Nunca havia reparado,
mas eu que tanto gosto de rap não postei nada de Public Enemy e Eric B. e
Rakim. Um dos motivos foi um lapso musical mesmo,outro motivo é que há tanto
material desses artistas na internet que acabei voltando minha atenção a outros
nomes no blog dimiliduques. Enfim meu gosto musical “repeiro” não seria o mesmo
se não fosse esses dois LPs dos artistas citados acima, lógico que incluo
tantos outros, como NWA, Kool Moe Dee, Biz Markie, Whodini, Racionais e por aí
vai.
Então vamos por parte,
comecemos pelo Public Enemy que angariou milhares de fãs aqui no Brasil. Nos
meus tempos de MC os caras eram o espelho para muitos raps radicais (radical na
nossa época era quem falava a verdade, nua e crua com consciência e alguns
palavrões etc e tal).
Sempre admirei aquele símbolo do Public Enemy, com uma mira, quando aparecia nos filmes nas camisetas dos protagonistas. Aqui em São Paulo essas quinquilharias do grupo eram facilmente achadas na rua 24 de Maio, eu tive boné, camiseta e um colar... Os caras vieram no Brasil
no auge, era o ano de 1991 e o local era o Ginásio do Ibirapuera,
meus manos do grupo RDS (Retratos do Sistema), PESO, Kverna e Tiza foram e eu
não tive a grana para comprar o ingresso.
Pelo menos nesse ultimo show deles no Brasil em 2014, no Parque Tietê eu pude vê-los de perto e curti o show com as clássicas Dont Believe The Hype, Fight the Power e outras mais. A formação contou além de uma banda de apoio afinadíssima, com bateria (Atiba Motta), baixo (David Reeves) e guitarra (Khari Wynn), com os dançarinos soldados, e os caras; Chuck D., Flavor Flav e DJ Lord.
Pelo menos nesse ultimo show deles no Brasil em 2014, no Parque Tietê eu pude vê-los de perto e curti o show com as clássicas Dont Believe The Hype, Fight the Power e outras mais. A formação contou além de uma banda de apoio afinadíssima, com bateria (Atiba Motta), baixo (David Reeves) e guitarra (Khari Wynn), com os dançarinos soldados, e os caras; Chuck D., Flavor Flav e DJ Lord.
O primeiro LP do P.E. que
eu tive acesso foi o Fear of a Black Planet de 1990, um disco de certa forma
experimental, com muitas vinhetas, mas pesado e com uma capa colorida, estilizada.
Porém como fã, acabei indo atrás de outros
trabalhos do grupo. E eis que descobri o LP de 1988 chamado It Takes a Nation
Of Millions To Hold Us Back, esse sim o melhor do grupo na minha opinião. Ele
foi escolhido como um dos melhores 50 discos de todos os tempos pela Revista Rolling
Stone. Então o blog dimiliduques vai postar o próprio.
Já invertendo a ordem das
coisas, cito as faixas que são essenciais em minha opinião; Bring The Noise
chama muito atenção pelo caos que passa em sua base instrumental, com
sobreposição de bits, scratchs e sirenes. Don’t Believe The Hype é outra
clássica do grupo, sem comentários, letra viajante onde cita o islã e base
contagiante. Na faixa Terminator X The Edge of Panic, mais parece uma intro,
uma montagem onde o DJ mostra todo seu talento. Na faixa Caught, Can We Get a
Witness o sampler louco de Bar Kays (Son of Shaft), que depois foi usado
magistralmente pelo grupo Bomb The Bass na musica Beat Dis. Na Show Em Watch
Got , Flavor Flav repetindo de fundo o titulo da musica e um constante solo de
sax dão o clima de experimentalismo numa faixa de duração pouco menos de um
minuto.
Essas faixas curtas seriam bastante usadas em 1990 no LP Fear of a Black Planet. Em She Watch Channel Zero o flert com as guitarras pesadas que tiveram seu auge no encontro Public Enemy e Anthrax quando a banda de metal incluiu em seu disco a música Bring the Noise. Na Night of the Living Baseheads, aqui as bases estavam começando a imprimir o estilo deles, com muitas colagens, viradas, scratchs e lógico James Brown, na letra a epidemia de crack. A letra se dirige principalmente para os afro americanos. E o instrumental onde um som de piano é o destaque em Black Steel in The Hour of Chaos? simplesmente louca. Esse disco é seminal mano! Se liga na faixa Rebel Without a Pause, a primeira feita para o disco, é outra daquelas pauladas onde você era levado a dançar na roda de break nas festas dos anos 90. O titulo da música se refere ao filme Rebelde Sem Causa que viria a se tornar um ícone cultural por ter em seu elenco o ator James Dean.
Essas faixas curtas seriam bastante usadas em 1990 no LP Fear of a Black Planet. Em She Watch Channel Zero o flert com as guitarras pesadas que tiveram seu auge no encontro Public Enemy e Anthrax quando a banda de metal incluiu em seu disco a música Bring the Noise. Na Night of the Living Baseheads, aqui as bases estavam começando a imprimir o estilo deles, com muitas colagens, viradas, scratchs e lógico James Brown, na letra a epidemia de crack. A letra se dirige principalmente para os afro americanos. E o instrumental onde um som de piano é o destaque em Black Steel in The Hour of Chaos? simplesmente louca. Esse disco é seminal mano! Se liga na faixa Rebel Without a Pause, a primeira feita para o disco, é outra daquelas pauladas onde você era levado a dançar na roda de break nas festas dos anos 90. O titulo da música se refere ao filme Rebelde Sem Causa que viria a se tornar um ícone cultural por ter em seu elenco o ator James Dean.
Resumidamente a história
do grupo teve início em 1982 em Long Island, Nova Iorque, quando Chuck D (Carlton
D. Raidenhour) formou-o junto como DJ Terminator X (Norman Rogers), Flavor Flav
(William Drayton) e Professor Griff (Richard Griffin). A intenção era levar
para o rap críticas sociais e discussões políticas e o nome Inimigo Publico
caia bem nesse quesito. Fizeram então a inclusão de temas como o racismo, as
condições do negro afro americano, críticas as grandes mídias ou como
gostávamos de cantar nas letras aqui no Brasil, o sistema!. E eles conseguiram dar vazão a esses pensamentos
em forma de música.O estilo dos caras era
meio carrancudo, sérios e, até meio contraditório, com uns guarda costas/soldados
dançarinos nos shows.
O membro Professor Griff
foi expulso do grupo em 1990 depois de fazer comentários antissemitas, chegou a
gravar um trabalho solo. Em 1992 a escritora e ativista Soulja Sister acabou de
certa forma cobrindo essa lacuna deixada por Griff até 1992.
E sobre o fora de série DJ
Terminator X , eu e meus amigos discutíamos se ele era branco ou negro e como era
a pronúncia do seu a.k.a. (pronuncia-se tormineira
ekis), coisas de adolescente. O DJ saiu em 1998 e entrou em seu lugar o DJ Lord.
A gravadora era a Def Jam
Recordings/Columbia e foi através do disco de 88 que o grupo teve mais destaque
e se transformou num fenômeno de vendas (1 milhão!) e de crítica. Ele foi gravado nos estúdios
Chung King Studios, Greene Street Recording e Sabella Studios. A produção
executiva foi de Rick Rubin que foi produtor de Beastie Boys,
Slipknot, Red Hot Chilli Peppers e outros monstros. Não podemos deixar de citar a participação indiscutível dos produtores unidos chamados The
Bomb Squad.
Se liga na capa! Flavor
Flav e Chuck D numa cela de cadeia. O hip hop teve modificações
depois dessa pedrada. Não que ele seja a pedra fundamental do hip hop, nada
disso. Os temas mais
políticos/sociais cantados de maneira contundentes mas também na questão
musical e de samplers. Pois o trabalho do Pulbic Enemy pode ser encarado
naquela altura como algo novo e diferente do se vinha fazendo até então, mais
um elo da corrente do rap. Chuck D vinha
em plena combustão e evolução, seguindo inconscientemente os passos de
letristas respeitados como Rakim e KRS ONE. E a peça de equilíbrio nesse jogo
era Flavor Flav, que jogava água fria com suas interjeições as vezes irônicas.
Eles nem se encaixam
muito no rótulo de gangsta, apesar de ter uma postura visual semelhante. O som
do grupo era agressivo, denso, cru onde letra e batida se tornavam um só. Por
isso em minha opinião o NWA é o segundo melhor mas o Public Enemy is number
one! Eles lançaram ao longo da carreira 14 álbuns e inúmeros singles.
I Don't Believe que você não vai clicar na capa!
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