Quando escutei pela primeira vez EZN (Esquadrão Zona Norte) foi
doideira a primeira audição. Como dizem agora em 2016 “Ce é loko cachorrêra!”. Se não me engano foi numa coletânea da Revista
Trip nº 80 de Julho de 2000 que era Zoeira Hip Hop Carioca e a faixa era Ataque Epidêmico. Eles
também saíram na coletânea Marcelo D2 apresenta o Hip Hop do Rio (2001/Tratore),
e tinha lá a faixa do EZN chamada Terror na Conduta Guerra 2.
Tempos depois consegui o CD do grupo de 2001 intitulado
Epidemia (lançado de forma independente pela Pé Rapado Records) e não
decepcionaram. Levadas sinixxxtras, visual de capa macabro/futurista, letras
psicoviajantes...e as bases um que de lúgubre que lembrou muito os grupos de
rap bate cabeça da década de 90; Fu-schnickens e Flatnerz. Frases como “o ataque é epidêmico, a ideia é
hemorrágica, ao antibiótico é imune, já era, na atmosfera prolifera a
levada...” (Ataque Epidêmico). O grupo
foi formado em 1998 (e durou até meados de 2003) e o nome deriva do coletivo chamado ZN Boys , formado
por uma galera de skatistas dos anos 80/90. Eles são da baixada Fluminense no
Rio de Janeiro e a formação do grupo contava com os MC’s Slow Dabf, J.C., Doug D e DJ Brankinho.
Grupos com esse carimbo independente dificilmente conseguem
atingir o grande público (as vezes nem querem), por ser demais complexos. Lembrei de outro grupo que veio
nessa pegada, oriundo do ABC em São Paulo, o grupo S.Ú.C.I.A.. Mas a ideia é essa, grupos com esse contexto
tem a utopia de espalhar suas rimas para muitos, mas são poucos que compreendem
e conseguem dar valor a algo tão inovador. São incorrigíveis, inconformados
do rap que acabam a margem do hip hop. Sobrevivem porque amam o que fazem e
fazem o que amam para sobreviver.
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