas que Mamãe Me ensinou da Leci Brandão e o grupo Da Melhor Qualidade regravando a Gota de Esperança de Zeca Pagodinho, o Zeca esta presente nessa coletânea!

Acho bacana também quando o compositor regrava sua obra que fez sucesso, é o exemplo de Tempo de Aprender sucesso do Grupo Soweto e agora na voz do compositor Chiquinho dos Santos.

Prestem a atenção na S.O.S. interpretada pelo Grupo Tentasamba e também com Leandro Sapucahy, enfim tem mais outras coisas legais.

Clique abaixo e faça o download






sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Criolês dando nó na veia e na orelha



Esse eu escutei de mente aberta, sem ver ou ler resenha nenhuma. Já conhecia o trabalho dele como rapper em outro cd que era diferenciado mas se perdia em meio ao mar de boas letras e produção amadora. Esse novo que tem título de Nó na Orelha faz jus ao nome, inclassificável! O Criolo coloca melodia na voz para cantar rap o que resulta num flow inovador e bom de se ouvir. O rap periférico está lá, as letras e gírias estão lá, mas porém algo inusitado quebra o rumo do ouvinte: bolero? pop? samba? manguebeat? rap? reggae? soul? mpb? é tudo isso! Muito bom quando algo surpreende e quebra rotina de um estilo que muitas vezes já foi considerado interno da U.T.I. (no caso o rap). Criolo fez o que muito músico conceituado que se diz parte da "cena" gostaria de fazer, mas talento quando é nato é dado a poucos e bons, um autoditada das ruas esburacadas do Grajaú, zona Sul de São Paulo. As letras com relances urbanos com respingos de ácido poético em cima de uma produção que de tão profissional é eclética/psicodélica exalando óleo diesel do caos suburbano de sampa. Escutem de coração aberto e mente sã ou tudo isso vice e versa na mesma medida...


                                      


Texto: Marcelo Santos Costa - Créditos do link comunidade rap downloads

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Repost: Exaltações extras para o pagode desse grupo



Um disco para ser lembrado, além de ser bom tem que guardar um pouco de história e memória. E o disco Eterno Amanhecer do grupo Exaltasamba tem um pouco disso. O grupo foi formado em São Bernardo do Campo-SP em meados de 1986. E tocava em várias casas de São Paulo e ABC, tais como Casablanca, Auge Bar, Club House, Viva Brasil, Sambarylove, Contratempos Bar, Só Pra Contrariar, JB Sambar, Andanças Bar, Choppapo e outros. A primeira gravação foi em 1991 na coletânea do Choppapo com a música Deixa Como Está (Juninho/Niltão /Dal). 

Em 1992 lançou seu primeiro trabalho solo  pela gravadora Ritmo Quente/Kaskata´s. Já começa por aí, a Kaskata´s também esta inserida no movimento do “pagode noventista”  e da musica black em São Paulo. E para a época, tudo era descoberta, com os arranjos feitos na raça, no talento e na inspiração. Pessoas simples das periferias compondo, tocando e fazendo suas músicas. E o melhor , criando sem querer um movimento e tendo apoio do público. Mas poucos tem a consciência que foi grande a quantidade de pessoas carentes , principalmente jovens, que tiveram seu primeiro contato com a música através do gênero. Já que nas escolas públicas não há ensino musical. Conheço muito músico bom que começou no pagode ou que pelo menos fez parte por um tempo das bandas de apoio. Só para citar: Bocão, Laércio da Costa, Walmir Borges e Edu Peixe. 

Depois o apoio veio um pouco a contragosto da mídia televisiva e escrita, responsáveis indiretamente pelo rótulo pagode ainda nos anos 80. O país vivia a euforia do plano Real, as gravadoras grandes viram uma mina de ouro e as rádios deram o aval. Até revistas como a Ginga Brasil e Cavaco tinham boas vendagens onde eram publicados matérias sobre os artistas dessa vertente e os acordes das músicas. 

Mas a prova de que o pagode foi algo espontâneo é que, até hoje, há reflexos musicais e uma certa resistência com a formação de novos grupos. O movimento teve seu início na metade dos anos oitenta e a década de noventa como uma espécie de era de ouro. Virou mania e teve seu momento de saturação/transição com a famosa peneira natural, onde ficaram aqueles que realmente tocavam bem ou tinham um bom público. Até mesmo nas rodas de samba se notou a evolução. O que antes era feito com somente com uma caixa acústica, com cavaco e voz, em um certo auge foi feito com violão , cavaco, instrumentos de percussão "microfonados", mesa de inúmeros canais, várias caixas acústicas e outras aparelhagens. Alguns grupos colocavam, até em roda de samba, músicos tocando bateria, contra baixo e teclados, esses apetrechos todos ainda são usados mas somente em shows maiores e em palcos. Hoje uma boa roda de samba tem cavaco, banjo, violão e percussão, mas a herança dos microfones continua...

Voltemos a falar do LP que o blog dimiliduques faz a postagem. Um disco bem legal, gravado no estúdio Cameratti em São Paulo. Soa cru e ao mesmo tempo tem um certo lirismo. A começar pela música título, Eterno Amanhecer, belíssima composição de Péricles, passando pela Luz do Meu Pensar de Cleber Augusto/Djalma Falcão. Tem a bem conhecida Quero Sentir de Novo de Péricles/Juninho (esse último tocava banjo no grupo Katinguelê grupo que tem o irmão do Péricles , o Breno do violão). Por Um Amor Tão Lindo (Lula/Luiz Pintor/Jairo) é também bem romântica numa cadência bem lenta. Sem esquecer as faixas, Bem Súbito (Péricles) e Cartilha do Amor (Royce do Cavaco/Paulo Onça) essa com participação de Royce do Cavaco. Músicas que foram bem executadas nas rádios. Tem dois estilos que foram muito usados nos primeiros trabalhos dos grupos; eram os pout-pourris e os sambas-afoxé (esse último atualmente é raro ver alguém gravar). Chuva Danada/Canavial de Juninho/Salgadinho/Dal/Vicente/Carica é um exemplo de pout-porri e a faixa Angola Nagô (Lula/Luiz Pintor/Jairo) um samba-afoxé. Tem o partido alto Firma Teu Cavalo de Marquinhos Satã/Mario Sergio/Adilson Guedes, enfim, um bom disco.  

No cast de músicos  temos os arranjos de Maestro Jobam que também tocou violão de 6, Luizinho 7 Cordas e Breno no violão de 7 cordas, Brilhantina no cavaco, Mario Testoni Jr. nos teclados, Breno e Pericles no banjo, Fabio Canela no contrabaixo, Toca Martins bateria, Freddy no surdo, Theo na percussão geral, Brucutu nas congas, Mokita, Tortinho e Serginho no pandeiro e Pinha no repique. Note que os componentes do grupo também tinham qualidade e participavam das gravações em estúdio , aqui o coral foi feito pelo grupo Exaltasamba. O grupo nesse primeiro trabalho era formado por  Péricles (violão de 6/7 e vocal),Pinha (repique), Celo (tamborim e vocal), Brilhantina (cavaco), Tortinho (pandeiro e vocal), Theo (bateria) e Marquinhos (tantã e vocal). 

No segundo disco a formação mudou e saíram Tortinho e Celo e teve a entrada de Chrigor no vocal e Izaías no violão em 1994. Em 2001 Marquinhos saiu e em 2002 foi a vez de Chrigor e em 2006 Izaías também deixou o grupo. Thiaguinho assumiu os vocais em 2003 dando um novo pique ao grupo e fazendo-o chegar aos mais jovens. Em 2012 o grupo entrou em recesso e parou de tocar, mas seus componentes continuam envolvidos com o pagode. O Exaltasamba conta em sua discografia com 18 trabalhos e além desse Eterno Amanhecer eu sugiro que escutem Encanto (1994) e Luz do Desejo (1996) esses dois ótimos, mas também vale a pena escutar o Desliga e Vem (1997), Cartão Postal (1998), Mais Uma Vez (2000) e Bons Momentos (2001), da nova fase vale destacar o Ao vivo de 2002, Alegrando a Massa (2003) e Esquema Novo (2005). 

Exalte o pagode e clique na capa

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sábado, 22 de abril de 2017

Marcando um ponto de encontro no pagode

O grupo Ponto de Encontro teve seu embrião no Grupo Miscigenação formado em 1986 em São Paulo capital (foi em 1987 que mudaram de nome). E conforme a repercussão dos pagodes, eles desciam a serra para se apresentar em Santos no Bar Betos Magazine e também no interior. Segundo Valtinho Tato, um dos fundadores do grupo, o nome Ponto de Encontro foi escolhido no Bodegas Bar na Bela Vista onde era um “ponto de encontro” da rapaziada e assim ficou batizado.

Mas em sampa fincaram sua raiz, se apresentando nas casas de shows; Sambaraylove, Bodega´s Bar, Brasileirinho, Clube House, Canoa Quebrada, Botecão/Balancê, Só Pra Contrariar, Bar Avenida, JB Sambar e outros. Locais esses que ficaram para a história e no imaginário do povo do samba e pagode paulista.

Acompanhavam como banda de apoio muitos artistas de renome que vinham na terra da garoa fazer apresentações, tais como Jovelina Perola Negra, Pedrinho da Flor, Dona Ivone Lara, Reinaldo, Sombrinha, Jorge Aragão, Zeca Pagodinho e outros. Naquela época de vacas magras nem sempre os artistas do Rio de Janeiro conseguiam grana para pagar hotel, avião e outras despesas para uma banda inteira, então a melhor maneira era contratar e contar com o talento da rapaziada que já estava por aqui na noitada.

Um dos shows mais lotados que o grupo se apresentou foi no Palmeiras e tocaram no mesmo dia de ... Leandro e Leonardo. Mas fizeram outras apresentações marcantes como em 1989 na quadra da Rosas de Ouro com Biro do Cavaco e Almir Guineto, em 1990 na quadra da Mocidade Alegre com Jovelina e Zeca Pagodinho. Em 1990 no Bodegas Bar com Fundo de Quintal foi muito marcante, já que foi nesse dia que o Fundo batizou o grupo tornando-se padrinhos musicais oficiais. E até numa turnê por Cuba e Caribe o grupo se apresentou na década de 90.

A primeira chance de gravar surgiu em 1991 no LP do grupo Mistura Fina e seus convidados, aliás bem diferente um grupo lançar um disco e dar espaço chamando outros de convidados, nesse caso o cantor João Pedro e o Grupo Ponto de Encontro. A amizade entre eles e a influencia de Jorge Hamilton pesou nessa decisão. No LP a produção foi do Maestro Jobam e o Ponto de Encontro gravou as faixas Toque Divinal (Sereno/Adilson Victor) e Imagem (Marquinho PQD/Adilson Bispo/Chiquinho), essa última cantada lindamente por Valtinho e declamação do poema pelo integrante Benê, a música fez um tremendo sucesso.

Em 1994 o grupo lançou seu trabalho solo pela gravadora Five Star/Chic Show. Um disco muito bem feito com produção de Jorge Cardoso. Na lista de músicos temos muitos talentos, tais como: Mario Testone (teclados), Edmilson Capelupi (violão), Ocimar (baixo) Chiquinho dos Santos (cavaco), Leandro Lehart (banjo), Jorge Gomes (bateria), Gordinho (surdo), Benê (tantanzinho e pandeiro), Valtinho (repique e pandeiro), Marcos Alcides (percussão geral) e por fim Jairo, Neyla e Jorge Cardoso (coral).

O disco é maravilhoso, destaco as músicas Disfarce (Chiquinho dos Santos) – uma dolente de primeira qualidade, Mais Que Um Beijo (Chiquinho dos Santos) – que tem uma boa cadência e chama a atenção pelo início dissonante, Dona do Meu Amor (Leandro Lehart) – que tem um ritmo estilo na levada do agogô no refrão  e o partido alto Roda de Amigos (Chiquinho dos Santos/Claudinho de Oliveira).  Tem também a bela Limites (Chiquinho dos Santos/ Valtinho J) e a faixa Eu e Você (Jorge Cardoso/Lourenço) que tem a participação de Neyla (in memorian) que fazia backing vocal nos shows da Alcione.

Nas várias formações, o grupo teve a passagem de muitos bons músicos: Kiko (ainda no Miscigenação), depois como Ponto de Encontro efetivamente: Primeira formação: Pelé Problema no tantanzinho, Gilson pandeiro, Alemão violão, Ronaldo Luiz no cavaco, Silvinho do reco, Silvio Menudo do tantan e Valtinho repique. Segunda formação: Preá do Pandeiro, Alemão no banjo, Moreira do cavaco, Pelezinho no violão,  Benê no Tantan, Silvinho do reco e Valtinho no repique. Terceira formação; Feijão pandeiro, Alemão do banjo, Benê tantan, Leandro Lehart no violão, Moreirinha no cavaco e Valtinho no repique. Quarta formação; Feijão pandeiro, Alemão do banjo, Tikinho do violão, Chiquinho dos Santos cavaco, Benê tantan e Valtinho repique. Como banda de apoio já passaram na bateria Kinho, Ademir Batera e Rick Batera, nos teclados Serginho, Elias Jó e Claudinho, percussão geral; Gazu, João e Babu, sopros com Denis Christian, o contrabaixo de Lê e violões Pezinho.


O grupo acabou se desfazendo, ainda lançaram de forma independente em 2002 o CD  “Tudo Novo...Contrariando a Regra” que teve a produção de Pezinho mas com pouca repercussão. Da rapaziada, infelizmente Feijão faleceu com um tiro nas costas em 2008 e Moreirinha faleceu em 2016 de infarto, mas deixaram como herança um pagode bem feito e alegre, principalmente em suas memoráveis apresentações ao vivo no bar Sambarylove no bairro do Bixiga em São Paulo.



Ponto de encontro marcado, clique na capa









sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Sem enrolação samba rock de primeira

Eu parei de postar um pouco por motivos estruturais ....para ser mais preciso eu estou com acesso a internet restrito. Mas mesmo assim resolvi dar um jeito numa Lan house aqui. O LP de hoje é daqueles emocionais, lançado em 1988 pela RGE.  Esse vinil era habitué em casa, rolando no três em um, pelas mãos do meu tio Galo (in memoriam). E era um daqueles LPs coletânea de samba-rock . Aliás essas coletâneas meio que não tinham medo de errar, colocavam no repertório coisas que decerto fariam a cabeça da massa e outras nem tanto, obscuras, lados B e que poderiam ter dado lugar a outras faixas , mas a teimosia musical era um quê de rebeldia. Essas faixas estavam ali parece que por um motivo simples, embaralhar o coreto, para que as pessoas dessem valor a outros artistas ou ao menos prestassem atenção na música. Quer dizer, eu que tô viajando com meus botões aqui, mas por exemplo a música Eu Já Amei Você do Franco esta muito aquém de outros sucessos seus como O Rock do Rato ou Rock Enredo. E a quadra formada por Balanço Zona Sul do Zimbo Trio, Palomares do Trio Mocotó, Pra Começo de Assunto de Elizabeth e Jeitinho Dela de Tom Zé, que são músicas em si legais, mas são para apreciadores com ouvidos mais atenciosos, daqueles com paciência de músicos ,pesquisadores etc... Outra que era meio obscura, A Cobra Mordeu Caetano, do Chocolate da Bahia, porém para compensar entrou a música Roda de Samba do mesmo Chocolate, essa sim um estouro do samba-rock.  Tirando essas citadas, o restante é um festival de clássicos musicais do cancioneiro samba roqueiro.  Começando pela tríade de peso com Estou Dez Anos Atrasado do Erasmo Carlos, Carolina Carol Bela de Jorge Ben e Toquinho e Balanço do Navio da Trama e os Pagodeiros do Estácio. Para fechar tem o pouco conhecido do grande público Pocho e Orquestra com Enrolando Rock que é meio rockabilly. E o hit Festa Funk de Almir Ricardi que é um funkão anos 80. Esse LP rolou muito pelos sons das equipes, ondas do rádio e bailinhos. 

http://www6.zippyshare.com/v/16aScoDz/file.html


 

Por: Marcelo Santos Costa

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Um quinteto de primeira

O Quinteto em Branco e Preto quando surgiu para a mídia viraram logo os mais queridos do samba. O grupo foi formado em 1997 por jovens músicos que se conheceram no bar Boca da Noite, na boêmia área do Bixiga, em São Paulo. No início começaram a ser chamados de Quinteto Café com Leite.  Integravam o grupo os irmãos Yvison (percussão), Everson (violão) e Vitor Pessoa (surdo) , de São Mateus, Zona Leste de São Paulo e Magnu Sousá (pandeiro) e Maurílio de Oliveira (cavaquinho), de Santo Amaro, Zona Sul. São bons, muito bons, daqueles tipos de artista que você tem orgulho de dizer que tem o CD deles em casa. E realmente era isso, o Quinteto dava orgulho ao samba/sambista.

Ouso até dizer que muitos pagodeiros depois se tornaram “de raiz” quando escutaram-nos.  Definições a parte, o próprio Sousá afirmou certa vez que o até o grupo Negritude fez samba de raiz, quando eles cantavam a Cohab, estavam cantando a raiz deles também. O certo é que o Quinteto tinha o feeling musical para um samba todo próprio, digo o verbo no passado, pois o grupo se desfez recentemente.

Outra coisa admirável era que o Quinteto musicalmente era tradicional, mas o discurso era consciente de eles tinham essa maneira de compor e cantar, mas escutaram dentre outras coisas na favela, os samba rocks, a nostalgia e não só o samba carioca.  Maurilio e Magno formaram a dupla Prettos, Yvison gravou um solo, Everson e Vitor estão envolvidos em outros projetos ligados a musica e ao samba.

O blog dimiliduques coloca a disposição o primeiro CD da rapaziada, Riqueza do Brasil lançado em 2000, pela gravado CPC-UMES. Com direção musical e arramnjso de cordas e sopros do mestre Luizinho Sete Cordas, que também tocou seu violão de 7 no disco. E participações luxuosas nos vocais de Almir Guineto, Beth Carvalho e Wilson das Neves. No estúdio além do próprio Quinteto, participaram músicos criados nas rodas de samba das periferias e músicos já tarimbados como; Mauro Diniz no cavaco, Da Lua na percussão e efeitos, Chocolate na cuíca, Sandoval cavaquinho em bandolim, Totty no trombone, Andrezinho Amorim no cavaquinho, Toco no banjo, Pratinha na flauta, JG no clarinete, Barba no surdo, Odair Menezes ganzá e reco-reco, Gerson Martins no repique, Flavinho ganzá e outros.

As letras, maioria composições dos próprios integrantes, contém um retrato do cotidiano humano e crítica social com costuras de lirismo popular. O disco musicalmente é muito acima da média, calcado na simplicidade, porém quem escuta já entende que ali é coisa lapidada no talento. No samba Fetiche Real (Magnu Sousá, Maurilio de Oliveira, Everson Manoel e Edvaldo Galdino) eles cantam: “Não há país de Cardoso em que Fernando não Henrique” música que ainda é atual. Em Nova Psicologia (Magno Sousá) um solo de cavaco dá a entrada de um dos melhores partidos que já ouvi, sobre  burocracia e outras “ias” do Brasil. Outro que destaco é a romântica Sempre Acesa (Sombra e Luiz Carlos da Vila), também com um lindo solo e participação certeira da madrinha Beth Carvalho. O disco tem dois pot-pourris: o primeiro com composições de Ataulfo Alves, Wilson Batista, Bide, Marçal, Geraldo Pereira, Noel Rosa, Paulo da Portela e Heitor dos Prazeres, e o outro só com composições de integrantes da Velha-Guarda da Camisa Verde e Branca, tradicional escola de samba de São Paulo. Vou encerrar por aqui, porque é uma Riqueza do Brasil que descobri na época e até hoje escuto e não canso. 

http://www15.zippyshare.com/v/ta0d7evq/file.html


quarta-feira, 16 de novembro de 2016

O Rei que é Principe do Pagode

Ninguém é príncipe à toa e o que o diga Reinaldo o Príncipe do Pagode que já tem idade e nome de Rei e continua no principado. O carioca erradicado em São Paulo começou por aqui sua carreira com o lançamento do LP Retrato Cantado de Um  Amor em 1986!. Em 1990 foi indicado ao Prêmio Sharp de Música de melhor cantor, pelo álbum Coisa Sentimental que havia sido lançado um ano antes.

Seu nome completo é Reinaldo Gonçalves  Zacarias e cresceu no bairro de Cavalcante no Rio de Janeiro. É do bairro também a escola de samba que ele frequentava, a G.R.E.S. Em Cima da Hora. Formou então o Grupo  O Samba Nosso de Cada Dia e acompanhou sambistas importantes como Dona Ivone Lara, Roberto Ribeiro e João Nogueira. Reinaldo que trabalhava no Citibank, largou o emprego para vir pra São Paulo, pelos idos de 1982, e fazer sua carreira. E o que o trouxe foi a vontade de desbravar, já que o movimento Pagode (nos anos 80) no Rio estava com muitas e muitas figuras, já em São Paulo a coisa estava no começo. Bom pra ele que poderia trazer a experiência das rodas de samba que vivenciou e começar um movimento por aqui.

Mas o que chama atenção em Reinaldo é sua voz potente e afinada, que parece cantar sorrindo. Sem contar que seu carisma de ser uma pessoa do bem, gentil, também atrai as pessoas.

Na parte musical além de sempre estar  acompanhado de bons músicos, que fazem questão de tocar com ele, Reinaldo também esta sempre abrindo oportunidades para os mais jovens entrar em sua banda. E seu repertório é outro caso a parte, sempre com ótimas músicas e que parecem ser escolhidas a dedo para sua voz.  E o outro detalhe é que são canções de compositores diversos e não se rende ao banal, sempre apostando em belas canções e letras com certa poesia.

Um momento marcante de sua carreira foi o disco de ouro com Coisa Sentimental de 1989, mas outros êxitos foram os três volumes do Pagode Pra Valer. Esses vinham num formato ao vivo, mas com arranjos e dando ênfase aos instrumentos mais percussivos e harmonia do pagode (cavaco, banjo, violão e violão de 7). Nesses trabalhos dispensaram-se o uso de teclados, baixo e guitarra, por exemplo, instrumentos que sempre foram bem usados em suas produções de estúdio, foi uma volta a raiz literalmente.

O Blog dimiliduques coloca o primeiro trabalho de Reinaldo intitulado Retrato Cantado de Um Amor. Foi lançado em 1986 pela gravadora Continental com direção de produção de Mauro Diniz. Destaques para os sucessos Retrato Cantado de Um Amor (Adilson Bispo/Zé Roberto) e Ô Irene (Reinaldo/ Geovana). Mas tem também as faixas PT Saudações (Jorge Aragão/Paulinho Rezende), Teu Jeito - participação Djane (Arlindo Cruz/Sombrinha/Acyr Marques) e Gostar Como Eu Queria (Arlindo Cruz/Sombrinha). No estúdio teve participação dos músicos; Jorge Simas (Violão de sete cordas), Paulão (Violão), Mauro Diniz (Cavaco e banjo), Luca (Contrabaixo), Evaldo (Teclado), Gordinho (Surdo), Marcos Alcidesd, Claumir e Bira Hawai (Percussão Geral) Waltinho (Bateria), Fuxico (Congas), Felipe (Cuíca), Dinora, Leila, Telma, Tavares, Rixxa, Zelia, Elson, Nô e Bira Hawai (Coral).


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sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Repost: É bem maior que um tom é o Mé Maior

Em 1981 amigos e familiares comemoravam o aniversário de um sobrinho e formaram um grupo de samba para tocar nessa comemoração. E esse grupo acabou seguindo e se apresentando numa festinha ali, sendo convidado por outra ali... Até que foram tocar num bar na Avenida Paulista e o grupo ainda se chamava O Musical Paulista. Nesse mesmo bar além de diversos artistas estava o radialista Estevam Sangirardi (um dos precursores do humor no rádio).  Gostando da apresentação do grupo ele os convida a participar de seu programa de paródias “Show de Rádio” na Jovem Pan, onde o mote era o humor e o futebol. Sangirardi com seu jeito brincalhão acabou rebatizando o grupo de Mé Maior, fazendo um trocadilho com a nota musical. Em seu programa ele até anunciava: Para festas em geral, músicos que não dão despesas: já vem jantados!. Diz a lenda também que o nome saiu de um fato corriqueiro, uma noite os amigos estavam reunidos e o garçom servindo a cachaça num copo pequeno e um deles disse: o garçom! tem como trazer um Mé Maior?.  

Bom o importante era que o grupo estava formado e começou se apresentar em diversos locais na capital paulista. Tempos depois eles foram convidados por Benê Alves a participar no LP Pagode Pra Valer Vol. 1 da Bandeirantes (1985/Disco Ban) com a faixa Quero Ver Você Fazer. Com o sucesso, a gravação do primeiro trabalho solo era uma questão de tempo. E chegou em 1991 pela RGE com o LP Raízes do Futuro, álbum esse que consta um dos maiores êxitos do grupo que foi a música Janaína (Doce Presença) de composição do componente Lyra. O blog dimiliduques põe a disposição o LP Pra Você gravado em 1992 pela gravadora BTB. Foi um disco em que o grupo literalmente meteu a mão na massa. A produção foi de Ricardinho e Benê Alves com arranjos de Eduardo Neto e Lyra. 

Além dos componentes do grupo foram convidados como músicos adicionais, Edmilson e Benê Alves no violão, Eduardo Neto nos teclados, Ocimar no contrabaixo e Max na percussão. Nas composições além dos componentes do grupo, músicas de Benê Alves, Antonio Luiz, Gambier, Laércio e Wilson Miranda. O grupo era muito falado no meio do samba por ter uma qualidade musical afiada. Desse disco destaco as balançadas Momentos Lindos (Antonio Luiz/Gambieira)  e Menina Linda (Benê Alves) que tocou muito nas rádios e saiu até em coletânea da Band Brasil. Mas tem outras belas músicas como Chama (Tinho), Elisa (Lyra), Meu Ser (Ricardo Nill) e a regravação de Pra Você (Jerry Fuller versão de Wilson Miranda) que foi sucesso na voz do Trio Esperança. Também gosto muito de Toque Mágico (Lyra) com uma batucada de primeira e coral afinado e pra finalizar se o Fundo de Quintal tem a musica Amizade o Mé Maior tem Amigo (Tinho) que versa sobre o mesmo tema e é muito bacana.

Os componentes do grupo moravam a maioria na região da Vila Santa Catarina na Zona Sul de São Paulo. Na época do disco Pra Você a formação contava com; Ricardinho (vocal, cavaco e teclados), Tinho ( vocal/violão de 7 cordas),Lyra (vocal, guitarra e banjo), Betinho (percussão e bateria), Carlão (vocal e surdo), João (vocal e repique), Miro (vocal e tamborim), Jorge (vocal e reco) e Serginho (vocal e contrabaixo). O grupo tem uma base familiar, forte e unida, das poucas mudanças de formação que teve, entre saídas e entradas podemos citar João Grandão, Tim, Tatu e Jimmy ( cavaco e vocal).

O grupo conta com lançamentos em coletâneas como Pagode Pra Valer vol. 1 (1987/Disco Ban). E teve também destaque em um dos LPs da série de coletâneas da Band FM referente ao programa Band Brasil apresentado por Gleydes Xavier e Benê Alves. Aliás o Tema do programa era do grupo Mé Maior no LP Band Brasil 2 (1990/RGE). A discografia é: Raízes do Futuro (1991/RGE), Pra Você (1992/BTB), Corpo e Alma (1994/Nenê Records), Louco Por Você  (1995/Alpha) e Mé Maior Sucessos (2011/GP Musical). 

Clique no link e beba um litro de mé maior!







http://www.4shared.com/rar/OCvmPTZMce/M_Maior__1992__Pra_Voc.html?




quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Onde há fumaça há fogo, Funk, Soul e Samba



Fui apresentado ao som da Banda Black Rio meio que por acaso, mas como eu amante da música negra, da música bem tocada, da música feita com verdade não conhecia?. É aquela velha história, por mais que você ame um movimento, tem coisas que só serão acessíveis quando uma alma bendita tira do baú e lhe mostra ou realmente naquelas escavações aleatórias você descobre num sebo. Não foi esse o caso, já que o LP de 1977, Maria Fumaça da Banda Black Rio foi desde seu lançamento reconhecido como uma jóia.



Ele é instrumental, talvez esse um dos motivos porque não atingiu o grande púbico. Recentemente houve muito burburinho quando DJs ingleses descobriram essa perola e através disso o disco virou cult e caro na Europa. E essa admiração respingou em influências a bandas como por exemplo Jamiroquai, Incognito e Brand New Heavies Dificilmente quem gosta de boa música fica incólume ao ouvi-lo. Lá pelos idos da década de 90 escutei e nunca mais saiu do meu coração. Na ocasião o Dj Jamal do Alvos da Lei possuía um exemplar e eu curioso pedi para escutar.

Hoje o disco já é figura fácil na net, ganhou versão em CD pela Polygram e ainda bem, quanto mais pessoas conhecerem “eu acho é bom”. Do disco eu conhecia a faixa Maria Fumaça (Oberdan/Luiz Carlos) de um LP perdido em casa, era a coletânea que foi trilha sonora da novela da Globo, As Locomotivas.

A banda foi fundada em 1976 no Rio de Janeiro e era formada Luiz Carlos Santos (bateria e percussão), Jamil Joanes (baixo), Oberdan Magalhães (saxofone), Lucio J. da Silva (trombone), Cristóvão Bastos (teclado), José Carlos Barroso (trompete) e Claudio Stevenson (guitarra). O primeiro LP foi batizado de Maria Fumaça e foi lançado em 1977 pela gravadora WEA/Atlantic. A produção foi do fera Marco Mazzola que é responsável técnico de muitos trabalhos na MPB, como por exemplo Gal Costa, Ney Matogrosso, Elis Regina Raul Seixas, Chico Buarque... O disco além da turma da Black Rio trás a cozinha rítmica de Nene, Geraldo Sabino, Wilson Canegal e Luna.

A capa é bem psicodélica, caleidoscópica, com o retrato dos integrantes em círculo. Tirada pelo fotógrafo Sebastião Barbosa, que no mesmo ano fez a capa do Pra Que Vou Recordar o Que Chorei do interprete Carlos Dafé. 

Como não se encantar com Mr Funky Samba (Jamil Joanes) ou o famoso Baião (Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira). Simplesmente maravilhosas! A banda fazia uma mistura entre o soul, funk, jazz com samba. Destaque também para regravação/revisitação a música Na Baixa do Sapateiro (Ary Barroso) e da esplêndida Leblon Via Vaz Lobo (Oberdan) e Metalurgica (Claudio Stevenson/Cristovão Bastos). O instrumental era vertiginoso, num abraço groove total entre guitarra, baixo e bateria, entremeados de ardentes metais e a pitada certeira apimentada de samba. Fora um ar de improvisação libertária e que é assustadoramente técnica.

O tecladista William Magalhães, filho do saxofonista Oberdan Magalhães (falecido em acidente de carro em 1984) formou em 2001 uma nova Black Rio. A formação original acabou se desfazendo depois de um ano desse dia fatídico. A nova formação andou fazendo ótimos shows pro onde passou revisitando musicas clássicas. Na ativa a banda lançou além de Maria Fumaça os LPs Gafieira Universal (1978/RCA Victor) e Saci Pererê (1980/RCA Victor). Tem também os disco em que Black Rio participou como banda, é o caso do disco Bicho Baile Show de Caetano Veloso gravado ao vivo em 1978 no Teatro Carlos Gomes no Rio, só lançado em 2002, pela Universal, na coleção Todo Caetano. 


Clique vai sair fumaça do som