Aqui está um grupo que era sem
frescura, pagode na cara e na vontade. Sem Compromisso mas compromissado com a
música e com o público. A empatia do grupo sedava por não forçar a simpatia, se
é que me entende. Vou explicar, a formação (a primeira e original) tinha em seu quadro pessoas interessadas em
tocar, em fazer música. Não se focavam em figurinos, em rebolar, em ter gente
com “rostinho bonito”, branquinho, pretinho, novinho ou coroa não interessava
essa parte.
E o começo foi em Itaquera, Zona
Leste de São Paulo no ano de 1986. Após os jogos do time de várzea chamado Bom Gole
F.C. os amigos se juntavam para fazer a batucada. Mas o grupo ainda não tinha
nome até que Maurão soltou a frase “só toco se for sem compromisso” o batismo
estava feito, sem querer. E de tanto tocar, a experiência e afinação foram
chegando juntamente com os elogios do público. Graças aos contatos de Marcão e
Maurão o grupo começou a tocar em vários bares e locais em São Paulo. Até que
em 1992 lançaram duas faixas na coletânea da Zimbabwe chamada Pagode de
Primeira vol 1, com as músicas Tributo a Paulicéia e o uma que se tornou hit
nos pagodes , Pura Vaidade. No ano de 1994 lançaram seu primeiro solo
intitulado Parte Desse Jogo também pela Zimbabwe Records. Não poderia deixar de
citar o contexto. Na década de 90 o
pagode romântico estava em alta e grupos como Só Pra Contrariar, Negritude Jr.
, Raça Negra por exemplo, vendiam discos igual água.
Até o ano de 2001 a formação do
grupo era Marcão (violão), Maurão (surdo), Chiquinho (reco-reco), Elton
Pizzinha (tantã), Zé Pretinho (repique), Dymy (percussão), Fabinho (pandeiro) e
Marcelinho (cavaco/vocal). Depois de 2001 as
coisas começaram a se desgastar internamente, houve um racha e o grupo se
desfez. Mas Marcelinho era o dono da marca e do nome Sem Compromisso. Com isso
foi formado um novo grupo, somente com Marcelinho da formação original, que deu
certo. Já que o vocal (que na minha opinião muitas vezes é a identidade do
grupo) permaneceu, assim como os grandes sucessos acompanharam a nova formação
(ficou até fácil durante um tempo). Entraram Bigú (percussão), Andrezinho
(percussão), Diego (violão) e André (cavaquinho). Só um detalhezinho, que o
André saiu recentemente para comandar o cavaco no grupo Deu Samba na Cabeça e
em seu lugar entrou Ney.
A gravação do DVD em Recife-PE em 2006 com a nova
formação foi importante pois provou que o grupo ainda tinha lenha pra queimar.
Quer dizer o nome é muito forte e até hoje se falam que o grupo Sem Compromisso
estará em algum local (hoje em dia mais modestos e pequenos) o público vai. Lançaram
oito álbuns e um DVD (gravado no Recife-PE).
Parte Desse Jogo (1994/Zimbabwe Records), Pra Ficar (1996/RDS/Zimbabwe),
Felicidade Escondida (1997/RDS/Zimbabwe), Assim é o Nosso Jeito (1998/WEA), A
Toa Pra Te Amar (2000/WEA), Ao Vivo (2001/WEA), Tá Escrito (2003/Atração Fonográfica),
Meu Nome é Samba (2008/Zaid Records), Sem Compromisso (2012/Radar).
Estão nos
planos do grupo a gravação de um segundo DVD e um CD com produção de Diego
Honorato violonista e integrante do grupo. O CD tem previsão para se chamar
Ferro e Fogo tem a participação técnica de Leandro Lehart e a volta do
pandeirista Fabinho que fez parte da formação original do Sem Compromisso.
O Blog dimiliduques deixa de
aperitivo o primeiro trabalho do grupo, Parte Desse Jogo, gravado em 1994 pela Zimbabwe Records. Teve a
produção e arranjos de Maestro Jobam e o apoio de Luiz Carlos da banda Raça
Negra. Nesse álbum muitas músicas se destacaram, Mariana Parte Minha
(Papapacaça/Salgadinho), Parte Desse Jogo (Chiquinho dos Santos/Fábio), Divã (Marcelinho/Zé
Pretinho/Elton/Chiquinho), Súplica Paixão (Marcelinho / Maurão/Pizzinha) e Pura
Vaidade (Osvaldo Babão/Silvia Poeta/Zé Nivio).
Clique na capa, mas sem compromisso
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