quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Monsueto também é raiz

Monsueto, um nome bem peculiar, a primeira vez que ouvi falar desse artista foi num Lp que ele fez junto com o Zé Keti (1982 - Musica Popular Brasileira - Abril).  E ali eu escutei e gostei muito de Lamento da Lavadeira ,A Fonte Secou e Eu Quero Essa Mulher Assim Mesmo. O tempo passou e estou eu escutando algumas coisinhas e encontro esse CD coletânea Raízes do Samba com o Monsueto. Pesado o negócio, bem cru , bem simples, mas direto e reto. Então não é coisa para iniciantes, é para quem realmente gosta de samba, pesquisa samba e dá valor a historia do ritmo em si. 

As composições dele remetem aos morros, a um cenário de crianças correndo descalças, roupas no varal, chão de barro...pelo menos eu tive essas sensações...mas enfim é coisa pessoal. E apesar dos arranjos alegres onde a percussão é entremeada de metais, há espaço para uma certa tristeza nas letras. Outro ponto alto são as vozes femininas presentes nas faixas de maneira bem harmônica. Os arranjos me remetem, numa viagem infantil, as músicas da Disney quando sambou com o Zé Carioca (Alô Amigos - 1942).

Monsueto Campos de Menezes nasceu em 04 de novembro de 1924 no Rio de Janeiro. Era figura fácil em bailes e baterias de vários grupos como por exemplo na Orquestra Copinha do hotel Copacabana Palace.Como compositor seu primeiro sucesso foi a parceria com Airton Amorim, Me Deixa em Paz. Uma coisa interessante sobre suas músicas é que volta e meia eles são regravadas, temas de novela, de shows, homenagens etc... sinal de que contém poesia, simplicidade e melodia.

E Monsueto era um artista nato, além de compositor e músico, ele foi atuante também como ator, cantor e pintor. Na Bahia em 1973, durante as gravações do filme O Forte, passou mal e foi hospitalizado, vindo a falecer em 17 de março, vítima de câncer no fígado. 

A coletânea Raizes do Samba faz um resgate das faixas do único LP gravado por Monsueto (1962- Mora na Filosofia dos Sambas de Monsueto) e outras faixas pinçadas de discos de 78 rpm dos anos 50. Aqui se tem o melhor de suas composições, como Mora na Filosofia e Couro do Falecido, além das já citadas. 

Clique na capa assim mesmo



Nenhum comentário: