quinta-feira, 13 de março de 2014

Quando ouvi Ice T congelou meus tímpanos de tão bom

Tracy Marrow  é o nome verdadeiro do rapper vulgo Ice T.  Nascido em  Newark – New Jersey, mudou-se ainda criança para o norte do estado para cidade de Summit. Nasceu em 16 de fevereiro 1958. Seu apelido é também uma homenagem ao escritor Iceberg  Slim (Robert Beck) um ex-cafetão que escrevia ficções urbanas e influenciou com seus livros, não só Ice T,  como também Ice Cube, Too Short , Snoop Dogg e Pittsburgh Slim.  Ice T fez até um documentário sobre o cara, tão grande era sua admiração.

O stylo de Ice T, era cabuloso desde o início,  quando lançou seu primeiro single em 1983 o The Coldest Rap pela Saturn Records, onde já pairava uma sonoridade G-Funk/Gangsta e pela primeira vez cunhou a gíria Nigga. Seu primeiro trampo solo saiu lá em 1987, com o título de Rhyme Pays com sua namorada na época Darlene Ortiz e o Dj Evil E na capa, ganhou disco de ouro com o bagulho.

Pô a história do cara é bem louca, cheia de momentos bombásticos e dificilmente dará para abarcar tudo. Por exemplo quando lançou a banda de hard core / rap Body Count e a música Cop Killer (Matador de Policial) foi alvo de crítica por figuras políticas, policiais e de boa parte da mídia na época.

Ice T também foi traficante de maconha, ladrão de toca fitas e membro da gang Crips. Fez um sucesso estrondoso no Brasil com a música Colors do filme de mesmo nome.  Ah! já ia me esquecendo, o cara fundou a Rhyme Sindicate, um selo poderoso para o Hip Hop.

Na sua discografia constam 26 singles e 7 álbuns solos.  Sua veia artística o jogou para os holofotes também das telas, onde atuou como ator em inúmeros filmes e seriados, só para citar: o filme Trespass junto com Ice Cube e o seriado Law & Order.  Até hoje ele aparece nas telas da TV seja com sua linda esposa Coco (onde fizeram numa espécie de reality no canal VH1) ou mesmo em filmes. Ice T esta no topo e construiu um iceberg de dinheiro.

Mas vamos falar do disco aqui postado pelo dimiliduques. É o trampo de 1989, The Iceberg que tem o subtítulo Freedom Of Speech...Just Watch What You Say (algo como, liberdade de expressão ...veja o que você diz) . A gravadora era a Sire Records pertencente a Warner Music.  A capa já impactava, um desenho tipo um grafite com um cara de boné do time de futebol americano Raiders sendo cercado com uma arma em cada buraco dos ouvidos e da boca.  Lembro que na época meu mano PESO encomendou ao desenhista Bad uma camiseta com a arte da capa.  

Na abertura do LP a participação de Jello Biafra (ex-vocalista da banda punk Dead Kennedys) como um profeta orwelliano falando em meio a trovões,  guitarras, bateria e sinos, pra não dizer sinistro. O tom pessimista/agressivo do disco estava dado por palavras chaves como revolução, política, corrupção, dominação e um futuro trágico para a humanidade. Não que o tema gangsta fora arrefecido, ele também deu a tonalidade em algumas faixas como uma que tem um loop de sirene, a ligeira Hunted Child e Peel Their Caps Back que caberia em qualquer cena de filme de gangs. E a primeira música? Era a Iceberg, sample de Same Beat  de James Brown , e a voz grave do rapper numa puta pegada.

E a faixa Lethal Weapon que começa com uma faca sendo amolada para depois entrar uma base corrida e de teclados bem aterrorizantes. Outra foda é a g-funk You Played Yourself, James Brown de novo sampleado. A faixa This One’s For Me mais uma que parece trilha de filme, bem produzida por Afrikan Slam. Não podíamos passar sem citar seus Djs que sempre o ajudaram nas produções, o Dj Aladin e Dj Evil E. O rock pesado aparece na fusão com rap na faixa The Girl Tried To Kill Me a letra fala de um encontro com uma garota meio dominatrix. Um disco que fez a minha cabeça e a de muitos moleques que gostavam de rap.

Clique na capa que é a ponta do Iceberg





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