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sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Public Enemy, Quando a postura era exemplo no rap

Nunca havia reparado, mas eu que tanto gosto de rap não postei nada de Public Enemy e Eric B. e Rakim. Um dos motivos foi um lapso musical mesmo,outro motivo é que há tanto material desses artistas na internet que acabei voltando minha atenção a outros nomes no blog dimiliduques. Enfim meu gosto musical “repeiro” não seria o mesmo se não fosse esses dois LPs dos artistas citados acima, lógico que incluo tantos outros, como NWA, Kool Moe Dee, Biz Markie, Whodini, Racionais e por aí vai.

Então vamos por parte, comecemos pelo Public Enemy que angariou milhares de fãs aqui no Brasil. Nos meus tempos de MC os caras eram o espelho para muitos raps radicais (radical na nossa época era quem falava a verdade, nua e crua com consciência e alguns palavrões etc e tal).

Sempre admirei aquele símbolo do Public Enemy, com uma mira, quando aparecia nos filmes nas camisetas dos protagonistas. Aqui em São Paulo essas quinquilharias do grupo eram facilmente achadas na rua 24 de Maio, eu tive boné, camiseta e um colar... Os caras vieram no Brasil no auge, era o ano de 1991 e o local era o Ginásio do Ibirapuera, meus manos do grupo RDS (Retratos do Sistema), PESO, Kverna e Tiza foram e eu não tive a grana para comprar o ingresso. 

Pelo menos nesse ultimo show deles no Brasil em 2014, no Parque Tietê eu pude vê-los de perto e curti o show com as clássicas Dont Believe The Hype, Fight the Power e outras mais. A formação contou além de uma banda de apoio afinadíssima, com bateria (Atiba Motta), baixo (David Reeves) e guitarra (Khari Wynn), com os dançarinos soldados, e os caras; Chuck D., Flavor Flav e DJ Lord.

O primeiro LP do P.E. que eu tive acesso foi o Fear of a Black Planet de 1990, um disco de certa forma experimental, com muitas vinhetas, mas pesado e com uma capa colorida, estilizada. Porém como fã,  acabei indo atrás de outros trabalhos do grupo. E eis que descobri o LP de 1988 chamado It Takes a Nation Of Millions To Hold Us Back, esse sim o melhor do grupo na minha opinião. Ele foi escolhido como um dos melhores 50 discos de todos os tempos pela Revista Rolling Stone. Então o blog dimiliduques vai postar o próprio.

Já invertendo a ordem das coisas, cito as faixas que são essenciais em minha opinião; Bring The Noise chama muito atenção pelo caos que passa em sua base instrumental, com sobreposição de bits, scratchs e sirenes. Don’t Believe The Hype é outra clássica do grupo, sem comentários, letra viajante onde cita o islã e base contagiante. Na faixa Terminator X The Edge of Panic, mais parece uma intro, uma montagem onde o DJ mostra todo seu talento. Na faixa Caught, Can We Get a Witness o sampler louco de Bar Kays (Son of Shaft), que depois foi usado magistralmente pelo grupo Bomb The Bass na musica Beat Dis. Na Show Em Watch Got , Flavor Flav repetindo de fundo o titulo da musica e um constante solo de sax dão o clima de experimentalismo numa faixa de duração pouco menos de um minuto. 

Essas faixas curtas seriam bastante usadas em 1990 no LP Fear of a Black Planet. Em She Watch Channel Zero o flert com as guitarras pesadas que tiveram seu auge no encontro Public Enemy e Anthrax quando a banda de metal incluiu em seu disco a música Bring the Noise. Na Night of the Living Baseheads, aqui as bases estavam começando a imprimir o estilo deles, com muitas colagens, viradas, scratchs e lógico James Brown, na letra a epidemia de crack. A letra se dirige principalmente para os afro americanos. E o instrumental onde um som de piano é o destaque em Black Steel in The Hour of Chaos? simplesmente louca. Esse disco é seminal mano! Se liga na faixa Rebel Without a Pause, a primeira feita para o disco, é outra daquelas pauladas onde você era levado a dançar na roda de break nas festas dos anos 90. O titulo da música se refere ao filme Rebelde Sem Causa que viria a se tornar um ícone cultural por ter em seu elenco o ator James Dean.

Resumidamente a história do grupo teve início em 1982 em Long Island, Nova Iorque, quando Chuck D (Carlton D. Raidenhour) formou-o junto como DJ Terminator X (Norman Rogers), Flavor Flav (William Drayton) e Professor Griff (Richard Griffin). A intenção era levar para o rap críticas sociais e discussões políticas e o nome Inimigo Publico caia bem nesse quesito. Fizeram então a inclusão de temas como o racismo, as condições do negro afro americano, críticas as grandes mídias ou como gostávamos de cantar nas letras aqui no Brasil, o sistema!. E  eles conseguiram dar vazão a esses pensamentos em forma de música.O estilo dos caras era meio carrancudo, sérios e, até meio contraditório, com uns guarda costas/soldados dançarinos nos shows.

O membro Professor Griff foi expulso do grupo em 1990 depois de fazer comentários antissemitas, chegou a gravar um trabalho solo. Em 1992 a escritora e ativista Soulja Sister acabou de certa forma cobrindo essa lacuna deixada por Griff até 1992.
E sobre o fora de série DJ Terminator X , eu e meus amigos discutíamos se ele era branco ou negro e como era a pronúncia do seu a.k.a.  (pronuncia-se tormineira ekis), coisas de adolescente. O DJ saiu em 1998 e entrou em seu lugar o DJ Lord.

A gravadora era a Def Jam Recordings/Columbia e foi através do disco de 88 que o grupo teve mais destaque e se transformou num fenômeno de vendas (1 milhão!)  e de crítica. Ele foi gravado nos estúdios Chung King Studios, Greene Street Recording e Sabella Studios. A produção executiva foi de Rick Rubin que foi produtor de Beastie Boys, Slipknot, Red Hot Chilli Peppers e outros monstros. Não podemos deixar de citar a participação indiscutível dos produtores unidos chamados The Bomb Squad.

Se liga na capa! Flavor Flav e Chuck D numa cela de cadeia. O hip hop teve modificações depois dessa pedrada. Não que ele seja a pedra fundamental do hip hop, nada disso. Os temas mais políticos/sociais cantados de maneira contundentes mas também na questão musical e de samplers. Pois o trabalho do Pulbic Enemy pode ser encarado naquela altura como algo novo e diferente do se vinha fazendo até então, mais um elo da corrente do rap.  Chuck D vinha em plena combustão e evolução, seguindo inconscientemente os passos de letristas respeitados como Rakim e KRS ONE. E a peça de equilíbrio nesse jogo era Flavor Flav, que jogava água fria com suas interjeições as vezes irônicas.


Eles nem se encaixam muito no rótulo de gangsta, apesar de ter uma postura visual semelhante. O som do grupo era agressivo, denso, cru onde letra e batida se tornavam um só. Por isso em minha opinião o NWA é o segundo melhor mas o Public Enemy is number one! Eles lançaram ao longo da carreira 14 álbuns e inúmeros singles.


I Don't Believe que você não vai clicar na capa!









quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Repost: Inovasom no Rap era com essa dupla do barulho DAS EFX

Os dois manos do DAS-EFX formaram a dupla em 1988, enquanto Skoobs ou Books nasceu em Nova Iorque,   Krazy Drayzy é da vizinha Nova Jersey. O nome vem da junção da letra D tirada do apelido de Drazy e o A de "and" e o S de Skoob, enquanto EFX significa efeitos. Depois de serem vistos em um concurso, por Parrish Smith, membro do grupo EPMD, o mesmo deu uma ajuda para gravarem seu 1º trampo em 1992. Que é o CD que postamos aqui, chamado Dead Serious e saiu pela gravadorea EastWest Records America. Logo de cara ganhou um disco de platina, e o single They Want EFX ficou entre os Top 10 na parada da Billboard.

O duo chamou a atenção por suas rimas loucas que seguem o seu fluxo de consciência, com um flow (levada) diferente de tudo que até então estava no cenário hip hop.  Nos clips usavam muita fumaça,  fogo e  cenários com pouca luz como esgotos, túneis e terrenos baldios. Na vestimenta e estilo também inovaram com cabelos rastafári, roupas folgadas,  macacões militares, botinas, toucas, mascaras de gás, jaquetas ... O que era para ser uma pegada underground, acabou virando referência para muitos rappers. Assisti muito na casa do PESO junto com meu mano Kverna as fitas VHS de clipes do DAS-EFX.

O entrosamento da dupla e seu modo de cantar, dividindo as frases musicais e versos, quebrando o ritmo da batida, voltando no compasso, atropelando, puxando o “erres”, acelerando as rimas e praticamente cuspindo na câmera/microfone, chamaram a atenção. O estilo também ficou conhecido com “iggedy” e influenciou uma gama de rappers da década de 90, tais como Fu-Schnickens, Lords of Underground e Kriss Kross.  No instrumental abusavam dos samplers principalmente de funk do mestre James Brown. Os scratchs ficaram a cargo do DJ Rhythm que também já trabalhou com Mr Tung Twista. Na produção teve as mãos do grupo EPMD, Chris Charity (esse ultimo fez tabalhos para D.Nice, K-Solo, Ice Cube e até para o Korn) e outros mais.  Desse CD de estreia destaco as ritmadas They Want, Mic Checka e Jussumen. Daqueles que eu considero que tem que estar no hall da fama do rap dimiliduques.

O ultimo disco de estúdio saiu em 2003, depois disso ainda fizeram uma turnê europeia em 2007, mas atualmente a dupla esta separada e cada um lançando suas musicas em carreiras paralelas.

Clique na capa e dandarandaranda dan dan








domingo, 16 de outubro de 2016

Repost: Derek B , esse é bala na agulha


Bullet From a Gun, hoje numa tradução mais ao pé da letra seria: Bala na agulha. Esse era o título do primeiro álbum do rapper britânico Derek B. 

Derek Boland nasceu em 15 de Janeiro de 1965 em Londres, começou a carreira aos 15 anos como DJ e chegou a comandar programas em rádios piratas até ter a sua própria estação.  Foi um dos primeiros artistas ingleses no estilo hip hop a ficar no TOP 20 das paradas do Reino Unido. E também um dos primeiros rappers a se apresentar no programa da rede BBC; Top of the Pops. Trabalhou depois como produtor, atuando com gente importante do mundo hip hop, como Eric B e Rakim. 

Era dificil um rapper britânico conseguir seu espaço se mantendo no país de origem, mas Derik foi exceção. Outros rappers de lá tiveram que atravessar para a américa e mostrar seu talento. É o caso de Slick Rick que fez historia no hip hop. Teve o Young MC mas ele veio ainda criança para a américa. Conheço pouco o rap da terra da rainha, mas poderia citar tambem dois que são bons o Tricky e o Roots Manuva.

Eis aqui no blog dimiliduques o LP de Derk B lançado em 1988 pelo selo Tuff City Records / Tuff Audio - aqui no Brasil pela gravadora Polygram/Mercury.

Ver a capa desse LP me trás muitas recordações boas, tem sabor de infância, gostinho de tubaína e pão com “mortandela”. Rolar esse vinil no 3 em 1 lá de casa era de lei. Lógico que a música mais tocada era Bullet From A Gun, que era sucesso nas rádios e bailes blacks de São Paulo.  Esse rap já começa arrebentando, com uma entrada bem criativa, sons de passos e uma voz sinistra tipo Darth Vader, em seguida vem as primeiras batidas do instrumental, um loop e a voz agressiva de Derek B.

Mas tinha outra que eu adorava também, era a Good Groove como o próprio nome diz, "grooveada". A faixa Sucess tinha todo um clima soturno, bem legal. Na Derek B's Got, samplers de James Brown dão o tom. Get Down também tinha lá sua beleza, citando a música dos Jackson's Five, I Want You Back. E até um sampler do famoso riff de guitarra do rock Smoke on The Water do Deep Purple rolou na faixa All City. Em Rock The Beat, outra daquelas guitarras funkeadas estilo JB's. E a minha preferida era Alright Now, mano que batida de ladrão e que instrumental louco, reparem no bongô dando toda a dinamica.. 

Derek, infelizmente faleceu no dia 15 de Novembro de 2009 aos 44 anos, vítima de um ataque cardíaco.

Agradecimentos e créditos do link para o blog http://hiphopraiz.blogspot.com


Mire e Clique na capa







quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Boogie Down Productions da raiz gangsta, a não violência

A história do grupo Boogie Down Productions é bem vasta, mas os eixos centrais sempre foram o DJ Scott La Rock e o vocal KRS One. O mais interessante é que KRS  era quem mais aparecia nas capas, dando a entender sua liderança natural. E o DJ Scott La Rock era a base instrumental  que dava sustança musical com seus bits influenciados em musica Jamaicana (riddim). Importante notar que o BDP foi um misto de grupo e posse (organização ou coletivo de hip hop), por sua formação passaram artistas como: D.Nice, Mad Lion, Lee Smith, Run, Channel Live, McBoo, Ms. Melodie, Scottie Morris, Tony Rahsan, Willie D., RoboCop, DJ Red Alert, Jay Kramer, D-Square, Rebekah Foster,Harmony, Kenny Parker, Jamal-ski e Sidney Mills.

O Boogie Down era do South Bronx e entre 1986/1987, eclodiu uma guerra, a chamada guerra da ponte, pois do outro lado se situava o Queens. No conjunto habitacional Queensbridge havia a posse Juice Crew dos rappers Marl Marley, Kool G Rap, MC Shan, Roxanne Shanté, Blaq Poet, Craig G. e outros. A treta era porque os rappers do Queens falavam em suas letras que o hip hop havia nascido lá e não no Bronx. 

Daí que no disco Criminal Minded (um dos mais pesados do Boogie Down), KRS  e cia responderam agressivamente atacando os rivais nas letras dos raps, principalmente na faixa The Bridge is Over resposta a The Bridge de MC Shan, que era primo do produtor Marl Marley. A guerra que era de palavras acabou virando coisa séria com o assassinato do DJ Scott La Rock (27 de agosto 1987) dentro do seu carro. Ele estava em meio as gravações do segundo álbum By All Means Necessary, e é este que o blog dimiliduques vai postar.

O album já traz uma forte cena na capa, imitando uma famosa foto que saiu na revista Ebony de setembro de 1964. Na foto aparecia o líder negro Malcolm X olhando numa janela e segurando uma arma. O próprio título do album é copiado de uma frase dita por X; “por qualquer meio necessário”.

A foto da capa do LP foi feita por Doug Rawel que também trabalhou em capas para Whodini , Kool Moe Dee ,DJ Jazzy Jeff e Fresh Prince, Steady B, Schoolly D,New Edition, TKA e outros.

A morte do DJ e produtor La Rock foi um grande baque 
para o BDP, com isso Kris Parker ou KRS One ,que na época
tinha 22 anos de idade, refletiu e decidiu fazer uma trégua,
colocando nas letras assuntos mais conscientes.    
Aliás a sigla KRS ONE  é na verdade a tag para Knowledge 
Reigns Supreme Over Nearly Every que em livre tradução 
significa algo como; conhecimento supremo reina quase   
sobre todo mundo.

Os temas  variaram entre AIDS,sexo seguro,corrupção do 
governo,corrupção policial,envolvimento do governo com o 
narcotráfico e por fim criticava a violência no hip hop.  

O álbum By All Means Necessary poderia ter significado o fim do grupo, mas parece que a figura de Scott e sua morte brutal teve um efeito contrário, deu um ânimo a mais aos integrantes e ele se fez onipresente. Teve seu lançamento em 1988 pela gravadora Jive Records e ganhou disco de ouro na época. Algumas participações no estúdio Power Plays, foram na mixagem de D. Nice, Kool Moe Dee e DJ Red Alert.
 
Destaques para as faixas My Philosophy, com sampler de Stanley Turrentino. 
Ya Slippin vale mais pela curiosidade da produção que usou"Smoke on the Water" do Deep Purple.
Stop the Violence é clássica, é o hino de paz do hip hop.
I’m Still #1 tem um beat legal, KRS One representa no vocal. 
A faixa Jimmy é realmente estranha ou no mínimo diferente em seu instrumental e mostrava
a técnica vocal apurada de KRS,essa letra fala sobre AIDS e em usar acamisinha no seu “Jimmy”. 
A faixa T’cha T’cha é pesada, grave, fazia tremer as caixas JBL   nos bailes, tem aquela levada
meio ragga que o BDP gostava.

Se no álbum anterior eles plantaram o que pode ter sido uma semente do gangsta rap, nesse deram início a um ciclo de rap mais reflexivo e consciencioso. Óbvio que algumas faixas ainda guardam indiretas aos desafetos, como na faixa I’m Still #1, mas o mantra Stop the Violence falou mais alto. 

Na carreira que durou até 1992, o BDP gravou primeiramente um single chamado South Bronx em 1986 pela B-Boy Records, produzido por Ced-Gee/Scott La Rock e KRS One, era uma resposta a canção The Bridge de MC Shan dando inicio as animosidades. Depois lançaram Criminal Minded (B-Boy Records/1987), By All Means Necessary (Jive Records/1988), Ghetto Music: The Blueprint of Hip Hop (Jive Records/1989), Edutainment (Jive Records/1990), o ao vivo Live Hardcore Worldwide (Jive Records/1991) e o derradeiro Sex and Violence (Jive Records/1992) que marcou a saída de KRS One para a carreira solo, mas aí já é outra história.

Stop tudo que você esta fazendo e clique na capa









quarta-feira, 12 de outubro de 2016

A majestade no West Coast rap: King Tee


Falar de Act a Fool abum de King T primeiro eu tenho que voltar a fita aqui... A primeira vez que ouvi sua música e a falar sobre o rapper foi por volta de 1990 pelo rádio, muito provavel pela Band FM, só não lembro em qual programa de uma dessas equipes:  Circuit Power, Zimbabwe , Black Mad ou Chic Show. Mas enfim a música era Played Like a Piano, que nem faz parte desse disco que vamos postar. E foi um trampo pra arrumar esse na net hein, fora de catalogo até no virtual. Deixa pra lá...olhar a capa dele me remete a imagem recorrente de uma caixa de plástico daquelas usadas antigamente em supermercados, porém cheia de discos. E lá estava King T – Act a Fool (Capitol Records,1988), na capa chamativa, o rapper todo de social, paletó, boné, carregando uma calibre 12, encostado ao muro o Dj Pooh, logo atrás um carro (acho que é um Impala) daqueles usados em alguns filmes e que os Lowriders adoram. Aliás a música titulo do album diz em sua letra um rolê de carro por Compton e vai descrevendo as paradas que faz para comprar algo numa mercearia, mexer com uma mina, fumar um e colar numa festa. Nuns quatro albuns que lançou, ele usou um carro em suas capas, e por ironia do destino sua filha Heaven McBride morreu em um acidente de automovel aos 16 anos de idade em maio de 2009.

Seu nome original é Roger Mcbride, nascido em 1968 na Califórnia, usava o apelido de King T que modificou para King Tee. Apesar de ser respeitado por muitas figuras do hip hop, ele merecia ter a carreira um pouco mais reconhecida pelo público em geral. O Notorious B.I.G. disse em entrevista que um dos seus rappers preferidos era King Tee e demosntrou toda sua admiração, principalmente no album de 1994 Ready To Die, onde mostrou influências como o modo de cantar, rimar e no tom de voz profundo.  King também é responsável pela formação do grupo The Alkaholiks que teve como expoente o rapper Xzibit. Depois de 1993 ele deixou a Capitol Records e assinou com MCA Records (Music Corporation of America) onde gravou o IV Life que contava com a parceria dele com produções de DJ Pooh, E-Swift, DJ Broadway, Gran Mixer D.ST e outros. Gravou este trabalho e saiu para ajudar Dr. Dre com a nova empreitada da gravadora Aftermath Entertainment. Porém King Tee só gravou três faixas na coletânea chamada Dr Dre presente The Aftermath, isso já em meados de 1996. E apareceu depois no album "2001" de Dre Dre cantando a faixa L.A. Niggaz. O projeto do seu solo com produção de Dre ia ficando para trás, dizem que por pura precisosidade do produtor que não estava satisfeito com o resultado. Então Tee saiu e lançou The Kingdom Come de maneira independente pela Moe Beat Records.

Sobre o disco Act Fool é um disco cru, também o ano de 1988 esta incluso na era de ouro do hip hop. Mas o play é muito bom, tanto que vendeu meio milhão de cópias, Dj Pooh e King Tee optaram em fazer um rap não muito pesado, com assuntos mais corriqueiros e reflexivos, diferente da corrente vigente do gangsta rap. Chegava a ser gangsta em seu conceito, mas as letras num todo não eram. O instrumental eram samplers de funk e soul sem muitas montagens ou mudanças bruscas, era um disco mais reto. Eu gosto muito de Payback’s a Mutha que é James Brown de ponta a ponta. Tem também a Act a Fool bem ao jeito Run DMC com guitarras no talo. Já Ko Rock Stuff é funkeada, assim como a faixa seguinte The Coolest que usa um sampler do The Meters que por aqui no Brasil foi usado pelos Racionais na musica Júri Racional. Na faixa Bass (remix de um de seus singles de 12’) é um sampler bem conhecido dos bailes, Brass Construction (Get Up to Get Down) e riscando (scratch) também um famoso trecho que diz: “Gangsta Boogie”.  

A faixa  Just Clowning é bem G-funk, sampler de Parliament, lembra a música Estilo Cachorro dos Racionais e traz particpações de Breeze e Mixmaster Spade. E achei legal a construção de Guitar Playng, acho que uma das faixas que contém mais montagens. King Tee lançou sete albuns solo: Act Fool (Capitol Records/1988), At Your on Risk (Capitol Records/1990), Tha Triflin Album (Capitol Records/1993), IV Life (MCA Records/1995), The Kingdom Come (Moe Beats/1998 e Aftermath/2002),The Ruthless Chronicles (Boss Up Entertainment/2004) e Tha Krown (Boss Up Entertainement/2010). Então é isso o dimiliduques põe para download um dos primeiros reis do West Coast rap, King Tee.




Clique na capa meu rei






sábado, 8 de outubro de 2016

Pirata do pirata

Mais um pirata descolado! É muito louco quando você começa a ouvir novamente essas bolachas. Agora um detalhe, logicamente não cheguei a ouvir todos os piratas e coletâneas que lançaram, isso seria impossível, alguns eu ouvi na casa de amigos, nos bailes e os que eu possuía em meu acervo. É o caso deste Star Funk Blue de 1991, vale destacar que existe um outro com esse mesmo título e só a capa que é bem diferente. Esse aqui a exemplo da maioria dos piratas é bem simples no rótulo, a capa até que é bem feita, agora o repertório é matador.

Outras características dos piratas eram que incluíam de vez em quando uma faixa instrumental e em alguns casos a versão acapella. E para variar algumas versões alternativas, tais como; remix, dub version, álbum version, radio, promo, ragga, bônus, extended bit, party,  beats, mix, dance, 12’, vocal, edit, live e por aí ia.


No caso desse play, que o blog dimiliduques deixa no ar, eu nunca tinha ouvido e há vários destaques. Por exemplo, me chamou muito a atenção a música do grupo The Almighty RSO - Hes Gonna Catch It,  onde o grupo brasileiro de rap, Filosofia de Rua se inspirou e usou o sampler para o seu clássico A Cor da Pele Não Influi Nada. O rapper Too Short da as caras em mais uma das suas pauladas e sendo que não são as óbvias Life is  e nem Ain’t trippin e sim a pouca falada I Wanna do it. 

A rapper Yo Yo tinha uma levada muito respeitada na época e cantou a faixa So Funky em cima da Be Alright do ZAPP, ficou mais louca ainda. Esse play ta embaçado mesmo! agora uma faixa do grupo do finado Guru, o GangStarr com Knowledge, boa produção do DJ Premier. DAS EFX dispensa apresentação com Mic Checka em versão vocal e instrumental.  Eric B e Rakim marcam presença com a classuda Move The Crow, essa versão instrumental era uma das preferidas dos Djs para dar um clima na festa. 

clique na capa e pirateie




quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Repost: Too Short, "Life Crazy" desde a década de 80



Tá ligado gíria? Então mano o bagulho é o seguinte.... começo  assim esse texto para falar que a gíria não é somente palavras que as vezes parecem fora de contexto. Elas as vezes contém um significado diferente dentro de um dialogo, tem também os sons, os tons, os “subtons”,  toda aquela malemolência ao falar, tá entendendo?. 

E se um rapper fez isso e bem , esse rapper foi o Too Short, interessante que mesmo  em inglês dava para perceber essa malandragem. Nascido em 28 de Abril de 1966 em South Central em Los Angeles, Todd Anthony Shaw foi criado em Oakland, Califórnia.  Começou a carreira em 1983 lançando um EP com cinco faixas junto com seu amigo de escola Freddie B. Fundou a gravadora Dangerous Music e por ela lançou um dos seus maiores êxitos musicais o Life Is.... Álbum esse que vendeu 2 milhões de cópias, o blog dimiliduques coloca para o público,  o LP de 1988, Too $hort...Life is (que depois foi prensado pela gravadora Jive/RCA). Esse é o seu segundo trabalho solo de estúdio (antes do primeiro solo, o Born To Mack de 1986, foram lançados três EP’s).

Too Short usava uma sonoridade peculiar nas gravações e se diferenciava dos outros rappers. O som de sua voz parecia dobrada e soava bem sinistra combinando com as bases G-Funk e efeitos graves de sintetizadores do músico T.Shaw e Al Eaton.  Os backing vocals de Janna Thomas e Jeannete Wright (essa já fez trabalhos com KC and Sunshine Band e Joss Stone) funcionavam e eram bem entrosados. Too Short produziu, mas teve a ajuda na co-produção de Al Eaton (que trabalhou com Ice T e Spice 1) e de T. Bohanon. 

Nas letras ele seguia a linha que depois viria a se chamar gangsta rap e assim como Ice T, teve como inspiração o escritor Iceberg Slim que falava da vida nos guetos da costa oeste e principalmente da noite com seus prostíbulos e cafetões. Mas em algumas letras Short  também mandou mensagens positivas contra o uso de drogas e as agruras da vida do crime. Conselhos esses que podemos levar como: Ouça  que eu digo e não faça o que eu faço. Já que em 2010 foi preso acusado de agredir três seguranças, depois que eles tentaram proibir a entrada de meninas menores de idade em seu camarim ( leia-se menores de 21 anos). E em Março de 2013 o veterano rapper foi novamente preso por dirigir alcoolizado, tentativa de fuga e porte ilegal de drogas, responde o processo em liberdade. 

Desse disco destaque para as clássicas Life is...Too Short e I Ain't Trippin. Mas tem vários petardos espalhados pelo disco, como a Rhymes cheia de scratchs, A Nobody Does It Better que a letra fala "sou o melhor rapper, sou da California". Na faixa Don't Fight Felling letra explícita que diz "Sim, você! Posso te fazer uma pergunta?,Você gosta de transar? Oh, você não quer que eu fale assim com você? Você gostaria de fazer amor..." com participação de Danger Zone e Rappin 4-Tay. A faixa Cusswords tem um clima sinistro e a City of Dope parece contrastar com um solo de guitarra mais alegre, mas a sisudez volta a dar o tom quando o sintetizador grave entra.    Too Short  já lançou 17 álbuns ao longo de sua carreira de mais de 30 anos e continua na ativa até hoje. 

Aproveite  a vida e clique no link


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quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Repost: Tim Dog, um dos primeiros cachorros loucos do rap americano

O rapper Tim Dog tinha um timbre nervoso, um agudo abafado que fazia com que seus raps tivessem todo um clima de revolta. A levada era aquela noventista, na cadências dos bits e no ritmo.  Quando tinha meus 16 anos, lembro que ainda cantava rap com os manos DJ Claudinho, PESO e Reni C.  esse play rolava direto. E tinha ali uma instrumental da hora que a gente fazia umas rimas em cima, era a faixa Step To Me.

Obviamente não entendíamos muito de inglês, mas dava pra ouvir em músicas (Fuck Compton por exemplo)  alguns xingamentos endereçados aos manos do grupo de rap NWA, CMW, Dj Quik,  Eazy-E, Ice Cube e para o rapper Ice T. Tim Dog abusava dos "fucks", "bitchs" e "shits". É um daqueles discos em que o selo de advertência "Parental Advisory Explicit Lyrics" era obrigatório. A produção ficou a cargo do próprio Tim Dog e de Kool Keith, Ced Gee, TR Love e Moe Love, todos eles integrantes do grupo Ultramagnetic MCs, exceção feita a duas faixas produzidas por Bobby Crawford do grupo Ol Skool.

Nascido Timothy Blair, Tim Dog era um rapper da costa Leste dos EUA, mais precisamente de New York, Bronx e fez parte de uma das maiores tretas do rap americano. Ele teve a coragem de bater de frente com os rappers que estavam fazendo sucesso na época no estilo gangsta. Culminando no ódio musical entre as costas Leste e Oeste (que por vezes extrapolou para tiros e mortes).  Exemplo disso foi a treta dos primórdios entre Boogie Down Productions x Juice Crew, das rappers Lil Kim e Foxy Brown,  Ice Cube contra NWA, The Game x 50 Cent e por aí vai. E uma das mais notáveis e trágicas (onde ambos acabaram mortos a tiros) envolveu os rappers  Notorious B.I.G.  (Costa Leste) e Tupac Shakur, que deram continuidade a essa briga dentro das gravadoras rivais Bad Boy Records de Sean Combs (Puff Daddy) e Death Row de Suge Knight.

O blog dimiliduques põe a disposição o seu primeiro álbum, Penicillin on Wax de 1991 da gravadora Columbia, pelo selo Ruffhouse (ligada a multinacional Sony). A maioria das músicas tem uma pegada mais para frente. Além das já citadas acima, tinha uma faixa Secret Fantasies em que a instrumental é permeada de gemidos como numa transa. Já em Michelle Conversation é simplesmente uma conversa telefônica que parecia uma voz infantil, era uma de suas “homenagens” fazendo piada com a voz da cantora de R&B Michel’le, da cidade de Los Angeles que era artista do selo Ruthless que era de prorpiedade de Eazy-E. Tem também uma vinheta, que usa a voz do falecido comediante  Robin Harris na faixa Robbin Harris Shit, em que ele diz Fuck Compton.

O rapper Tim Dog morreu aos 46 anos no dia 15 de fevereiro de 2013, devido a um mal súbito provavelmente por complicações ligadas a sua diabetes. Na época cogitou-se até que seria um golpe de marketing ou que ele estaria se escondendo para não pagar uma dívida em dinheiro (processo que perdeu no tribunal). Mas mesmo sem um atestado de óbito e por sua família ter ficado de luto sem dar declarações a respeito, a verdade veio a tona e Tim Dog não esta mais entre nós. 




Repost: Lig lig lig... quem nunca ouviu esse começo da Melô do Patinho?

A dupla MC Kooley C e DJ KJ são oriundos da Florida e ficaram famosos aqui no Brasil pela melô do Patinho (Big D). Chegaram a fazer shows no Brasil em apresentações no Club House em Santo André  e no ginásio do Palmeiras em 1988. O grupo lançou dois singles em 1986 com os titulos de Lets Get This Party pelo selo Beware  Records e Started,Just Luke and Listen / Shery and Donno pelo selo Luke Skyywalker Records .O blog dimiliduques põe para todos o LP  com a citada famosa música Big D, lançado em 1988 intitulado Our Time Nas Come pela Beware Records (no Brasil saiu pela All Disc /Eldorado) .

Cara, namorei esse vinil por muito tempo, passava numa loja ali em Santo Amaro, na zona sul de São Paulo. Mas meu ordenado de office boy não dava pra comprar, então meu tio Galo arrumou pra mim. Não vou dizer que fiquei decepcionado, na verdade o disco era fortemente influenciado pelo Miami Bass e Electro Boogie. Gostava mais das músicas Big D e Know U Better.  São boas recordações ao olhar a capa de fundo marrom com os dois artistas a frente e o selo “Incluindo o sucesso Melô do Patinho”.
Mas enfim, o Miami Bass ainda não era tão difundido na época e eu curtia mais o que a gente costumava chamar de balanço. Nos arranjos rápidos os caras usavam muitos sintetizadores, scratchs e a bateria eletrônica TR-808. O disco era bem produzido e Kooley C. mandava bem na rima e no ritmo. Hoje olhando para trás, os caras estavam lançando uma semente que deu frutos juntamente com Steady B. , Dynamix II, 2 Live Crew, JJ Fad,  Rodney O, Sir Mix-A-Lot e outros.

Atualmente, Kooley C, mora no sul da Flórida é um conceituado produtor, já trabalhou com novos nomes, como Pretty Rick e Pitbull.

Clique na capa sem afinar a voz

http://www.4shared.com/rar/ZIN1DlMlce/Dj_Kj__Mc_Kooley_C_-_Your_Time.html


segunda-feira, 18 de julho de 2016

Bis do Biz...só no vapor do hip hop

Estava adiando (nem sei o porquê) a postagem desse play, mas depois de já tê-lo perdido do HD , resolvi de uma vez por todas resenhar. Já escrevi sobre o Biz Markie em outra oportunidade (leia aqui) mas hoje é o sobre o LP Goin’ Off. Mano, viagem! só posso falar isso, sempre sou transportado para 89 com esse disco, tudo bem ele foi lançado em 88 mas só um ano depois tive acesso ao mesmo. E isso foi através dos plays do meu tio João Galo, mais conhecido como Função, aliás vários discos e músicas que escutei na minha adolescência  foi tudo culpa dele (que bom!).

O álbum Goin’ Off do rapper Biz Markie foi gravado entre 1987/1988 pela gravadora Cold Chillin/Warner Bros Music. Foi o primeiro da carreira do rapper e que boa estreia!. Curiosamente as cinco primeiras faixas do disco, inclusive o hit Vapors, foram compostas por outro rapper (e amigo pessoal de Biz), Big Daddy Kane.

A produção ficou a cargo do legendário DJ Marley Marl e participação nos vocais de TJ Shawn integrante da Juice Crew All Stars. O scratchs foram do primo de Biz Markie e seu parceiro nos shows, Dj Cool V.  Eu gosto muito do álbum todo, já que ele me remete a minhas tardes com o 3 em 1 ligado escutando vinis de rap. Mas sempre há aquelas faixas em que você tirava a agulha e colocava do começo, eu fazia isso com Vapors, Goin’Off, Albee Square Mall, Returno of The Biz Dance e Cool V’s Tribute To Scratching.

A masterização é um caso a parte, feita pelo engenheiro de som Herb Powers Jr. , o cara dominava as primeiras caixas de ritmo da época, as TR 808/909 abusando dos seus graves altos (loud), agudos nítidos e graves profundos nos chamados pumping bass (baixo sintetizado com efeito “bombado”), o técnico já trabalhou em discos de LL Cool J,  Ted Pendergrass, Blue Magic, Toni Braxton, Keith Sweat e J.R. Funk And The Love Machine.

A capa é espalhafatosa, mostra a imagem do rapper refletida num daqueles espelhos que eram atração nos parques de diversões. A fotografia e design da capa é de George Du Bose que já realizou trabalhos com B52’s, Ramones, Atlantic Star e Kid Creole And The Coconuts.

Alguns especialistas em rap opinam que as letras desse trabalho eram um pouco óbvias e rudimentares, mas foi o retrato de uma época, a maioria dos rappers de então não eram de todo politizados e a rima mais lúdica e egocentrista prevalecia nas letras. Somados a isso sua interpretação, com melodias em desafino, seu humor e seu improviso, Isso poderia rumar para perda de identidade das ruas, mas ao contrário só fortaleceu sua música. Sem dúvida o disco é um dos grandes clássicos da era de ouro do Hip Hop, considerado um dos top 100 da revista Source de New York.

Fontes, sites: Allmusic, Discogs, Wikipédia, MTVartists, disco-disco, blog Lost Jewells e Nerdtorius

Sinta os vapores clicando na capa!







quinta-feira, 14 de julho de 2016

Repost: Biz Markie, um rapper comediante que não é comédia

A primeira coisa que me vem a cabeça quando ouço o nome Biz Markie é : Vapors e Just a Friend. Mas o cara é um rapper de calibre pesado. Nasceu em Nova Iorque em 08 de Abril de 1964 e seu nome de batismo é Marcel Theo Hall. Começou a carreira em 1985 como beatboxer para a rapper Roxanne Shanté. Tem sua origem no Harlem e mais tarde mudou-se para Long Island. E lá começou a rimar, seus versos eram quase sempre espirituosos e bem humorados. Depois fez parte do coletivo Juice Crew com, Marley Marl, MC Shan,  Big Daddy Kane e Kool G Rap, maioria moradores de um dos berços musicais do rap, numa espécie de COHAB, a Queenbridge House's, no bairro do Queens.

O blog dimiliduques saca da caixa de plays, o Diabolical Biz Markie – The Biz Never Sleeps de 1989. Outra daquelas capas chamativas , que quando passa pela sua juventude você dificilmente a esquece. Traz o artista, Biz Markie, transvestido de cientista , bem a seu estilo pateta e maluco. Esse disco saiu aqui no Brasil pelo selo da Warner Bros e ao contrário do primeiro (Goin Off), esse não teve a participação do produtor Marley Marl. Biz Markie quis fazer do seu jeito, juntamente com seu primo, o DJ Cool V.  

Desse LP destaco a já famosa e um dos seus maiores sucessos, Just a Friend, exemplo de música que se mostra chata no começo e de refrão meio desafinado (óbvio que propositadamente), mas que tem um efeito devastador (no bom sentido) nas caixas acústicas e na pista de dança dos bailes. Digamos que ela foi a responsável pelo reconhecimento mundial do nome Biz Markie, depois de um 9º lugar na Billboard. Uma curiosidade é que o refrão é de uma música de Freddie Scott (You Got Waht I Need).

Outras duas faixas também legais são: She’s Not Just Another Woman (Monique) que tem um clima suave, mas malandreado e outra é a Mudd Foot com um sampler de sax jazzístico bem sacana.  A Me versus Me é um entrelaçado de beatbox, especialidade dele. Outro destaque é a My Man Rich, com um looping de contra baixo contagiante. E tem também a engraçadinha The Dragon, que pasmem, fala sobre flatulência! Agora a minha preferida do disco é Check It Out, com sampler grooveado e a levada meio desengonçada de Biz que dá um puta efeito.

Os rappers mais nervosos da época não o levavam tão a sério, mas ele angariava fãs por onde passava. Só depois de um tempo começaram a entender sua maneira de fazer música e até se tornou influente em alguns segmentos undergrounds.

Apesar disso sua carreira sofreu um duro golpe em 1993 no lançamento do álbum I Need a Heircut. Foi processado pelo cantor Gilbert O’ Sullivan por ter usado sem autorização um trecho de sua música Alone Again (Naturally) . Gilbert não só ganhou o processo como a Warner Bros (ligada ao selo Cold Chillin) teve que recolher todos os LP's e K7's das lojas. A partir desse caso, mudaram, de certa forma, as relações de Djs, músicos e gravadoras no mundo hip hop.

Apresentou-se em mega eventos como pré-Oscar Party, Grammy, Super Bown, NBA All Star Weekend e outros. Participou do reality show Celebrity Fit Club em 2005. Uma das suas ultimas aparições (2013) foi uma participação na música da banda de indie rock The Flaming Lips.

Atualmente Biz Markie é multimídia, participa de comerciais de grandes empresas como Pepsi, Budweiser, Microsoft e Heineken. É Disk Jockey, animador, ator, humorista e se apresenta em eventos diversos, chegando a fazer 200 deles por ano. Também figurou em aparições no programa infantil da Nick Jr. com o personagem Yo Gabba Gabba. Tem seu nome ligado a produtos para crianças e em seu site oficial vende tênis, camisetas e até trechos de sua voz/beatbox para chamadas de celular.  E assim o old school Biz Markie vai levando a vida e faturando.

 Clique na capa justamente amigo