Hoje eu peço licença aos
frequentadores do blog para colocar uma postagem um tanto fora de sintonia com
alguns gostos musicais. Mas é uma singela homenagem ao meu querido pai Sr.
Enésio, que é um cara que sempre me apoiou, deu educação e me ensinou muita coisa,
graças a Deus até hoje me ajuda e esta ao meu lado, te amo paizão!.
Mas vamos ao post, meu pai é um
cara que veio da Bahia ainda jovem, seus 19 / 20 anos, na década de 70.
Trabalhou na construção civil, mas logo virou motorista, profissão que exerceu
em que se aposentou. E me lembro muito das reuniões que ele fazia no bar do Seu
Chico ou em casa, na casa da Tia Faustina, com meus tios e seus amigos. Tio Moringa,
Beni, Hermes, Crispim, Diva, João Viola, Tonho, Vicentão, Zé do brejo, Dedé, Zinho, Messias,
Cródi, Zé do chapéu, Gibaldo, Fran, Tião da Vera, João barbinha, João Toledo e
outros mais.
O clima era festivo e a moda de
viola e sertanejo de raiz eram a trilha musical. Além das violas caipiras,
tinha o violão, a sanfona e o triângulo, para improvisar outros instrumentos, eram
usadas duas colheres, garrafas e pratos. E a cantoria adentrava a madrugada,
muita conversa, causos, piadas, tudo isso regado a cachacinha e tira gostos
como , torresmos, linguiças e uma vez até um cozido de tatu rolou. Tempos bons,
onde eu meus primos Jhonny e Dé cantávamos a música Homem de Pedra do Trio
Parada Dura.
Vai aqui uma pequena crítica, as
novas duplas sertanejas, não cantam “sertanejo” e sim um pop music com
pequeníssimas influências na verdadeira música caipira. Entraram as guitarras
no lugar das violas, entraram em demasia baixo, bateria, teclados, super
produção e a coisa degringolou. As vezes não é culpa dos artistas, pois muitos
deles sabem e conhecem o sertanejo de raiz. A culpa é do sistema e da indústria
de entretenimento que exige além do conteúdo, o show pirotécnico e de palco em
questão.
Obvio que é difícil pensar atualmente uma
dupla só com violas cantando para uma multidão. Mas acho que deveriam respeitar
e em pelo menos duas musicas do show trazer isso de volta. Mas é uma opinião
pessoal, enfrentar o show business não é pra qualquer um, tanto é que rotularam
como “Sertanejo Universitário”. O Daniel ainda fez três cds com regravações de
clássicos da musica sertaneja chamado Meu Reino Encantado, um trabalho bem
legal, mas parou por aí e voltou a ser um cantor romântico. Sem falar nas
duplas femininas como Irmãs Barbosa, As Marcianas, Irmãs Galvão, Irmãs Franco
que hoje é difícil de se ver essa formação.
Por isso me senti na obrigação de
fazer essa homenagem não só ao meu pai, mas meus tios Crispim, Hermes, Véio e
a todos aqueles que gostam de sertanejo de raiz. Eu não gostava muito de música sertaneja, mas aprendi a
respeitar, hoje entendo que tinha muita coisa boa nos vinis do meu pai. Coisas
como Duo Glacial, Iridio e Irineu, Milionário e José Rico, Chitãozinho e Xororó,
Tonico e Tinoco, , Pena Branca e Xavantinho, Duduca e Dalvan... isso pra mim
tem um gostinho de infância, de família unida.
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