O grupo Ponto de Encontro teve
seu embrião no Grupo Miscigenação formado em 1986 no Bar do Beto no Boqueirão,
baixada santista (foi em 1987 que mudaram de nome). E conforme a repercussão
dos pagodes, eles subiam a serra para se apresentar em São Paulo. E por aqui
fincaram sua raiz, se apresentando nas casas de shows; Sambaraylove, Bodega´s
Bar, Brasileirinho, Clube House, Canoa Quebrada, Botecão/Balancê, Só Pra
Contrariar, Bar Avenida, JB Sambar e outros. Locais esses que ficaram para a
história e no imaginário do povo do samba e pagode na capital paulista.
Acompanharam como banda de
apoio muitos artistas de renome, tais como Jovelina Pérola Negra, Pedrinho da
Flor, Dona Ivone Lara, Reinaldo, Sombrinha, Jorge Aragão e outros. Naquela
época de vacas magras nem sempre os artistas do Rio de Janeiro conseguiam grana
para pagar hotel, avião e outras despesas para uma banda inteira, então o jeito
era contratar e contar com o talento da rapaziada que já estava por aqui na
noitada.
Um dos shows mais lotados que o
grupo se apresentou foi no Palmeiras e tocaram no mesmo dia de ... Leandro e
Leonardo. Mas fizeram outras apresentações marcantes como em 1989 na quadra da
Rosas de Ouro com Biro do Cavaco e Almir Guineto, em 1990 na quadra da Mocidade
Alegre com Jovelina e Zeca Pagodinho e em 1990 no Bodegas Bar com Fundo de
Quintal.
A primeira chance de gravar
surgiu em 1991 no LP Mistura Fina e seus convidados, aliás bem diferente um
grupo lançar um disco e dar espaço chamando outro de convidado, é muito
provável que a amizade entre os grupos e a influencia de Jorge Hamilton e Pelé
pesou nessa decisão. No LP entraram as faixas Toque Divinal e Imagem, essa
última cantada lindamente por Valtinho, fez um tremendo sucesso.
Em 1994 o grupo lançou seu
trabalho solo pela gravadora Five Star/Chic Show. Um disco muito bem feito. Com
composições de Ademir Fogaça, Lourenço, Leandro Lehart, Delcio Luiz, Chiquinho dos Santos (que naquela altura fazia parte do grupo) e outros.
Desse disco destaco as músicas
Disfarce – uma dolente de primeira qualidade, Mais Que Um Beijo – que tem uma boa
cadência e chama a atenção pelo início dissonante, Dona do Meu Amor – que tem
um ritmo estilo na levada do agogô no refrão e o partido alto Roda de Amigos.
Que eu me lembre de cabeça na
formação do grupo teve além de Pelé Problema (percussão), Chiquinho dos Santos
(cavaco) e Valtinho Tato (repique e vocal) também a presença de Kiko, Alemão
(cavaco/banjo), Ronaldo Luiz, Silvinho (percussão), Gilson, Moreira (cavaco/bandolim), Benê
(Tantã), Tikinho (violão de 6 e 7 cordas), Feijão (pandeiro), Kinho (bateria),
Lê (contra baixo) e Serginho (teclados).
O grupo acabou se desfazendo,
ainda lançaram de forma independente em 2002 o CD “Tudo Novo...Contrariando a Regra” que teve
pouca repercussão. Mas deixaram como herança um pagode bem feito e alegre,
principalmente em suas memoráveis apresentações ao vivo no bar Sambarylove no
bairro do Bixiga em São Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário