Olha esse recheio! Digo da
bolacha...digo do LP do Di Melo o Imorrível.
Esse pernambucano mostra que o estado do mangue já vinha enlameando as
mentes a muito muito tempo. Roberto de
Melo Santos é seu nome de batismo, mas veio em sampa pra detonar. Em 1975 lança
por aqui o seu disco cultuado, gravadora Emi Odeon intitulado simplesmente como
Di Melo. Uma capa meio escura, a meia
luz com cores amarronzadas e um sério Di
Melo de óculos e boina contrastando com ele sorridente na contracapa. Ele foi considerado um dos artistas que mais
teve uma originalidade para fazer um soul genuinamente brasileiro. Nesse LP de
75 conta com participações de Hermeto Pascoal e Heraldo do Monte, orquestração de Geraldo Vespar e direção de José Briamonte.
Na década de 90 os DJs
redescobrem seu som, principalmente os europeus. E aí para um revival da
carreira teve ainda o passo marcado por um documentário; Di Melo – O
Imorrível. Com uma voz meio anasalada
com um forte sotaque de Pernambuco que dão além do mapa de origem, um suingue
bem louco a sua música. Eu destaco as faixas A Vida Em Seus Métodos Diz Calma,
Kilariô, Minha Estrela, Pernalonga e Se O Mundo Acabasse em Mel. O disco tem lá
seus momentos mais calmos e até maçantes ou como podemos dizer de difícil
assimilação na primeira audição. Resultado de um certo experimentalismo de
ritmos como o tango, mas as suingueiras equilibram o suposto amargo e o mel. O
site do cantor (aqui) da
conta de dez trabalhos lançados , entre coletâneas e solos. Mesmo este LP sendo bem acessível na rede, sempre é bom poder revisitá-lo quando a saudade do soul e do balanço bate a porta.
Calma clique na capa
Nenhum comentário:
Postar um comentário