quinta-feira, 30 de junho de 2016

Recheio Di Melo

Olha esse recheio! Digo da bolacha...digo do LP do Di Melo o Imorrível.  Esse pernambucano mostra que o estado do mangue já vinha enlameando as mentes a muito muito tempo.  Roberto de Melo Santos é seu nome de batismo, mas veio em sampa pra detonar. Em 1975 lança por aqui o seu disco cultuado, gravadora Emi Odeon intitulado simplesmente como Di Melo. Uma capa meio escura,  a meia luz com cores amarronzadas  e um sério Di Melo de óculos e boina contrastando com ele sorridente na contracapa.  Ele foi considerado um dos artistas que mais teve uma originalidade para fazer um soul genuinamente brasileiro. Nesse LP de 75 conta com participações de Hermeto Pascoal e Heraldo do Monte, orquestração  de Geraldo Vespar e direção de José Briamonte.


Na década de 90 os DJs redescobrem seu som, principalmente os europeus. E aí para um revival da carreira teve ainda o passo marcado por um documentário; Di Melo – O Imorrível.  Com uma voz meio anasalada com um forte sotaque de Pernambuco que dão além do mapa de origem, um suingue bem louco a sua música. Eu destaco as faixas A Vida Em Seus Métodos Diz Calma, Kilariô, Minha Estrela, Pernalonga e Se O Mundo Acabasse em Mel. O disco tem lá seus momentos mais calmos e até maçantes ou como podemos dizer de difícil assimilação na primeira audição. Resultado de um certo experimentalismo de ritmos como o tango, mas as suingueiras equilibram o suposto amargo e o mel. O site do cantor (aqui) da conta de dez trabalhos lançados , entre coletâneas e solos. Mesmo este LP sendo bem acessível na rede, sempre é bom poder revisitá-lo quando a saudade do soul e do balanço bate a porta.

Calma clique na capa







Nenhum comentário: