quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Solange, ex vocalista do grupo feminino Fora de Série gravou um solo



A cantora Solange Campos foi vocalista do pioneiro grupo de pagode formado só por mulheres, o Fora de Série. O grupo, que era de São Paulo, participou de uma coletânea da gravadora JWC em 1990, o Só Pra Contrariar e seus convidados. As faixas que saíram nesse LP foram Motivação e o sucesso Teimosia.  O grupo acabou se envolvendo em uma disputa judicial pelo nome , com um grupo do Rio de Janeiro e ao que tudo indica o nome estava registrado para os cariocas antes. Mas elas ainda hoje fazem shows com o novo nome Som Mulheres.

Em 1993 Solange a principal vocalista lançou o seu trabalho solo intitulado Nunca Mais Vou Esquecer,  pela gravadora RGE. Um álbum simples mas com a peculiar sonoridade dos pagodes dos anos 90. Ela tem a voz forte mas suave e a interpretação pagodeira na veia. No repertório algumas regravações como Ainda Lembro de Marisa Monte, Procura-se Um Amor e Teimosia do seu ex- grupo. 

Nas composições nomes como Benê Alves, Helder Celso, Mario Sérgio, Adilson Caveira, Carica, Prateado, Faéti, Polengue do Cavaco, Juninho Samba de Mesa e outros.  Gravado em São Paulo no estúdio Sigla, os arranjos ficaram a cargo de Benê Alves, Helder Celso e Eduardo Neto, a produção ainda teve participação de Ricardinho do grupo Mé Maior.

Na lista de músicos muitas figurinhas carimbadas como: Rick na bateria, Ocimar no baixo, Eduardo Neto nos teclados, Ricardinho Mé Maior cavaco, banjo e percussão geral, Carlão Mé Maior no surdo, Edmilson Capelupi violão de 7 cordas, Benê Alves violão de 6 cordas, Helder Celso cavaco e banjo, Mokita percussão e no coral Adriana Drê e Kauê. O álbum conta com as participações de Dominguinhos do Acordeom (na faixa Bom á Beça),  Grupo Toca do Coelho (Vem Cá Menino), Kauê (Ainda Lembro) e Helder Celso do Grupo Pé de Moleque (Minha Certeza). Uma raridade na internet (créditos ao Juninho Ferracini e ao grupo no Facebook - Bandeira do Samba).

Teimosia é não clicar na capa

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sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Um sambista do balanço



Sergio Roberto Serafim, esse é o verdadeiro nome de Serginho Meriti, nascido justamente no bairro de São João do Meriti no Rio de Janeiro. Compositor de mão cheia e sambista na veia. Serginho começou muito jovem e já desde os sete anos de idade já mostrava seu lado musical nos primeiros acordes no violão de seu pai, Sr. Felisbino. Em 1976 a primeira oportunidade efetiva de gravar uma música de sua autoria. Foi no disco Olé do Partido Alto Samba,da  gravadora Tape Car. Foi pela indicação de Edson Menezes (autor do Deixem que diga que pensem que falem...). A faixa em questão foi Balanço do Mar uma parceria com Carlinhos PQD. 

Assim sua fama como bom compositor começou se espalhar, e uma das primeiras bandas a acolhe-lo foi o Copa 7, gravando Som do Copa nº 1 e nº 7. Quando no começo dos anos 80 conheceu o cantor paulistano Bebeto e esse entusiasmado com o balanço de Meriti gravou nada mais nada menos do que 11 composições dele num só disco (Batalha Maravilhosa - 1981).

Com o sucesso das musicas Meriti acabou sendo apresentado para Roberto Menescal e esse o levou para a gravadora Polygram. O contrato foi para três discos, Bons Momentos (1981), Vida Tão Bela Menina (1982) e Bem Natural (esse saiu em 1984 pelo selo Gema). 

Hoje Serginho Meriti é reconhecido e respeitado compositor, sendo a lista de artistas que já o gravaram enorme. Só para citar o sucesso Deixa a Vida Me Levar com Zeca Pagodinho, teve músicas gravadas por Jovelina Perola Negra, Fundo de Quintal, Roberto Ribeiro, Cidade Negra, Bezerra da Silva, Blitz, Elza Soares, Falcão do Rappa, Maria Rita, Beth Carvalho...e por aí vai.

O blog dimiliduques põe a disposição o primeiro solo do artista, intitulado Bons Momentos , gravadora Polydor. Logo de início vou deixar registrado que a linha melódica e o groove do contra baixo desse disco é  dos mais surpreendentes que já ouvi. Improviso, criatividade e técnica. O disco é de swingue/sambalanço, com uns metais certeiros. Os arranjos e regências foram de Evaldo Santos que também fez a guitarra e dividiu o violão ovation com Serginho Meriti. Na bateria tivemos Jurim, percussão Mosquito, teclados Julinho e Zé Roberto, trompetes Formiga, Dutra e Evaldo, sax tenor e flauta Carlinhos, sax alto e flauta Tenório, trombones Ed Maciel e Simões, no contra baixo Mosquito e os vocais do conjunto As Gatas.  Os participantes foram alguns componentes do conjunto Rancho no qual Meriti fazia parte e que de certa forma continuaram a acompanha-lo nos shows. 

Nas composições várias de Serginho Meriti e parcerias como por exemplo Bebeto, Carlinhos PQD, Luiz Comancher e Dhema. Um disco muito bom, ótimo balanço e musicalidade, traz referências de Black Rio a Jorge Ben.


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segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Coletânea Hip Hop Classics da Familia Black Net

Mais um lançamento coletivo da Família Black Net! Dessa vez são os balanços. Quem já curtiu um baile black sabe que a hora do balanço era a hora da malandragem. Aqueles que não sabiam dançar samba rock (como eu) compensavam dançando o balanço. E com o tempo os passos e a nomenclatura modificaram-se. Por exemplo o funk de James Brow e Curtis Manfield viraram funk falado de Kurtis Blow e Sugar Hill. Pouco depois vieram Whodini e Kool Moe Dee e ainda eram conhecidos como balanço. Só depois com LL Cool J. e RUN DMC já usaram a palavra rap. Depois vieram Public Enemy e NWA e o rap se tornou mais panfletário e virou Hip Hop. A dança também sofreu alterações desde o estilo livre , break, , passinhos, street dance e smurf dance... Mas isso são fatos que não seguem nenhuma cronologia histórica e sim afetiva de minhas lembranças. O importante no final é dançar e curtir o som. Faça o download e escute o que os blogueiros escolheram, tem muita coisa legal. Só de aperitivo vou citar alguns nomes: Biz Markie, Kool G. Rap, Young MC, Lord Finesse, D-Nice, Big L, Too Short e outros mais... gostou? então siga para o blog do Marcio e baixe a coletânea Hip Hop Classics.

http://blackmagicnostalgia.blogspot.com.br/



sábado, 9 de agosto de 2014

Pavilhão 9 em primeiro grande ato



Como se fosse hoje me lembro do lançamento do disco do Pavilhão 9 intitulado 1º Ato. Imagine que o lançamento foi num salão em pleno bairro nobre dos Jardins, Zona Sul de São Paulo.  Aquele inicio dos anos 90 iria marcar e ano de 1992,  o pré-lançamento do P9 também. Fui convidado juntamente com meus manos do grupo de rap RDS (Reorganização do Sistema) para prestigiar. Chegando ao endereço um pessoal diferente, com roupas bem diversas da nossa (provavelmente eles estavam pensando o mesmo de nós...). Na entrada um cara estilo roqueiro com jaqueta de couro preto, cabeça raspada, olhos claros, vendia uns bottons. Em meio aos souvenirs reparei um da suástica nazista, ih vai dá merda.  Entre os manos que ali estavam muitos faziam parte do movimento negro e quase o tempo fechou. O cara só escapou porque deu uma de “jão” e afirmou desconhecer o significado daquilo. “Pensou que era da guerra? Pá cima de nóis? Se joga!” assim educadamente ele foi convidado a sair da nossa vista. 

Beleza e aí o Pavilhão Nove chegou? Os seguranças responderam que sim, mas que não poderíamos entrar, o porquê? Estávamos com bonés e tênis e ali naquele ambiente só poderiam entrar com outros trajes. Que cilada! Começou um burburinho e juntou muita gente ali na entrada, a confusão era latente. Mas algum representante do grupo veio falar com a gente (empresário?). Mas enfim “Maomé veio até a montanha” e os integrantes do Pavilhão 9 vendo a situação, resolveram da seguinte forma: Subiram no teto de um opala e cantaram a capela as músicas do disco (todo mundo marcando o compasso com a palma da mão). Não sem antes trocar uma ideia, jogar algumas capas para quem as pegasse e sair com um vinil novinho. Todo mundo abraçou e no fim fomos embora, nem sei se os caras fizeram o show pros playboys, devem ter feito.

O disco foi polêmico, entre as faixas saíram; Calibre 12”, Manos Errados e quatro versões para Otários Fardados. Isso acabou gerando várias ameaças de morte ao grupo, que depois começou a se apresentar com capuzes e mascaras. O selo independente era a Radical Ltda Produções Artísticas e a produção foi do DJ Marcello e P9. Boa sacada colocar os lados dos disco como Lado Certo (A) e Lado Errado (B). O grupo foi formado no Grajaú, São Paulo, em 1990. E tinha nessa época como integrantes Dj Branco, Piveti, Rho$$i e Camburão. O grupo virou banda, misturou hard core/rock/punk com rap e fez muito sucesso (o ápice no Rock in Rio em 2001). Lançaram nesse formato os álbuns Cadeia Nacional (1997), Se Deus Vier que Venha Armado (1999), Reação (2001) e Público Alvo (2004). 

Piveti saiu do grupo um ano depois, entrando em seu lugar o vocal Doze. Camburão e Branco ainda participaram da gravação do ótimo Procurados Vivos ou Mortos de 1994. Camburão teve problemas com drogas e acabou afastado, mas com sua voz grave lançou o solo “Brasil, país do crack (2001)” se apresentava como Camburão e Arsenal. Piveti acabou sendo preso e dizem que sofreu um bocado quando reconhecido como o rapper que compôs Otários Fardados. Já em liberdade lançou em 1994 o seu álbum solo, muito elogiado na época, produzido por Edu-K e intitulado de Ex-Detento. Branco também se lançou como MC ao lado de Piveti como dupla lançaram dois trabalhos, Elos da Vida (1998) e A Última Gota (2004). Branco recentemente lançou o CD Quanto Mais Branco, Mais Preto (2013). Há também os solos do ex-vocalista Rhossi, Primeira Prova (2008) e A Hora É Agora (2013). 


Não dê uma de mano errado, clique na capa.

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quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Old School rap com o grupo The 7A3



O grupo de rap americano The 7A3 foi formado em Nova Iorque e se firmou em Los Angeles, Califórnia. A formação era composta pelos irmãos Sean e Brett  Bouldin mais o amigo Lawrence Muggerud (mais conhecido como DJ Muggs).  Na época fiquei curioso em escutar o disco dos caras, por que tinha escutado a música Mad Mad World que saiu na trilha sonora do filme Colors. Ironicamente não tem essa faixa nesse disco (coloquei como bônus track no final), foi lançada apenas como single e foi diretamente para o filme. O grupo ainda teve outra música em trilha sonora de filme, no caso foi a gravação de Take You Back para Rock V.

O primeiro e único álbum do grupo saiu em 1988, pelo selo Geffen Records com o título de Coolin' In Cali.  O que mais impressiona nesse trabalho são as montagens, viradas de bases instrumentais, BPM’s diversos,  bits, batidas, breaks, colagens e scratchs somados a levada vocal característica da época. Essa mistura por vezes caótica teve um resultado único com um rap sólido e criativo. Até música latina usaram na produção como na Drums Of Steel. Obviamente essa e outras pequenas menções latinas e chicanas no disco são reflexos de DJ Muggs que tempos depois viria a fundar junto com B-Real e Sen Dog o grupo Cypress Hill.
Escute a faixa Coolin’ In Cali ,  tem uma guitarra ali que tempos depois o Kool Moe Dee usou na música Rise ‘N’ Shine.  Mas outras faixas serão de audição viajante como a conhecida dos bailes blacks, A Mans Gotta Do What A Mans Gotta Do. Destaco também Express The Mind (samplers de JB’s), Hit’ Em Again e na última faixa Lucifer onde quem curtiu o programa Clip Trip da TV Gazeta, reconhecerá os riffs da guitarra de fundo. A música dos riffs em questão é a  Beat Dis do grupo Bomb in the Bass que por sua vez sampleou inúmeros artistas como Africa Bambaata, James Brown, Aretha Franklin, Kurtis Blow, Bar Kays e uma lista enorme. 

 O grupo fez amizade com a turma de B-Real, Funkdoobiest e encerrou as atividades em 1992. Sean Bouldin tornou-se executivo de grandes empresas relacionadas a musica e entretenimento tais como Interscope, EMI, Dreamworks, Immortal e outras. 

Mais um disco de rap da old shool que vale a pena ser escutado, estudado e curtido.


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terça-feira, 5 de agosto de 2014

Herança afrocaribenha no funk de New Orleans

O som das bandas de Nova Orleans tem um quê de vários ritmos. São heranças culturais que vão desde a marcha fúnebre, o carnaval das tribos indígenas e as reuniões dos negros aos sábados à noite para se divertir e comer um peixe assado. Essas são algumas das inspirações do estilo New Orleans Funk, onde desenvolveram seu som único. New Orleans fica nos EUA e é uma cidade portuária do estado de Louisiana. Foi fundada pela colônia francesa. Conforme seu crescimento vieram muitos escravos do Caribe e região (norte do oceano atlântico).

Foram os escravos oriundos do Haiti que trouxeram com eles a religião vodu e sua música com tambores. Tornando-se assim uma das primeiras regiões da américa a desenvolver uma forte cultura afro americana. Isso desembocou na invenção do jazz lá para o inicio do século XX. Como foi dito no início, uma banda de marcha fúnebre fazia uma música mais solene, mais jazz para acompanhar o caixão até o local do enterro. Lá chegando uma segunda banda mais percussiva com dançarinos transformavam o velório numa celebração do espirito, como um rito de passagem para se libertar do mundo terreno. Esta tradição africana é forte e até hoje é feita na cidade. E a “cozinha” de tambores serviu como base para o estilo sincopado da batida do New Orleans Funk.

Uma boa amostragem de R&B/soul/funks de New Orleans ou Southern Soul você encontra no CD New Orleans Funk lançado em 2000 pelo selo Soul Jazz Records. São faixas de grupos locais que serviram de base para o funk ouvido principalmente nos anos 60/70. Alguns nomes conhecidos e outros nem tanto, quer dizer a não ser que você seja um aficionado. Artistas apreciados como Lee Dorsey, The Meters, The Gaturs, Eddie Bo e Huey Piano Smith. Mas a que eu realmente conhecia e curto é a bela faixa Hércules de Aaron Neville, peça de sample de muitos rappers. Dê uma boa escutada e sinta a textura e o clima grooveado nas 24 faixas.  Pois até o modus operandi dos produtores, somado as aparelhagens de gravação antigas, davam um som diferente aos instrumentos. A acústica em si e as válvulas...tornavam o registro de cada banda único. Em tempo: o tiozinho da capa é estiloso hein... e os créditos eu deixo para o mano Daniel do blog www.saravaclub.blogspot.com.br foi lá que achei essa pérola e lá bebi várias doses de funk e deep funk!

Clique na capa e sirva-se!





segunda-feira, 4 de agosto de 2014

O volume 2 do Rap Love chegou

Bom como havia escrito no outro post (aqui) , chega o segundo volume de RAP Love. Espero que curtam, se por acaso achar nos meus garimpos mais 14 músicas sai o volume 3, mas por enquanto só achei mais quatro... Um abraço e como sempre clique na capa pra baixar e curtir.

https://www.mediafire.com/folder/undefined/


domingo, 3 de agosto de 2014

Consciência Black volume 1, um dos primórdios do rap nacional

O rap é uma das minhas paixões, desde adolescente era o que eu gostava de escutar. Começando com RUN DMC, Biz Markie, Whodini, Kool Moe Dee, depois a fase noventa com NWA, Public Enemy e nessa mesma época o rap nacional com Racionais MC’s e  Thaíde e DJ Hum. Através do rap foi quando me aventurei a escrever algumas letras sobre os problemas de onde vivia, que variaram das drogas , violência, polícia e desigualdade social. Eram tempos difíceis (olha o Edi Rock aí), dinheiro minguado, emprego raro, o crime batendo na porta. Mas também eram tempos de certa liberdade nas ruas, antigas brincadeiras de polícia e ladrão, esconde-esconde, estreia nova cela. Época de descobertas, beijar na boca, namorar, zuar na escola e conversar em volta da fogueira até altas horas, pra mãe vir berrar seu nome te chamando pra entrar.

Aquela cena descrita num rap dos Racionais “admirava os ladrão e os malandro mais velho” é realidade e bem a cara da periferia naquela época. Futebol no campinho de trás, pipa no ar, os maconheiros, os pés de pato (justiceiros) e os bailes blacks.

No meio do movimento rap eu tinha a visão romântica de que não podia se “vender ao sistema”. A caminhada era árdua e o tempo que fiquei mais envolvido com a coisa foi de 1988 a 1993. Me enveredei pelos lados do samba, mas enxergava rap em tudo, Bezerra da Silva para mim era uma espécie de cronista suburbano. Sempre dava um jeito de misturar um rap com samba ou com algo que lembrava o hip hop. Então Jorge Ben , Originais do Samba, Branca Di Neve e outros samba rocks entravam aos poucos no repertório. Quando colava algum amigo que era do rap nas rodas de samba fazia questão de chamar e bolar um ritmo pro cara cantar em cima. Lembro que o Dimenó e Marcelo Cicatriz do Alvos da Lei cantaram a música Bem Povão em cima do Na Subida do Morro dos Originais do Samba com DJ e tudo fazendo scratch em cima, tirávamos a maior onda. Fora os versos de Pânico na Zona Sul dos Racionais MC’s que eu cantava de vez em quando.

Como eu já falei dos manos do Racionais MC’s aqui, vou postar outro disco que fez parte de sua história. O LP coletânea Consciência Black volume 1 onde gravaram a clássica Pânico na Zona Sul. Na verdade o Racionais nessa época era o Mano Brown e Ice Blue da Zona Sul de São Paulo. Na mesma coletânea gravaram a faixa Tempos Difíceis a dupla da Zona Norte, Edi Rock e KL Jay. O encontro desses monstrões deu origem ao que é reconhecido hoje como um dos melhores grupos de rap do Brasil, Racionais no ar!.  O disco foi lançado em 1990 pela Zimbabwe Records (em 1991 lançaram o volume 2). Foi ao lado das coletâneas Ousadia do Rap (Kaskatas), O Som das Ruas (Chic Show) e Hip Hop Cultura de Rua (Eldorado) o ponta pé inicial do rap nacional. 

Na coletânea da Zimbabwe saíram além dos já citados racionais, uma das primeiras mulheres na cena Sharylaine. Mas teve também Street Dance , Criminal Master, Gran Master Rap Jr, MC Gregory e Frank Frank. Repararam que a maioria dos nomes são em inglês? Era uma tendência na época, já que o rap em que os MC’s se inspiravam era americano. As bases apesar de simples, foram bem escolhidas e produzidas, já que na época era tudo intuitivo e os equipamentos de poucos recursos tecnológicos. Sendo assim vale a pena baixar , pois a coletânea é parte da história do rap nacional, nesse caldeirão tem que constar também a Estação São Bento do Metrô, equipes de baile, o break dance e os vinis.