terça-feira, 28 de abril de 2015

Getz/Gilberto passa o tempo e a musicalidade permanece



Essa bolacha tem “só” 52 anos de lançamento (março de 1963), Stan Getz e João Gilberto. Bossa crua, Bossa Nova, encontro do jazz com música brasileira, sax tenor e violão. O álbum carrega a importância de ser o responsável pela disseminação e divulgação do estilo Bossa Nova em todo o mundo. Outro detalhe importantíssimo é que tem a(s) mão(s) e a escrita de Tom Jobim, que participou do disco. E também tem a batera de Milton Banana, o baixo de Tião Neto e a voz de Astrud Gilberto. Músicas como The Girl From Ipanema, Desafinado, Corcovado,  Só Danço Samba e Vivo Sonhando, se tornaram referências para músicos  e foram aclamadas pelo público. Composições de autores como Vinicius de Moraes, Newton Mendonça, Tom Jobim, Antonio Almeida, Dorival Caymmi, Ary Barroso e versões de Gene Lees e Norma Gimbel. O álbum tem um ar de sofisticação e até na capa traz esse conceito, na pintura feita pela porto-riquenha Olga Albizu. 

O disco como todo clássico é envolto de polêmicas, como a ficha técnica que não consta Tião Neto como baixista e sim Tommy Willians. E declarações de João Gilberto reclamando da equalização do sax feita pelo produtor Creed Taylor, que em sua opinião ficou muito alta e se pudesse embargaria o projeto da gravadora americana Verve. No livro Chega de Saudade de Ruy Castro, ele cita alguns detalhes da gravação como o impasse das escolhas dos melhores sets gravados e alguns  diálogos/discussões. Num deles João Gilberto pede para Tom Jobim traduzir  “Tom fala para esse gringo que ele é burro” e Tom traduzia calmamente “O João disse que era um sonho dele gravar com você Stan”. Tem também a participação da esposa de João Gilberto, Astrud Gilberto, que foi pega de surpresa, pois apenas ajudou como referência, cantando nos ensaios, mas por sugestão do marido entrou no disco. O trabalho que era desacreditado pela gravadora Verve (ficou um ano engavetado), começou a vender milhões depois do lançamento. Pela participação, Astrud foi indicada ao Grammy de revelação (ao lado de Tom) e só perdeu para os Beatles. Mas em compensação ganhou os Grammys (1965) de Melhor Disco de Jazz, Álbum do Ano, Melhor Arranjo Não Clássico e “Garota de Ipanema” Melhor Música do Ano. E de tão especial foi lançado uma versão folheada a ouro 18k!



Na sonoridade tem o clima intimista que João sempre conseguiu imprimir com sua voz e violão entrecortado pelo sax de Getz e o piano de Jobim. Escutando  consigo me transpor para um soturno clube/bar/bordel das ruas de Nova Iorque e ao mesmo tempo imaginar o palco do Carnegie Hall.  As faixas 09 e 10 são singles que acabaram sendo incorporadas no relançamento do álbum em 1998. 

Clique na capa é um clássico dimiliduques!


http://minhateca.com.br/celo.sc/Samba+Rock+e+Swing/Stan+Getz+-+1963+-+Getz-Gilberto+-+by+tchelo,506501786.rar(archive)


quinta-feira, 16 de abril de 2015

Regravações do pagode e do samba volume 9



Regravações volume 9, vamos que vamos que a procura continua, nos cds, vinis, fitas, baús e pastas esquecidas por aí. Nesse volume mais coisas interessantes e conhecidas do grande público pagodeiro/sambista. Sucessos como a música Supera, gravada por Belo e depois por Leci Brandão e pelo saudoso compositor Riquinho que fazia parte do grupo Alô Som do Rio de Janeiro. E um pagode raro, Moleque de Trem, composição de Beto Guilherme que na época fazia parte do grupo Varanda, gravada por eles e depois pelo grupo da Zona Leste, Mi Menor.

E a voz tarimbada de Nego Branco para a lindíssima Amantes do grupo Soweto. E  uma pouco conhecida, Imenso Temporal dos grupos Tradsamba e Sampagode. Tem tambem quatro versões para a clássica Disritmia de Martinho da Vila, uma delas com sua filha Maíra Freitas. 

Tem a melodia e poesia dos anos noventa com a música Não Tão Menos Semelhante do grupo Só Preto Sem Preconceito e Fundo de Quintal. Os grupos paulistas Juventude S/A e Tranza Negra gravaram Imagina, belo pagode de Délcio Luiz/Acyr Marques. E tem versões em que o próprio grupo repaginou a música duas vezes. É o caso de Pura Vaidade gravada num festival pelo grupo Sem Compromisso e depois saiu outra versão em na estreia do seu disco solo. O mesmo caso para a música Swing de Família (Minho/Márcio) gravada e regravada pelo grupo Pérola, interessante notar que a dupla de compositores depois formou o grupo chamado? Swing de Família!. 

A linda Um Sonho Se Perdeu na versão original e clássica do grupo Arte Final e depois com o grupo Redenção. A música Sem Rodeios, também conhecida como Orgulho Bobo, composição de Claudinho Oliveira , já havia saído no volume 1 da coletânea , volta agora com mais duas versões, com os grupos Um Toque a Mais e grupo Bola Mais Um. E pra fechar uma linda música do Almirzinho, Nosso Amor, gravada por ele e depois pelos pagodeiros Sall e Salgadinho.

 Clique na capa e baixe

http://www.4shared.com/rar/2epiZGb6ce/Pagode_e_Samba_Regravaes_Volum.html

Abaixo clique e veja a lista de músicas:



quarta-feira, 8 de abril de 2015

Esotérico, psicodélico, uma tábua musical de Jorge Ben

Senta, não senta...tem que cantar cantando... quem já ouviu o LP, reconhece esse diálogo meio maluco.
Não vou me concentrar muito na parte técnica deste disco, mas sim na parte sentimental. Sim, uma joia literalmente , uma Tábua de Esmeralda! Considerado por muitos o melhor disco de Jorge Ben. O LP Solta o Pavão de 1975 (clique aqui) na minha opinião, fica só um décimo abaixo, é nota 10 x 9,9. Bom o Tábua foi lançado em 1974 pela gravadora Philips, é todo esotérico e tal, com letras que fazem referências a São Tomaz de Aquino, Melquíades, Erich von Daniken, Hermes Trimegisto, alquimia, magia etc...


O Jorge Ben conseguiu africanizar assuntos medievais europeus e abrasileirar tudo com seu violão swingado, coisa louca, experimentalismo e talento negô! Algumas músicas foram arranjadas pelo talentoso Osmar Milito e a produção foi de Paulinho Tapajós. 

E quando essa pedra abruptamente caiu em meu colo, não entendi direito a capa, parecia algo religioso demais para um disco tão psicodélico e lembrava muito a capa do Tim Maia racional. Mas bastou botar a agulha no vinil, sentir graves e agudos para viajar. Como letras e palavras tão destoantes se encaixam no compasso e na voz? salve Jorge! Daqueles discos que deixa rolar inteiro e a cada audição você vai percebendo nuances diferentes em cada música. Eu gosto de todas, mas lógico sempre dou uma paradinha em Homem da Gravata Florida, Namorado da Viúva, Minha Teimosia é Uma Arma Pra Te Conquistar, Os Alquimistas Estão Chegando, Menina Mulher da Pele Preta, Magnólia,  Cinco Minutos e Zumbi. 

Hoje novamente deixei a tábua me levar... é sempre bom ter a mão ele e volta e meia entrar de cabeça nesse som. Ainda bem que é um disco fácil de se achar na internet. 

Clique na capa e baixe essa alquimia

http://minhateca.com.br/fiaminha/Discografia+Jorge+Ben+Jor/Jorge+Ben+Jor+-+*27A+T*c3*a1bua+De+Esmeralda*27+%281974%29,72901951.rar%28archive%29



segunda-feira, 6 de abril de 2015

Regravações do samba e pagode volume 8



O Volume 8 das Regravações de Samba e Pagode esta na área, e como sempre trazendo coisas raras, interessantes e que se certa forma se tornam novidades. Começando pelo sucesso Ainda Gosto de Você que foi gravado pelos grupos Nosso Jeito e Sorriso Maroto, aí vem aquela pergunta por que um fez sucesso o outro não? mais divulgação? mais talento? mais sorte? enfim... A duas versões da linda Deixa Eu Tocar Seu Coração com o ótimo grupo Luance e depois com a rapaziada do Jeito Moleque. Essa eu não conhecia o famoso Samba do Trabalhador na voz de Darci da Mangueira e Grupo Nosso Samba, conhecia na voz do Martinho da Vila os famosos versos, "na segunda feira não vou trabalhar e e e a..."

A faixa Amante, Amor, Amiga nas interpretações de Belo e grupo Intuição, música bem alta e pra cantar tem que ser bom.  A clássica Amor Verdadeiro do grupo Da Cor do Pagode em uma versão de estúdio do grupo Panela Preta, ficou bem legal. A música Coração Radiante tocou bastante no Rio de Janeiro na interpretação do grupo Samba Solto, mas estourou para o Brasil através do grupo Revelação, já que é uma composição dos integrantes Xandy de Pilares e Mauro Junior.

Legal ver um pagode dos bons regravado pela nova geração, é o caso de Nosso Dia Dia que saiu no CD do grupo Sensação (Canto Nacional de 1994) e agora na voz de Carlos Junior. Tem também não uma, nem duas, nem três, mas sete! regravações de Já Que Tá Gostoso Deixa (Paulo Santana/Jorge Santana), essa é pra matar papai e maínha literalmente.  Pesquisando vi que o primeiro artista  a gravá-la,  foi o Grupo Malakacheta em 1986. 

Outra faixa rara é o partido Sarna Que Não Desencarna que eu conhecia nas vozes de Arlindo Cruz e Sombrinha, mas achei essa do Grupo Pele de Gato. E o que dizer da belíssima música Gema com a suave Tereza Cristina e com o vozeirão do Grupo Redenção, essa eu conhecia a primeira versão com a Maria Bethânia e mais recentemente o grupo Revelação também gravou ao vivo. Bom tem outras baixe curta a vontade.


Clique na capa e baixe

http://www.4shared.com/rar/wxMijilWba/Pagode_Samba_Regravaes_volume_.html?
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quarta-feira, 1 de abril de 2015

Regravações volume 7 a procura continua.





Mais um volume a vista e muitas novidades (nem tão novidade assim para alguns né rs). Mas qual foi minha surpresa perceber algumas jóias, como a música Um Bolero Qualquer do Biro do Cavaco é aquela mesma regravada pelo Katinguelê no CD Na Área, Biro e Salgadinho sempre foram bons amigos. Abri uma exceção e coloquei Lá Vem a Bahiana, originalmente gravada por João Gilberto, agora na voz de Jamelão, é que essa música é tão bacana e nem dá pra perceber a linha que separa ali samba/MPB/Bossa.  Tem a faixa Ilha da Felicidade de Carica e Prateado gravada nas vozes dos grupos Cor da Pele e Sensação (em ambos Prateado estava envolvido).  Tem a clássica Fogueira de Uma Paixão, versões ao vivo tem bastante por aí, mas essas duas versões de estúdio são bem legais, a primeira gravação com a Leci Brandão e a outra na voz do compositor da música o saudoso Luiz Carlos da Vila. E sempre rola umas curiosas, como a gravação de Overdose de Emoção do grupo Da Melhor Qualidade, uma versão independente do começo de carreira da rapaziada e a outra numa roupagem de super produção (aqui, infelizmente, tem-se a confirmação que as vezes o dinheiro melhora a qualidade das coisas). E o samba-rap Numa Cidade Muito Longe Daqui do Rappin Hood e depois com o Marcelo D2 ambas com participações de sambistas , Arlindo Cruz e Leandro Sapucahy respectivamente. Enfim tem outras mais, confira no set list e já adianto que esta em vista o próximo volume de nº 8.


http://www.4shared.com/rar/K1moXdCQce/Pagode_Samba_Regravaes_volume_.html