quinta-feira, 3 de abril de 2014

Beth Carvalho a madrinha do samba ao vivo e em cores "olimpiantes"

Elizabeth Santos Leal de Carvalho, simplesmente Beth Carvalho, grande madrinha do pagode. Nascida no Rio de Janeiro em 05 de Maio de 1946. Ainda adolescente ganhou um violão da mãe, Dona Maria Nair e paralelo as aulas de ballet também aprendia a dedilhar o instrumento.  Uma de suas influencias foi o seu pai, João Francisco que a levava nos ensaios das escolas de samba, isso pelos vários bairros que morou, em virtude de mudanças por suas posições contra a ditadura militar.

No início dos anos 60 Beth se envolveu com a bossa nova, mas já em idos de 66 abraçou o samba apresentando-se no show A Hora e a Vez do Samba, junto com Noca da Portela e Nelson Sargento.  Na sua vida artística também passou pelas participações em festivais de música e num deles ficou conhecida. Foi em 1968 no festival FIC com a canção Andança e no ano seguinte lançou seu primeiro LP com esse mesmo título. A partir de 1973 começou a gravar um álbum por ano e revelando muitos compositores.

O blog dimiliduques posta o álbum Ao Vivo no Olympia , resultado do show dos dias 19,20 e 21 de Julho de 1991 na respeitada casa de shows em São Paulo (já extinta). O disco saiu pela gravadora Gala/Som Livre. Na minha humilde opinião é um dos mais belos trabalhos de samba gravado ao vivo. Tinha uma pitada de cada estilo, partido alto, pagode e MPB. A qualidade  impressiona, a voz da Beth límpida e afinada, o repertório certeiro , os arranjos, os músicos participantes, a sonoridade, a mixagem, as fotos, beirou a perfeição. 

Nas composições temos desde Paulinho da Viola, Cartola, Chico Buarque, Gonzaguinha,  Almir Guineto, Arlindo Cruz, Nei Lopes, Jorge Aragão, Zeca Pagodinho,  Martinho da Vila, Beto Sem Braço, Luiz Carlos da Vila a outros baluartes. Na lista de músicos feras do naipe de Bororó no baixo e violão, Gordinho no surdo, Marcelinho Moreira, Claumir e Andrezinho na percussão, Arlindo Cruz no banjo, Neco violão de 7 cordas, Valtinho na batera, Wanderson Martins no cavaco e Leandro Braga nos teclados. Os ótimos arranjos ficaram por conta do Maestro Ivan Paulo que de tanto eficaz abriu mão por exemplo de instrumentos de sopro.

Com sua voz afinada, a madrinha embala os ouvidos dos sambistas e seu som reverbera nas rodas de samba pelo Brasil. Hoje mais de 36 trabalhos lançados entre LPs/CDs e DVDs e 45 anos de carreira, ela ainda dar o ar da graça nos palcos da vida. Sou até suspeito de falar, já que admiro vários álbuns da Beth Carvalho, tais como Pé no Chão, Na Fonte, Suor no Rosto, Coração Brasileiro, Alma do Brasil, Saudades da Guanabara, Canta o samba de São Paulo, Pagode de Mesa... Enfim é muito disco e todos eles sempre bem cuidados no que diz respeito a escolha de repertório, músicos, arranjos, interpretação e afins.

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