sexta-feira, 30 de maio de 2014

Os moleques travessos



A história do grupo Muleke Travesso remonta o antigo grupo de pagode Toca do Coelho, formado só por crianças em 1983. E conforme as crianças completavam 13/14 anos  davam lugar a outros. Mas muitos deles seguiram  carreira na música. Assim surgiu o grupo Muleke Travesso na zona Leste em 1992. 

Tiveram a primeira oportunidade de gravação em  1992 na coletânea sabor Brasil da Transcontinental FM, gravadora Kaskata’s/Ritmo Quente, onde emplacaram a faixa É Tão Ruim Sem Você.  Em 1993 o primeiro solo, com CD intitulado Cheia de Charme pela Sony Music/Harmony onde a regravação de “Não Chores Mais” tocou bem nas rádios. Em 1994 veio o CD Coisa Boa Demais pela Kaskatas Records e consolidou mais o nome do grupo com as músicas Você Em Mim, Coisa Boa Demais, Minha Fonte de Prazer e É Tão Ruim Sem Você. Nesse ano alcançaram a vendagem de 200 mil cópias. 

Em 1997 por uma briga com o antigo empresário, Coelho, saíram todos do grupo (menos o Erick) e mudaram de nome para formar outro grupo Os Travessos. Depois de participar de algumas coletâneas  em 1998  mais um trabalho solo. Com algumas mudanças na formação lançam o CD  Volta Meu Amor também pela gravadora Kaskatas Records e a música título , mais a faixa Gostoso Demais foram bem executadas. 

O nome Muleke Travesso ficou com o empresário por isso entraram outros componentes. Mas a formação que vingou e marcou foi mesmo com a rapaziada travessa, tanto é que o CD de estreia do Os Travessos, pela Atração Fonográfica, intitulado Nossa Dança, estourou o pagode/rap romântico Quando A Gente Ama. Dos componentes que fizeram parte do grupo Muleke Travesso e marcaram época foram Edmilson no Baixo, Rodriguinho vocal/violão, Erick bateria, Rodrigão tantã, Chorão percussão, Fabinho (in memorian) teclados, Gugu vocal, Michel Fujiwara como músico de apoio e Mitcho pandeiro/vocal.

O dimiliduques deixa pra vocês o CD Coisa Boa Demais produzido por Leandro Lehart. 

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sábado, 24 de maio de 2014

Sinta o batuque sensacional


Em 1986 na quadra da escola de samba Camisa Verde e Branco no bairro da Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo surgia o grupo Sensação.  Apesar da rapaziada ser da Zona Norte, era ali o reduto que eles curtiam. Fizeram amizade e começaram a fazer um pagode para animar o Botequim do Camisa, se entrosaram mas ainda não tinham um nome. Até que alguém da galera perguntou como se chamava o grupo e como uma “sensação” citaram esse nome por acaso e acabou pegando.

A primeira gravação do grupo foi em 1991 na coletânea do Festival do Botequim do Camisa com as faixas Pé no Chão e Minha Sina. Participaram nesse mesmo ano da coletânea Mistura Fina com as músicas Na Estica e Procura-se Um Amor. Vale citar ainda a participação na coletânea Sambarylove em 1995, com a faixa Filhos da Noite. 

Mas foi em 1992 que surgiu a oportunidade de gravar o primeiro trabalho solo com o título de Mais Uma Paixão. Luizão da gravadora independente Chic Show/ Five Star bancou a aposta e não se arrependeu.  Um trabalho que mostrou bem a cara do Sensação. Boas composições de Carica (cavaco), Noca da Portela, Arlindo Cruz, Prateado, Luizinho SP, Adilson Bispo, Paquera, Chapinha e outros.

A voz inconfundível de Marquinhos (tamborim) e a retaguarda de primeira de Gazu (repique e rebolo), Cogumelo (complementos) , Reinaldinho (tantã), Miltinho (banjo) e João (pandeiro). Os arranjos ficaram a cargo de Jorge Cardoso e Prateado, que também tocou contrabaixo. E convidaram grandes feras como Rick e Paulo Bonfim na bateria, Lobão nos teclados, Lua violão de 6/7, Paulão no violão de 6, Esguleba nas congas, Miúdo no surdo e no coral Branca e Leila Monjardim.

O resultado foi um samba bem feito, onde venceram a falta de experiência na raça e no talento.  Músicas destaques? Esse é daqueles discos que, para quem gosta de pagode,  pode-se deixar rolar por inteiro. O grupo lançou 12 álbuns e os cinco primeiros eu considero ótimos; Mais Uma Paixão (1992), Canto Nacional (1994), Trem Brasil (1996), Pra Gente Se Encontrar de Novo (1997) e Brilho de Felicidade (1998). Atualmente o Sensação esta com novos integrantes, desde o começo fizeram parte e saíram Miltinho, Reinaldinho, Luizinho SP, João, Elton, Klebão, Marquinhos, Carica e Gazu. O único remanescente da formação original é o Cogumelo que continua com o grupo fazendo samba nos palcos da vida.
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sexta-feira, 23 de maio de 2014

Unidos no intervalo



O grupo União foi formado em 1986 na Zona Norte de São Paulo. E o batismo foi o seguinte, alguns componentes dos grupos que animavam a casa Lottus se reuniam no intervalo. E dessa “União” eles faziam um pagode que soava até melhor quando estavam em seus grupos originais. Então desse entrosamento para a formação de um grupo foi um pulo. 

A primeira gravação do grupo União foi a faixa Você Não É,  na coletânea Acendendo o Pagode em 1993. No ano seguinte foram ao Rio de Janeiro e bancaram do próprio bolso a produção de três faixas produzidas por Alceu Maia. E esse CD demo caiu nas mãos da gravadora Eldorado que em 1996 assinou com grupo.  O CD solo intitulado Jura de Amor foi produzido pelo baixista Bororó. 

A maioria das músicas é de composição de Claudinho União, que toca cavaco e manda muito bem nos vocais. Mas outros nomes aparecem, tais como Salgadinho, Bororó, Paulinho Carvalho e até o Dinho do grupo Mamonas Assassinas (na música Paisagem). O carro chefe foi a faixa Jura de Amor, tocou muito nas rádios. Mas outras faixas também são muito boas como Foi Em Vão,  A Tal Mulher, O Que Eu Nunca Fiz e o partidinho Maravilha.  O Grupo União ainda gravou um outro CD pela Polygram em 2002. 

A formação do grupo era Claudinho União (voz e cavaco), Renê (teclados), Popeye (tantã), Cezinha (Pandeiro), Claudião (violão), Vandinho (repique) e Duda (sax). 

Se una ao pagode e clique na capa

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quinta-feira, 22 de maio de 2014

O pagode é arte, é popular



O grupo Art Popular foi formado pelos irmãos Leandro Lehart e Evandro em 1985 na Parada Inglesa, bairro da Zona Norte de São Paulo. No início o nome era Coisa de Pele em razão de uma música homônima do sambista Jorge Aragão. Mas como uma premonição Lehart quis o nome Art Popular pela pluralidade que o nome guardava, já que poderiam dialogar com outros ritmos. Mas se repararem a expressão "arte popular no nosso chão" é citada na mesma música de Aragão.

O grupo gravou pela primeira vez na coletânea (da antiga choperia) Só Pra Contrariar e seus convidados em 1988 pela gravadora JWC.  A faixa era uma composição de Sombrinha/Luiz Grande/Adilson Victor chamada Filho Mais Novo. 

Já em 1993 o grupo resolveu juntar suas economias e bancar o primeiro trabalho, intitulado Canto da Razão.  O estúdio foi o Citara em Moema e a gravadora foi a Kaskatas/Ritmo Quente. Esse LP é muito bom, para se ter uma ideia ele tem dez  faixas e oito estouraram. Foram vendidas 170 mil cópias.  

Nos arranjos se ouve um balanço diferenciado, a assinatura de Lehart já estava sendo impressa a partir dali. Escute a faixa Beco, uma mistura de soul/MPB e pagode. Tem também as composições dos componentes do grupo que prevaleceram nesse quesito.  E outras musicas compostas por Leci Brandão (regravação de Zé do Caroço), Ademir Fogaça, Jorge Portugal e Roberto Mendes. Os músicos convidados foram Paulão no baixo, Mauro Bastos nos teclados, Marcelinho na bateria, Rick bateria, surdo e congas, Dunga no trompete e Marcão no sax. 

A formação inicial era Leandro Lehart no cavaco/vocal, Marcio Art vocalista e reco-reco, Denilson Pimpolho tantã, Tcharlinho no pandeiro, Evandro no repique e Malli percussão geral.

Em 2001 Leandro Lehart saiu do grupo para se lançar na carreira solo (voltou em 2003 e saiu novamente em 2005). Pelezinho ex-Toke Divinal entrou para o grupo em 2006 e saiu em 2008. Em 2008 Pedrinho Black que foi finalista do programa Ídolos do SBT entrou para o grupo. Em 2012 Marcio Art saiu do grupo e entrou Ricardo Lima. Mas o Art Popular continua nas paradas e em sua discografia tem 13 álbuns gravados e 8 milhões de cópias vendidas.

Sem Utopia clique na capa

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quarta-feira, 21 de maio de 2014

Katinguelê, sempre na área



O grupo Katinguelê começou em 1984 na Pedreira, zona sul de São Paulo. O nome quer dizer criança iniciante na capoeira e foi dado por um amigo. O grupo tocava nas casas e rodas de samba da zona sul, como Dallas, Democrata e outros. Mas no começo da década de 90 uma casa em especial mudou os rumos musicais do grupo. Era o Choppapo em São Bernardo do Campo e o dono Sr. Augusto deu uma força para os rapazes.

Primeiro deixando-os como grupo da casa, depois gravando a faixa Doce Sabor no LP 1º Festival do Choppapo em 1991. Mesmo no meio de feras (no LP entre outros tinha Exaltasamba, Eliana de Lima, Gr. Geração e Pé de Moleque) a repercussão da música foi extraordinária. Tanto foi que o Sr. Augusto resolveu bancar um disco solo do Katinguelê. Assim surgiu o Bem no Íntimo em 1992 gravado de forma independente pelo selo Choppapo. A capa chama muito a atenção, usando uma fonte bem moderna para a época , com cores chamativas mas com certo equilíbrio e combinação. 

É um disco que podemos dizer, puro, usaram o mínimo de recursos, mas bem aproveitados. Os arranjos foram do saudoso Maestro Jobam. E os  músicos participantes foram Mario Testoni nos teclados, Fabio Canela tocando contrabaixo, Serginho na bateria e pandeiro, Brucutu no surdo,  Wagner no cavaco, Breno fez violão de 6/7 cordas, Salgadinho mandou bem no cavaquinho base/solo, Juninho no banjo, Udi no pandeiro, Nino repique, Téo reco-reco, Mario tantan e Freddy percussão geral.  Nas composições os integrantes do grupo como Breno (que é irmão do Péricles), Salgadinho e Juninho mostraram que tinham muito futuro.  Mas constavam também composições de Claudinho Oliveira, Péricles (que assinava Preckão), Papacaça, Chiquinho dos Santos e outros. 

Um repertório musicalmente bem escolhido, onde todas as músicas tem sua beleza. Destaque para Bem no Íntimo, Feitiço no Cais, Deusa ou Menina, Novo Amor, Eleni, Silêncio da Noite... Enfim é muito bom esse primeiro trabalho do grupo. Além do Bem No Íntimo de  1992, outros quatro álbuns na minha opinião são os tops do grupo, muito bem feitos e produzidos. São eles: Meu Recado (1994), No Compasso do Criador (1996), Mundo dos Sonhos (1997) e Na Área (1998). Da primeira formação saíram Juninho e Salgadinho, o primeiro segue carreira no pagode gospel e Salgadinho também enveredou pelo gospel e esta no projeto Amigos do Pagode 90. O Katinguelê até 2013 tem em sua discografia 10 álbuns gravados e perto dos 8 milhões de cópias vendidas. O grupo continua na área fazendo shows , agora com o novo vocalista Diguinho.

Bem no íntimo você esta louco para clicar  na capa

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terça-feira, 20 de maio de 2014

Os bons ventos do Soweto



O grupo começou em  1987 na zona leste de São Paulo, com o nome de Sob Medida. Tempos depois, descoberto que já tinha um grupo em Campinas-SP se apresentando com esse nome resolveram mudar.  Então escolheram Soweto, que vem de uma música do cantor Djavan, gravada no LP Não é Azul Mas é Mar.  O nome escolhido é forte, baseando-se na letra que diz “o negro precisa ser forte pra conquistar o seu espaço” e que o bairro Soweto é onde Nelson Mandela morou.  Um local onde a luta pelo apartheid era feroz.  

Dos componentes da formação clássica, três eram da Zona Leste (Buiu, Claudinho Oliveira e Criseverton)  e três da Zona Sul (Belo, Marcio e Digo).  Apareceram pela primeira vez na gravação de duas faixas na coletânea Sampa dá Samba em 1994. A gravadora era a Eldorado , no volume 1 gravaram Marcas da Saudade e no volume 2, Sem Rodeios.  Um lance decisivo para o Soweto, foi quando Buiu trouxe para o grupo o colega de escola, o vocalista Belo que tocava cavaco no grupo Beira Rio de Diadema. Isso se revelaria mais tarde, crucial tanto para o bem quanto para o mal do Grupo Soweto.

No ano de 1995 eles gravam o álbum Vento dos Areais pela gravadora independente Five Star/Chic Show. E é esse o play que o blog dimiliduques deixa pra vocês. Nesse LP ainda há a presença de Robson Buiú que até canta a música Queria Te Conhecer. Buiu morreu assassinado em julho de 1997, numa tentativa de assalto,  antes do lançamento do segundo disco, o ótimo Refém do Coração, que pôs definitivamente o nome do grupo no cenário nacional.

Mas voltando ao primeiro álbum, que é simples, mas feito com verdade, com alma. O diferencial pode se notar nas letras e melodias de Claudinho Oliveira e no vocal bem feito por Belo.  E olha que Belo nem era o vocalista oficial, fato esse que se deveu a insistência de Claudinho Oliveira e o restante do grupo.

 Outros autores também tiveram suas músicas gravadas, como Chiquinho dos Santos (Pura Solidão, Seu Jeito de Ser/Semente Sem Cor), Minho/Marcinho (Queria Te Conhecer), Carica e Prateado (Santa Luzia) e Robson Buiu que fez parceria com Claudinho Oliveira em A Rolinha/Passarinho e Missão de Paz, essa também de Criseverton.

O estúdio era o Curumim ali na Barra Funda e a direção executiva e artística respectivamente a cargo de duas pessoas envolvidas nos bailes black: Fião e Carlos Familia. Os arranjadores foram Lobão Ramos, Prateado e Reinaldo Chulapa. Na lista de músicos além dos arranjadores (Lobão nos teclados,  Prateado e Chulapa no contra baixo) temos Marquinhos Carvalho no violão,  Carica tocou banjo e cavaco, nas mãos de Carlinhos Gonzalez  ficaram o surdo, congas e ganzá, João no pandeiro e Gazu no tantan, repique e rebolo. Um disco feito na humildade , mas com a vital força de vontade, que sempre marcou o início dos grupos de pagode. 

Clique na capa e brise nos ventos areais

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