sexta-feira, 18 de julho de 2014

Pulem hey! para o Comando DMC



Em meados dos anos 90 a cena hip hop era forte e rap nacional ganhava seus primeiros contornos com Região Abissal, Código 13, Thaíde e Dj Hum, MC jack, Os Metralhas, Racionais MC’s e outros. Eu também fiz parte desse movimento e participei ativamente, não só indo nos rachas do centro, mas onde rolava rap eu dava um jeito de ir. Formei alguns grupos como RDS, Dimensão, Org. Brutal, mas infelizmente não conseguimos o sonho do reconhecimento, mas enfim foi uma escola de vida... Dava um frio na barriga cantar ao vivo, mas ao mesmo tempo a sensação de prazer superava. E lá ia eu Tchelo  C e a banca com Reni C, Swing T (Tiza), Boca, Juliano JC,  Dj Marcelo, Dj Claudinho, Dani Dieis, P.E.S.O. e outros mais. Se apresentávamos no Santana Samba, Love History,  Xereta, ASA de Pinheiros, Astro, Escolas, Pça Roosevelt e outros redutos do rap nacional. Tempos em que cantar rap poderia significar levar várias portas na cara e nãos... dinheiro curto pra comprar base instrumental pirata, passar debaixo das catracas e chegar antes nos bailes para tentar desenrolar a entrada...

E por falar nisso um dos grandes grupos de rap que eu era fã se chamava Comando DMC , que significa Comando Defensor do Movimento Consciente. O grupo foi formado em 1989 na zona sul de São Paulo, ali pelos lados da Vila Joaniza. O rapper Eazy Jay participava de um festival e quando ficou em primeiro lugar, viu um outro grupo que mandava bem e resolveu unir forças, tipo um comando, daí surgiu o nome. Nas letras uma crítica social sobre o cotidiano violento nas periferias. O estilo era gangsta e logo o assunto criminal também povoava a escrita do grupo.  

A primeira oportunidade de gravação veio em 1991 com a coletânea de rap “Brazilian Rap” da equipe Black Mad. A faixa Tributo ao Presidente foi uma das mais tocadas e o grupo ainda se chamava DMC Rap. Em 1992 foram convidados para gravar o primeiro LP solo pela gravadora Black Mad com produção de DJ Hum. Intitulado como Vamos Dar A Volta Por Cima o disco tinha além da regravação de Tributo ao Presidente (bem aquém da original), e as ótimas faixas Dama da Noite e Marginais Fardados.

Em 1994 lançaram o segundo álbum pela TNT Records (ligada a equipe de som Dinamite). O LP denominado São Paulo Está Se Armando foi produzido pelos integrantes do grupo e pelo Dj Raffa. Um trabalho pesado, misturando batidas rap, funk dos anos 70 e o uso de bases com guitarras distorcidas, dando um tom agressivo. Mas também teve espaço para um momento mais suave. Onde a faixa Pulem foi a responsável pelo sucesso do disco e até indicada ao prêmio Ary Barroso em 95. A faixa usou um sample dançante da música Dont Stop The Music da dupla americana Yarbrough & Peoples. Mas outras ótimas faixas permeiam o trabalho, tais como o hit Na Zona Sul, a rasteira Fita Errada, Acorde Cara e a pesada música que dá título ao disco.

O grupo não mais existe e era formado por Eazy Jay, Turbo (esse saiu no final dos anos 90 para formar o grupo Kamikaze) e DJ Grandmaster Di. Além de “Vamos Dar A Volta Por Cima” e “São Paulo Está Se Armando”, lançaram os álbuns Sangue no Olho em 1995 (TNT Records) e 4ª Missão Resgate em 2000 (RDS).


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