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segunda-feira, 6 de junho de 2016

Balanço à Italiana!



Sei muito pouco da cantora Rosália de Souza, mas o pouco que sei não me impediu de curtir seu som e sua música. Por isso o blog dimiliduques “passa pra frente” esse trabalho lançado em 2009. Rosália é do Rio de Janeiro mas mudou-se para a Itália e foi lá que estudou teoria musical, percussão cubana e historia do jazz na Scuola Popolare di Testaccio em Roma. 


O trabalho que o dimiliduques posta é o D’Improvviso de 2009 que saiu pelo selo Schema da Itália. Rosália possui voz bem suave e cadenciada e os arranjos desse trabalho são certeiros. O disco tem um pouco de samba jazz, bossa nova, samba rock...é uma mistura musical de muito bom gosto. Lembro que quando escutava, passeava pelo centro de São Paulo e fazia um tempo frio, nublado e chuvoso mas a música conseguia se inserir nesse cenário de contraste, trazendo uma sensação muito boa na alma. 


O álbum possui gravações de compositores famosos como Zé Keti, Cesar Camargo Mariano, Carlos Lyra, Jorge Ben. O compositor genuinamente brasileiro radicado na  Italia Tomaz Di Cunto ou Toco assinou quatro músicas e participou nos vocais de três faixas. Aliás o balanço das gravações é dado por um time de músicos italianos como Lorenzo Tucci na bateria, Luca Mannutza no piano, Pietro Ciancaglini no baixo, Max Ionata no sax e outros. 


Se for para destacar uma música do álbum fica difícil, mas gostei muito das faixas Bossa 50 (Tomaz Di Cunto),  5 Dias de Carnaval (Tomaz Di Cunto), Samba Longe (Jean Kuperman/Tomaz Di Cunto), Sambinha (Cesar Camargo Mariano), O Cantador (Dory Caymmi/ Nelson Motta) e D’Improvviso (Aldemaro Romero/Terenzi) que é cantada em italiano.  Sem contar as conhecidas Carolina Carol Bela (Jorge Ben/Toquinho), Opinião (Zé Keti) e Luiza Manequim (Abílio Manoel).


Além do trabalho citado acima a cantora já lançou outros  no mercado musical: Garota Moderna (2003/Schema), Garota Diferente (2004/Schema), Jogo de Roda (2005/Schema), Que Bandeira (2006/Schema), Rio de Janeiro (2006/Schema) e Brasil Precisa Balançar (2007/Schema). 


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terça-feira, 31 de maio de 2016

Orlandivo com um molho de chaves abrindo a mente



Orlandivo Honório de Souza mais conhecido como Orlandivo, percussionista, cantor e compositor catarinense que desde os nove vive no Rio de Janeiro. Durante um tempo (1968/69) foi crooner da banda de nada mais nada menos Ed Lincoln. Sambalanço na veia! 

Eu, assim como muitas pessoas, conhecia sua música do famoso comercial da década de 80,  que fazia fundo para a Boneca Bolinha de Sabão da Estrela “sentado na calçada de canudo e canequinha tchu plec tchuplim...”. O sambalanço deu uma retomada e junto com ele Orlandivo deu o ar da graça lançando o CD Sambaflex.  Eis que a curiosidade me atiçou a acabei adquirindo o trabalho lançado em 77 Orlandivo com João Donato.  Desse disco fiquei fissurado e de certa intrigado como uma música, a Onde Anda Meu Amor (Orlandivo / Roberto Jorge) continha um arranjo tão psicodélico e que soava tão atual...  Não me conformava que havia sido feita na década de 70, procurei e desconfiei que havia algo errado, um engano de quem tinha postado, mas não!,  é isso mesmo! Onde Anda Meu Amor é loucamente setentista e atualíssima. Outra que vem no mesmo embalo é a Tamanco no Samba (Helton Menezes / Orlandivo). 

Também se olhando a ficha técnica se entende a musicalidade ali incrustada; Sivuca no acordeom, Alexandre Papão e Ivan Conti Mamão na batera, Nicolino copinha na flauta, Durval Ferreira no violão, José Menezes de França na guitarra, João Donato nas teclas, Percussão com Geraldo Bongo, Chico batera, Hermes, Helcio Milito, Nô, Antenor  e Ariovaldo, no fagote Airton Lima Barbosa, no baixo Alexandre Malheiros e coro com Luna e Suzana.

Outra coisa interessante é a capa, bonita na sua simplicidade. E uma das marcas de Orlann Divo (na década de 60 ele grafava assim seu nome) era fazer de percussão um molho chaves.

Nesse disco do selo Copacabana também tem a famosa Bolinha de Sabão (Adilson Azevedo/Orlandivo), Gueri-Gueri (Durval Ferreira/Orlandivo) é um baião , pensei que era aquela do Bebeto, mas se trata de outra. A homenagem legal a Jorge Ben e Gilberto Gil na Um Abraço no Bengil (Durval Ferreira/Orlandivo). E tem também a clássica dos bailes black na sessão de samba rock, Palladium (Ed Lincoln/Orlandivo). Enfim Orlandivo é um artista de primeira linha, compositor de mão cheia que enfrentou o ostracismo e o sucesso como uma bolha de sabão, timidamente frágil, mas sempre leve e colorida.  Trabalhos que lançou: 1961 - Samba Toff/Amor Vai e Vem/Vem Pro Samba/Dias de Verão - Musidisc (EP),1962- Samba no Japão/Amor Quadradinho - Musidisc (78 rpm),1962- Vai  Devagarinho/Brincando de Samba - Musidisc (78 rpm), 1962- A Chave do Sucesso - Musidisc (LP), 1964- Orlan Divo - Musidisc (LP), 1965- Samba em Paralelo - Musidisc (LP), 1976-  Orlan Divo - Copacabana (LP), 2006 - Sambaflex - DeckDisc (CD).

Clique na capa e plect plim

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segunda-feira, 23 de maio de 2016

Uma chama brilhante da família Moura



O compositor e cantor Gabriel Moura é um daqueles talentos que é admirado por muitos músicos e que dá a impressão de que a grande mídia ainda tem com ele um dividendo. Merece mais espaço, merece muito mais espaço, para mostrar sua arte, mas enfim...é um lugar comum para muitos músicos e artistas brasileiros. Talvez a mídia mais especializada até já o tenha descoberto a algum tempo, porém o grande público ainda não. sinais do tempo? muita informação? caos musical?...não sei.  Falando assim até parece que ele é um mero desconhecido, mas uns ouvidos mais antenados já sabem de muito do que ele produziu. Exemplos...composições para Zeca Pagodinho, Seu Jorge, Forróçacana, Escola de Samba Caprichosos de Pilares, Paula Lima, Sensação, Ivete Sangalo, Gilberto Gil, Elza Soares, Zé Ramalho, Wilson Simoninha...e por aí vai.

Quem quiser saber um pouco mais sobre o artista pode pesquisar no site  (aqui) que fala mais sobre o seu talento que é extenso. Fundador junto com Seu Jorge da Banda Farofa Carioca, daí já se tem uma noção de que o cara não é fraco. Fez parte das bandas “Blues e Cia”, "Dread Lion", "Baia & Rockboys”e “Banda à Vera". É tema de um  documentário chamado Tô Chegando pelo Canal Brasil.  É sobrinho e carrega o sobrenome Moura do saxofonista e clarinetista Paulo Moura, ele  além de músico é ator, diretor musical, tudo se mistura e acaba em arte. 

Lembro que numa época de dureza eu queria muito adquirir esse trabalho solo, mas não achava na rede para baixar  grátis... Mas até que um dia consegui, nem sei onde, eu acho que foi no finado blog riogroove. O CD Brasis, lançado em 2009 saiu pela Som Livre. E olha que é um trabalho eclético para ser escutado com calma e ao mesmo tempo euforia, porque tem samba, tem fole, bossa nova,  tem frevo, tem swing, tem balada...é a MPB embalsamada das suas várias vertentes. 

Desse CD destaco Eu Canto Samba ( Gabriel Moura/ João Carlos/Valmir Ribeiro), Perfume da Nega (Gabriel Moura/ Alexandre Carola/Valmir Ribeiro) , Minissaia ( Gabriel Moura/Valmir Ribeiro/Carlos Moura), Garota do Méier (Gabriel Moura), Chouse de Louque (Gabriel Moura/Jovi Joviniano) e  a faixa bônus Som Mil (Gabriel Moura).

Trabalhos em que participou, banda Farofa Carioca – Moro no Brasil (Polygram/1998), 4 Cabeça (Bolacha discos/2009) e Orquestra Saga apresenta/Sociedade Amigos da Gafieira (Selo SESC/2011). Como artista solo, Brasis (Verge Records França/2009 e lançado no Brasil pela Som Livre/2009), Karaokê Tupi 2 (Som Livre/2013), Karaokê Tupi 2 Especial (Som Livre/2014).

Mexa na capa e download

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terça-feira, 5 de abril de 2016

Cabô de Zé Renato



Esse é mais para quem quer um samba mais lúcido ora mais malandro, ora  mais suave. Zé Renato e o seu CD intitulado Cabô de 1999, que saiu pela Indie Records, coisa fina. Não podemos rotular como um disco de samba propriamente dito, mas digamos que é 99%. Bem arregimentado e tocado , o trabalho tem participação de estúdio por exemplo de Ovídio, Marçal, Zero e Marcelinho Moreira na percussão, Pedro Amorim no cavaco e bandolim e Carlinhos 7 Cordas no violão de 7. Nas composições gente distinta que musicalmente se encontra nas diferenças; Nei Lopes, Paulinho Moska, Elton Medeiros, Arnaldo Antunes, Abel Silva, Pedro Luís , Lenine, Sergio Fonseca e outros. 

Eu destacaria a faixa titulo Cabô (Pedro Luís / Zé Renato), o forró Como Tem Zé na Paraíba (Catulo de Paula/Manezinho Araujo), Olhos Puros (Elton Medeiros/Zé Renato), Recente Viuvez (Sergio Fonseca/Zé Renato), Um Novo Amor Chegou (Wilson das Neves/Paulo Cesar Pinheiro) e a aulinha de samba chamada Pandeiro (Nei Lopes/ Zé Renato). Trabalho para ser escutado curtindo uma cervejinha artesanal e com um bom som de graves. 

Zé Renato já havia se enveredado pelo samba, paralelamente ao seu trabalho com o grupo vocal Boca Livre. Como em 1995 no CD Natural do Rio de Janeiro sobre os sambas de Zé Keti (esse também muito bom!). Filosofia de 2001 com musicas de Chico Buarque e Noel Rosa. Minha Praia de 2003 apesar de mais “bosseado” tem uma pitada samba também. 

Entre projetos e solos foram 15 trabalhos desde 1982, um cantor de talento que não é “grande mídia”, dificilmente se vê sapecando em programas dominicais, ainda bem. 

Clique na capa que cabô não! apenas começou!

http://www117.zippyshare.com/v/nmffwHUk/file.html


 

terça-feira, 28 de abril de 2015

Getz/Gilberto passa o tempo e a musicalidade permanece



Essa bolacha tem “só” 52 anos de lançamento (março de 1963), Stan Getz e João Gilberto. Bossa crua, Bossa Nova, encontro do jazz com música brasileira, sax tenor e violão. O álbum carrega a importância de ser o responsável pela disseminação e divulgação do estilo Bossa Nova em todo o mundo. Outro detalhe importantíssimo é que tem a(s) mão(s) e a escrita de Tom Jobim, que participou do disco. E também tem a batera de Milton Banana, o baixo de Tião Neto e a voz de Astrud Gilberto. Músicas como The Girl From Ipanema, Desafinado, Corcovado,  Só Danço Samba e Vivo Sonhando, se tornaram referências para músicos  e foram aclamadas pelo público. Composições de autores como Vinicius de Moraes, Newton Mendonça, Tom Jobim, Antonio Almeida, Dorival Caymmi, Ary Barroso e versões de Gene Lees e Norma Gimbel. O álbum tem um ar de sofisticação e até na capa traz esse conceito, na pintura feita pela porto-riquenha Olga Albizu. 

O disco como todo clássico é envolto de polêmicas, como a ficha técnica que não consta Tião Neto como baixista e sim Tommy Willians. E declarações de João Gilberto reclamando da equalização do sax feita pelo produtor Creed Taylor, que em sua opinião ficou muito alta e se pudesse embargaria o projeto da gravadora americana Verve. No livro Chega de Saudade de Ruy Castro, ele cita alguns detalhes da gravação como o impasse das escolhas dos melhores sets gravados e alguns  diálogos/discussões. Num deles João Gilberto pede para Tom Jobim traduzir  “Tom fala para esse gringo que ele é burro” e Tom traduzia calmamente “O João disse que era um sonho dele gravar com você Stan”. Tem também a participação da esposa de João Gilberto, Astrud Gilberto, que foi pega de surpresa, pois apenas ajudou como referência, cantando nos ensaios, mas por sugestão do marido entrou no disco. O trabalho que era desacreditado pela gravadora Verve (ficou um ano engavetado), começou a vender milhões depois do lançamento. Pela participação, Astrud foi indicada ao Grammy de revelação (ao lado de Tom) e só perdeu para os Beatles. Mas em compensação ganhou os Grammys (1965) de Melhor Disco de Jazz, Álbum do Ano, Melhor Arranjo Não Clássico e “Garota de Ipanema” Melhor Música do Ano. E de tão especial foi lançado uma versão folheada a ouro 18k!



Na sonoridade tem o clima intimista que João sempre conseguiu imprimir com sua voz e violão entrecortado pelo sax de Getz e o piano de Jobim. Escutando  consigo me transpor para um soturno clube/bar/bordel das ruas de Nova Iorque e ao mesmo tempo imaginar o palco do Carnegie Hall.  As faixas 09 e 10 são singles que acabaram sendo incorporadas no relançamento do álbum em 1998. 

Clique na capa é um clássico dimiliduques!


http://minhateca.com.br/celo.sc/Samba+Rock+e+Swing/Stan+Getz+-+1963+-+Getz-Gilberto+-+by+tchelo,506501786.rar(archive)