terça-feira, 11 de novembro de 2014

Os mestres do swing



O swing/suingue brasileiro! Parece pleonasmo , mas é a mais pura verdade. O brasileiro sempre teve esse algo a mais, não só para driblar com a bola nos pés, mas também para driblar as barreiras  do dia a dia e seus desafios. Na música então nem se fala! misturamos o que já é miscigenado pelos ancestrais com música europeia (portuguesa, espanhola e outras), africana, indígena, árabe e... bom a história musical no Brasil é longa e rica. Veja o maxixe, o samba, o choro, a bossa nova e por aí vai. Mas a coletânea de que o blog dimiliduques vai tratar hoje é de swing/suingue, sambalanço e outros adjetivos e rótulos que colocaram nesse ritmo. Lembrando que os mais tradicionais separam samba-rock colocando essa nomenclatura apenas como a dança em si, mas enfim...Não importa, vamos fazer uma viagem e tanta pelas ondas musicais dos anos 70/80. 

Vou chamar aqui de swing mesmo, o que vem a ser o ritmo? Vou usar meus parcos conhecimentos musicais teóricos para tentar situar. Basicamente é uma espécie de soul brasileiro, mas a pegada (ah a pegada!), o molho, a essência é Brasil. Jorge Ben foi um dos precursores e inventores da batida peculiar do violão. Tim Maia foi o cara que lapidou e sorveu da música black norte americana. Atualmente um cara que tem que ser citado é Marco Mattoli, um band leader de respetio com o Clube do Balanço. Mas tem vários com musicalidade de sobra para dar andamento nesse clã swingueiro.

Ou seja tudo isso no compasso ora do funk com  samba, meio bossa nova, só que um pouco mais ritmado e com elementos como contra baixo, violão, guitarra, bateria, teclados, piano, sopros, metais e batucada brasileira. Essa fusion deu muito certo e muitos outros artistas entraram na parada, uns mais obscuros (como Miguel de Deus e Paulão da Tinga) outros mais conhecidos (como Cassiano, Bebeto e Hyldon). Mas cada qual tirando sua onda, brincando seriamente com a música e colocando sua marca. 

Terra fértil para experimentalismos e psicodelismos. E as referencias são aos borbotões; baião, samba, forró, soul, funk, jazz, foxtrot, merengue, mambo, rumba, rock and roll... E reverencias são aos montes; Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Sivuca, Tom Jobim, Bola Sete, James Brown, Chuck Berry, Bill Haley, Sly and Family Stone... Mas o swing teve seu valor reconhecido principalmente pelo movimento negro e pelas equipes de baile de São Paulo e Rio de Janeiro. Outra peculiaridade é que o estado do Rio Grande do Sul é uma grande referência no assunto (são de lá, por exemplo, Grupo Pau Brasil, Bedeu e Luiz Wagner). E até hoje por lá as bandas de swing/sambalanço e seus derivados tem um vasto espaço para tocar e um público fiel.

Clique na capa e caia nesse swing

https://www.mediafire.com/?wt4y3fka1q3218n

Nas fotos da esquerda para direita no sentido horário: Bebeto, Boca Nervosa, Carlos Dafé, Dom Mita, Paulão da Tinga, Franko Xavier, Tony Bizarro, Tim Maia, Sócrates, Dom Richard, Marku Ribas e Helio Matheus.


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