segunda-feira, 2 de maio de 2016

Levadas e flows com o Esquadrão Zona Norte



Quando escutei pela primeira vez EZN (Esquadrão Zona Norte) foi doideira a primeira audição. Como dizem agora em 2016 “Ce é loko cachorrêra!”.  Se não me engano foi numa coletânea da Revista Trip nº 80 de Julho de 2000 que era Zoeira Hip Hop Carioca e a faixa era Ataque Epidêmico. Eles também saíram na coletânea Marcelo D2 apresenta o Hip Hop do Rio (2001/Tratore), e tinha lá a faixa do EZN chamada Terror na Conduta Guerra 2. 

Tempos depois consegui o CD do grupo de 2001 intitulado Epidemia (lançado de forma independente pela Pé Rapado Records) e não decepcionaram. Levadas sinixxxtras, visual de capa macabro/futurista, letras psicoviajantes...e as bases um que de lúgubre que lembrou muito os grupos de rap bate cabeça da década de 90; Fu-schnickens e Flatnerz.  Frases como “o ataque é epidêmico, a ideia é hemorrágica, ao antibiótico é imune, já era, na atmosfera prolifera a levada...” (Ataque Epidêmico).  O grupo foi formado em 1998 (e durou até meados de 2003) e o nome  deriva do coletivo chamado ZN Boys , formado por uma galera de skatistas dos anos 80/90. Eles são da baixada Fluminense no Rio de Janeiro e a formação do grupo contava com os  MC’s Slow Dabf, J.C., Doug D e DJ Brankinho. 

Grupos com esse carimbo independente dificilmente conseguem atingir o grande público (as vezes nem querem), por ser demais complexos. Lembrei de outro grupo que veio nessa pegada, oriundo do ABC em São Paulo, o grupo S.Ú.C.I.A..  Mas a ideia é essa, grupos com esse contexto tem a utopia de espalhar suas rimas para muitos, mas são poucos que compreendem e conseguem dar valor a algo tão inovador. São incorrigíveis, inconformados do rap que acabam a margem do hip hop. Sobrevivem porque amam o que fazem e fazem o que amam para sobreviver. 

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