quarta-feira, 1 de junho de 2016

Argemiro Patrocinio sempre é bom lembrar



Argemiro Patrocínio ou Argemiro da Portela foi um sambista, compositor da Velha Guarda da escola de Oswaldo Cruz. Nascido em  1923 no subúrbio de Piedade no Rio de Janeiro, o sambista faleceu de parada cardíaca em 22 de maio de 2003, apenas quinze dias depois de enviuvar de sua companheira Nina.



Argemiro é daqueles sambistas simples na sua figura, mas complexo quando o assunto é lírica em composição. Na época do lançamento surpreendi-me quando ouvi o CD Argemiro Patrocínio lançado pela Phonomoto/EMI (2002), produzido por Marisa Monte. A voz carregada de experiência aos 80 anos de idade, é de uma delicadeza sem igual. Os arranjos, bem equilibrados, suaves nuances melódicos, são como um rio que corre sem pressa numa tarde. Belo em sua imensidão, calmo e brando como se refletisse  uma Nuvem que Passou. 




Argemiro chegou tocando pandeiro na Portela pelos idos da década de 50 e foi ritmista da escola por indicação do diretor de bateria Betinho. Logo se tornou amigo de Paulo da Portela e membro da ala de compositores. Ele não divulgava muito esse seu lado compositor , tanto que somente aos 56 anos de idade começou a soltar suas músicas. Certa vez Paulinho da Viola comentou que,mesmo frequentando a Portela a muito tempo, só soube desse seu lado quando a Beth Carvalho gravou em 1978 o sucesso A Chuva Cai (Argemiro/Casquinha). Música essa feita para sua companheira Walquiria (Nina) depois de uma briga em que a chuva a impediu de ir embora, Casquinha completou a letra depois.  Outras músicas que tiveram destaque foram Gorjear da Passarada (Argemiro/Casquinha),  Solidão (Argemiro) e Nuvem Que Passou (Argemiro). 




Destaco além das que foram citadas acima (exceto Gorjear da Passarada que não saiu nesse CD), as faixas Vou Me Embora Pra Bem Longe (Argemiro/Guaracy e Renato Fialho) Saia da Casa dos Outros (Argemiro/Darcy Maravilha) e A Saudade Me Traz (Alberto Lonato/Argemiro).




Esse trabalho, foi o único gravado pelo compositor em vida, ele era considerado pelos mais novos, um malandro elegante, refinado, com bom humor e tiradas irônicas que conquistava todos ao seu redor. Mesmo sendo de fácil encontro na net, o dimiliduques posta o album e só reforça que; o que é bom tem que ser sempre lembrado.

Clique na capa e boa audição

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