terça-feira, 5 de agosto de 2014

Herança afrocaribenha no funk de New Orleans

O som das bandas de Nova Orleans tem um quê de vários ritmos. São heranças culturais que vão desde a marcha fúnebre, o carnaval das tribos indígenas e as reuniões dos negros aos sábados à noite para se divertir e comer um peixe assado. Essas são algumas das inspirações do estilo New Orleans Funk, onde desenvolveram seu som único. New Orleans fica nos EUA e é uma cidade portuária do estado de Louisiana. Foi fundada pela colônia francesa. Conforme seu crescimento vieram muitos escravos do Caribe e região (norte do oceano atlântico).

Foram os escravos oriundos do Haiti que trouxeram com eles a religião vodu e sua música com tambores. Tornando-se assim uma das primeiras regiões da américa a desenvolver uma forte cultura afro americana. Isso desembocou na invenção do jazz lá para o inicio do século XX. Como foi dito no início, uma banda de marcha fúnebre fazia uma música mais solene, mais jazz para acompanhar o caixão até o local do enterro. Lá chegando uma segunda banda mais percussiva com dançarinos transformavam o velório numa celebração do espirito, como um rito de passagem para se libertar do mundo terreno. Esta tradição africana é forte e até hoje é feita na cidade. E a “cozinha” de tambores serviu como base para o estilo sincopado da batida do New Orleans Funk.

Uma boa amostragem de R&B/soul/funks de New Orleans ou Southern Soul você encontra no CD New Orleans Funk lançado em 2000 pelo selo Soul Jazz Records. São faixas de grupos locais que serviram de base para o funk ouvido principalmente nos anos 60/70. Alguns nomes conhecidos e outros nem tanto, quer dizer a não ser que você seja um aficionado. Artistas apreciados como Lee Dorsey, The Meters, The Gaturs, Eddie Bo e Huey Piano Smith. Mas a que eu realmente conhecia e curto é a bela faixa Hércules de Aaron Neville, peça de sample de muitos rappers. Dê uma boa escutada e sinta a textura e o clima grooveado nas 24 faixas.  Pois até o modus operandi dos produtores, somado as aparelhagens de gravação antigas, davam um som diferente aos instrumentos. A acústica em si e as válvulas...tornavam o registro de cada banda único. Em tempo: o tiozinho da capa é estiloso hein... e os créditos eu deixo para o mano Daniel do blog www.saravaclub.blogspot.com.br foi lá que achei essa pérola e lá bebi várias doses de funk e deep funk!

Clique na capa e sirva-se!





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