Elizabeth Santos Leal de
Carvalho, simplesmente Beth Carvalho, grande madrinha do pagode. Nascida no Rio
de Janeiro em 05 de Maio de 1946. Ainda adolescente ganhou um violão da mãe,
Dona Maria Nair e paralelo as aulas de ballet também aprendia a dedilhar o
instrumento. Uma de suas influencias foi
o seu pai, João Francisco que a levava nos ensaios das escolas de samba, isso
pelos vários bairros que morou, em virtude de mudanças por suas posições contra
a ditadura militar.
No início dos anos 60 Beth se
envolveu com a bossa nova, mas já em idos de 66 abraçou o samba apresentando-se no show A Hora e a Vez do Samba, junto com Noca da Portela e Nelson Sargento. Na sua vida artística também passou pelas participações em
festivais de música e num deles ficou conhecida. Foi em 1968 no festival FIC
com a canção Andança e no ano seguinte lançou seu primeiro LP com esse mesmo
título. A partir de 1973 começou a gravar um álbum por ano e revelando muitos
compositores.
O blog dimiliduques posta o álbum
Ao Vivo no Olympia , resultado do show dos dias 19,20 e 21 de Julho de 1991 na respeitada casa de shows em São Paulo (já extinta). O disco saiu pela gravadora Gala/Som
Livre. Na minha humilde opinião é um dos mais belos trabalhos de samba gravado
ao vivo. Tinha uma pitada de cada estilo, partido alto, pagode e MPB. A
qualidade impressiona, a voz da Beth límpida e afinada, o repertório
certeiro , os arranjos, os músicos participantes, a sonoridade, a mixagem, as
fotos, beirou a perfeição.
Nas composições temos desde
Paulinho da Viola, Cartola, Chico Buarque, Gonzaguinha, Almir Guineto, Arlindo Cruz, Nei Lopes, Jorge
Aragão, Zeca Pagodinho, Martinho da
Vila, Beto Sem Braço, Luiz Carlos da Vila a outros baluartes. Na lista
de músicos feras do naipe de Bororó no baixo e violão, Gordinho no surdo,
Marcelinho Moreira, Claumir e Andrezinho na percussão, Arlindo Cruz no banjo, Neco
violão de 7 cordas, Valtinho na batera, Wanderson Martins no cavaco e Leandro
Braga nos teclados. Os ótimos arranjos ficaram por conta do Maestro Ivan Paulo
que de tanto eficaz abriu mão por exemplo de instrumentos de sopro.
Com sua voz afinada, a madrinha
embala os ouvidos dos sambistas e seu som reverbera nas rodas de samba pelo
Brasil. Hoje mais de 36 trabalhos lançados entre LPs/CDs e DVDs e 45 anos de
carreira, ela ainda dar o ar da graça nos palcos da vida. Sou até suspeito de
falar, já que admiro vários álbuns da Beth Carvalho, tais como Pé no Chão, Na
Fonte, Suor no Rosto, Coração Brasileiro, Alma do Brasil, Saudades da
Guanabara, Canta o samba de São Paulo, Pagode de Mesa... Enfim é muito disco e
todos eles sempre bem cuidados no que diz respeito a escolha de repertório,
músicos, arranjos, interpretação e afins.
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