Vamos lá rapaziada. Essa
coletânea instrumentalmente falando é boa sim! li algumas críticas ao trabalho
e algumas com pitadas de preconceito. E o pior é que nos comentários a corrente
preconceituosa aumenta. Chamando pejorativamente os participantes da coletânea
de pagodeiros (são sim e com muita honra). Daí como Arlindo Cruz é o mais
respeitado e considerado sambista nato o tal crítico faz exceção a sua participação.
O que acontece é que as músicas
foram gravadas na levada do samba/pagode sim, imprimindo outra cara , queriam
o quê ? que as regravações soassem identicamente como Djavan, ué se fosse assim,
para fazer mais do mesmo, melhor seria não gravar.
Agora que tem bons momentos e
outros ruins eu concordo, mas basicamente o CD é nota 7,5. Na década de 90 era
comum os pagodeiros cantarem Djavan, tanto que o grupo Soweto por exemplo, tem
esse nome justamente por uma música do compositor alagoano. Depois temos vários
exemplos de regravações anteriores como Sina e Eu Te Devoro pelo Revelação, Avião com Pé
de Moleque, Lambada de Serpente com Belo, Muito Obrigado com Grupo JB Samba, Fato
Consumado com Turma do Pagode e devem ter outros que não me vieram na memória.
Uma vez Djavan foi perguntado sobre essa influência das suas musicas nos pagodeiros
dos anos 90. Ele foi simples e categórico: “não reconheço nenhuma
influência não”.
Bom voltando para a coletânea,
nela cantam Leandro Sapucahy, Arlindo Cruz, Rogê, Gustavo Lins, Gabriel Moura, Luiz
Claudio Picolé, Rodriguinho, Charlles André, Paulo e Jorge Santana (Malacacheta), Péricles (Exaltasamba), Xande de Pilares (Revelação), Bruno (Sorriso
Maroto), Renan (Compromisso Certo), Liomar (Pique Novo), Anderson (Molejo) e
Renatinho (Boka Loka).
Gravado em 2010 pela gravadora
Performance, traz algumas obviedades que a maioria dos pagodeiros já tocou
em rodas e palcos da vida, como Flor de Liz, Avião, Sina, Fato Consumado ,
Capim, Aquele Um e Serrado. Não estou discutindo aqui se as versões são melhores,
em minha opinião, no geral, quase nenhuma “nova roupagem” alcança o brilho da
original. Acho que nesse quesito somente os Song Books do Almir Chediak
chegavam próximos a perfeição. Seja
nesse trabalho ou em outros, o importante é homenagear o artista em si.
Mas é um CD interessante de se ouvir,
principalmente se o ouvinte se desnudar de preconceitos e tentar entender o
contexto. Se por exemplo Paralamas do Sucesso regravar Djavan, vão imprimir sua
cara (e boa parte dos “críticos” vão
bater palmas). Se um pagodeiro como
Péricles do Exaltasamba regrava, “nossa ficou meloso, tipo um pagode romântico”,
entendam é o estilo samba que a grande mídia costumou chamar de pagode (outra
discussão sem fim).
Mas tudo bem, nem vou entrar na discussão, porque o Djavan é
um artista de primeira grandeza o qual eu gosto muito. Não vou destacar nenhuma
faixa, porque realmente é bem diversificado, todas as faixas, são boas aqui e
ali, dizer algo ao contrário seria entrar em contradição e desconsiderar o
Djavan compositor.
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