terça-feira, 20 de maio de 2014

Os bons ventos do Soweto



O grupo começou em  1987 na zona leste de São Paulo, com o nome de Sob Medida. Tempos depois, descoberto que já tinha um grupo em Campinas-SP se apresentando com esse nome resolveram mudar.  Então escolheram Soweto, que vem de uma música do cantor Djavan, gravada no LP Não é Azul Mas é Mar.  O nome escolhido é forte, baseando-se na letra que diz “o negro precisa ser forte pra conquistar o seu espaço” e que o bairro Soweto é onde Nelson Mandela morou.  Um local onde a luta pelo apartheid era feroz.  

Dos componentes da formação clássica, três eram da Zona Leste (Buiu, Claudinho Oliveira e Criseverton)  e três da Zona Sul (Belo, Marcio e Digo).  Apareceram pela primeira vez na gravação de duas faixas na coletânea Sampa dá Samba em 1994. A gravadora era a Eldorado , no volume 1 gravaram Marcas da Saudade e no volume 2, Sem Rodeios.  Um lance decisivo para o Soweto, foi quando Buiu trouxe para o grupo o colega de escola, o vocalista Belo que tocava cavaco no grupo Beira Rio de Diadema. Isso se revelaria mais tarde, crucial tanto para o bem quanto para o mal do Grupo Soweto.

No ano de 1995 eles gravam o álbum Vento dos Areais pela gravadora independente Five Star/Chic Show. E é esse o play que o blog dimiliduques deixa pra vocês. Nesse LP ainda há a presença de Robson Buiú que até canta a música Queria Te Conhecer. Buiu morreu assassinado em julho de 1997, numa tentativa de assalto,  antes do lançamento do segundo disco, o ótimo Refém do Coração, que pôs definitivamente o nome do grupo no cenário nacional.

Mas voltando ao primeiro álbum, que é simples, mas feito com verdade, com alma. O diferencial pode se notar nas letras e melodias de Claudinho Oliveira e no vocal bem feito por Belo.  E olha que Belo nem era o vocalista oficial, fato esse que se deveu a insistência de Claudinho Oliveira e o restante do grupo.

 Outros autores também tiveram suas músicas gravadas, como Chiquinho dos Santos (Pura Solidão, Seu Jeito de Ser/Semente Sem Cor), Minho/Marcinho (Queria Te Conhecer), Carica e Prateado (Santa Luzia) e Robson Buiu que fez parceria com Claudinho Oliveira em A Rolinha/Passarinho e Missão de Paz, essa também de Criseverton.

O estúdio era o Curumim ali na Barra Funda e a direção executiva e artística respectivamente a cargo de duas pessoas envolvidas nos bailes black: Fião e Carlos Familia. Os arranjadores foram Lobão Ramos, Prateado e Reinaldo Chulapa. Na lista de músicos além dos arranjadores (Lobão nos teclados,  Prateado e Chulapa no contra baixo) temos Marquinhos Carvalho no violão,  Carica tocou banjo e cavaco, nas mãos de Carlinhos Gonzalez  ficaram o surdo, congas e ganzá, João no pandeiro e Gazu no tantan, repique e rebolo. Um disco feito na humildade , mas com a vital força de vontade, que sempre marcou o início dos grupos de pagode. 

Clique na capa e brise nos ventos areais

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