quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Sertanejo de raiz também é bom e dimiliduques

Hoje eu peço licença aos frequentadores do blog para colocar uma postagem um tanto fora de sintonia com alguns gostos musicais. Mas é uma singela homenagem ao meu querido pai Sr. Enésio, que é um cara que sempre me apoiou, deu educação e me ensinou muita coisa, graças a Deus até hoje me ajuda e esta ao meu lado, te amo paizão!.

Mas vamos ao post, meu pai é um cara que veio da Bahia ainda jovem, seus 19 / 20 anos, na década de 70. Trabalhou na construção civil, mas logo virou motorista, profissão que exerceu em que se aposentou. E me lembro muito das reuniões que ele fazia no bar do Seu Chico ou em casa, na casa da Tia Faustina,  com meus tios e seus amigos. Tio Moringa, Beni, Hermes, Crispim, Diva, João Viola,  Tonho, Vicentão, Zé do brejo, Dedé, Zinho, Messias, Cródi, Zé do chapéu, Gibaldo, Fran, Tião da Vera, João barbinha, João Toledo e outros mais.

O clima era festivo e a moda de viola e sertanejo de raiz eram a trilha musical. Além das violas caipiras, tinha o violão, a sanfona e o triângulo, para improvisar outros instrumentos, eram usadas duas colheres, garrafas e pratos. E a cantoria adentrava a madrugada, muita conversa, causos, piadas, tudo isso regado a cachacinha e tira gostos como , torresmos, linguiças e uma vez até um cozido de tatu rolou. Tempos bons, onde eu meus primos Jhonny e Dé cantávamos a música Homem de Pedra do Trio Parada Dura.

Vai aqui uma pequena crítica, as novas duplas sertanejas, não cantam “sertanejo” e sim um pop music com pequeníssimas influências na verdadeira música caipira. Entraram as guitarras no lugar das violas, entraram em demasia baixo, bateria, teclados, super produção e a coisa degringolou. As vezes não é culpa dos artistas, pois muitos deles sabem e conhecem o sertanejo de raiz. A culpa é do sistema e da indústria de entretenimento que exige além do conteúdo, o show pirotécnico e de palco em questão.

 Obvio que é difícil pensar atualmente uma dupla só com violas cantando para uma multidão. Mas acho que deveriam respeitar e em pelo menos duas musicas do show trazer isso de volta. Mas é uma opinião pessoal, enfrentar o show business não é pra qualquer um, tanto é que rotularam como “Sertanejo Universitário”. O Daniel ainda fez três cds com regravações de clássicos da musica sertaneja chamado Meu Reino Encantado, um trabalho bem legal, mas parou por aí e voltou a ser um cantor romântico. Sem falar nas duplas femininas como Irmãs Barbosa, As Marcianas, Irmãs Galvão, Irmãs Franco que hoje é difícil de se ver essa formação.

Por isso me senti na obrigação de fazer essa homenagem não só ao meu pai, mas meus tios Crispim, Hermes, Véio e a todos aqueles que gostam de sertanejo de raiz. Eu não gostava muito de música sertaneja, mas aprendi a respeitar, hoje entendo que tinha muita coisa boa nos vinis do meu pai. Coisas como Duo Glacial, Iridio e Irineu, Milionário e José Rico, Chitãozinho e Xororó, Tonico e Tinoco, , Pena Branca e Xavantinho, Duduca e Dalvan... isso pra mim tem um gostinho de infância, de família unida.

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