O pernambucano Carlos José da
Silva nasceu em 1958 e veio para São Paulo no início da década de 70. Ainda não
cantava e em suas lembranças a dica do destino, um primeiro contato com um LP
do Tim Maia na casa do seu irmão. Nessa época já havia a semelhança física, o
corpanzil e o cabelo black power. A admiração começou e cresceu conforme o
passar dos anos. Mas foi em 1998 com morte do ídolo que Carlos se converteu a
Charles Maia, o mais requisitado e ativo cover do cantor Tim Maia. No começo
ele apenas dublava e nesse ano venceu um concurso de sósias de celebridades num
programa do Celso Portiolli no SBT.
Depois decidiu que iria aprender
a cantar ou no mínimo imitar o timbre de Tim Maia. E deu tão certo que ele
abandonou o boteco que mantinha para seguir essa carreira. Carlos que já foi
office-boy, ajudante de serralheiro, ajudante de cozinha, hoje tem a profissão,
com muito orgulho, de cantor. Em meados dos anos 2000 as coisas começaram a
andar e as apresentações em vários programas de TV eram uma constante. Foi
marcante sua apresentação no programa Domingão do Faustão, da rede Globo, em
2003, tanto foi que o apresentador o deixou muitos minutos no ar. Em 2007 mais
uma oportunidade global, ao interpretar o ídolo na série musical Por Toda Minha
Vida.
E hoje em dia ele é convidado
para vários eventos e cantar os sucessos de Tim Maia. E faz isso com muita
propriedade, já que além de parecer fisicamente com Tim Maia, ele pegou a
maneira de cantar e os trejeitos de palco dele. Isso foi fruto, segundo ele
próprio, de um laboratório, onde leu revistas, entrevistas, assistiu vídeos e
tudo que relacionava ao síndico (alcunha a qual Tim também era conhecido, apelidado pelo amigo Jorge Ben) . E em 2011
chegou a fazer um show em Manaus com a própria banda que acompanhou seu ídolo,
a Vitória Regia.
A carreira progrediu e ele gravou
um CD de inéditas com algumas regravações. E a ironia é que em nenhuma faixa é regravação
do ídolo Tim Maia, isso se deu por várias razões. Desde liberação das músicas
até o fato de tentar fazer um trabalho ético e diferente, destoando de críticas do tipo “mais um
imitador ou aproveitador”. As únicas
“homenagens” percebidas além do sobrenome Maia, se deram nas faixas Tião
Carioca (Nenê da Timba/Junior) e a faixa
título do CD, a Não Dei Motivo (Dom Mita/Leo Machado)que tem incidência em Me
Dê Motivo. De resto tem o timbre de voz e os arranjos que ficaram mais para o
Tim romântico da década de oitenta,
quando emplacou os megassucessos da dupla de compositores Michael Sulivan
e Paulo Massadas.
O trabalho saiu em meados de 2003
pela Warlock Records / TNT Records. Traz no repertório pérolas como A Cruz do
músico/cantor Carlos Dafé , que foi tecladista do Tim Maia por um tempo. Tem
também a bela Nesse Inverno sucesso setentista na voz de Tony Bizarro. E a regravação de Nada Mais, sucesso do
conjunto Golden Boys. Já a música Eu e Ela (adaptação de Ndee Naldinho) não é aquela do Dudu
França e sim uma versão abrasileirada de Tell Me If You Still Care da americana
The SOS Band e conta com a participação do próprio rapper. Mas tem muitas
faixas legais como por exemplo a Olhe Pro Céu (composição
de Wagner Russo, essa também conheço uma versão com o grupo Juventude S/A).
Outro detalhe é que boa parte das músicas traz como compositores a dupla Nene
da Timba e Junior, integrantes do Grupo Cravo e Canela.
Outros covers conhecidos são
Ricardo Maia (este bem parecido fisicamente) e o cantor Luiz Camilo, que se
apresentam calcados no repertório Maia. Recentemente quem fez esse papel
“cover”, foram os atores Thiago Abravanel e Babu Santana, que cantaram e
interpretaram, respectivamente no teatro e cinema. É isso, o blog dimiliduques
deixa pra vocês um trabalho simples, de um batalhador da música, Charles Maia.
Agradecimentos ao Black Farias que cedeu essa pérola.
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